Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Lidar com o desaparecimento de um filho, sem saber o que lhe aconteceu, ou qual o seu destino, se está vivo ou morto, vivendo numa permanente dúvida, não é fácil.
Mas recuperar esse mesmo filho, com vida, e saber que ele nunca mais será o filho que perderam, mas um estranho, uma outra pessoa desconhecida, de quem terão que ganhar a confiança, a quem terão de conquistar, que pode nunca mais os voltar a considerar como pais será, igualmente, difícil.
No entanto, entre um momento e o outro, há ainda que lidar com a culpa, seja porque os pais se culpam a si mesmos, ou porque culpam um ao outro.
A impotência.
A frustração.
O andar para a frente com a vida, porque são empurrados para tal, mas sem dar, realmente, por ela, como se tivesse estagnado no momento em que tudo aconteceu.
No meio de toda esta tragédia, surge Miren, uma jornalista estagiária que tudo fará para descobrir o que aconteceu a Amaya.
Também ela uma vítima e, talvez por isso, a melhor pessoa para encontrar um agressor/ raptor.
E, quem sabe, consiga eliminar mais alguém, nessa missão.
Antes de mais, devo advertir que esta série talvez não seja aconselhável a pessoas que perderam familiares recentemente.
Mas, caso a comecem a ver, não se deixem (des)iludir pelo primeiros episódios. São enganadores.
Desde que a série estreou, que tudo o que tenho lido sobre a mesma vai num único sentido: excelente série, forte, dramática, é impossível alguém não se emocionar.
Pois eu, confesso, vi o primeiro episódio e... que grande seca!
Como é possível dizerem bem, quando isto é tão sem graça, tão banal, tão "mais do mesmo"?
Mas insistiam em dizer-me que valia a pena.
Lá continuei a ver. O segundo, ainda sem grande vontade. O terceiro, a melhorar. Daí para a frente, foi um atrás do outro.
E sim, vale bem a pena!
Para já, pela banda sonora, sobretudo as músicas italianas.
Depois, por tudo isto:
É uma lição de verdadeiro amor
O amor de Amy e Lino é posto à prova de todas as formas, mas nem por isso é abalado ou destruído.
Eles complementam-se. Tentam ser felizes, e fazer o outro feliz.
Tentam resolver os problemas. Conversam. Apoiam-se, em todos os momentos.
Afinal, amor é amizade, desgosto, apoio, família, felicidade, dor, beleza.
Há histórias de amor que são para sempre. E amores verdadeiros que vivem para além da vida.
É uma lição sobre a importância da família
Podemos não ter as mesmas ideias, as mesmas formas de viver, os mesmos objectivos.
Os nossos familiares podem não ser perfeitos, podem dar connosco em doidos, podem não nos compreender.
Podemos até nos desentender, dizer coisas que não devíamos, por vezes magoar.
Mas a verdadeira família, está lá quando é preciso.
Nos bons, e nos maus momentos.
E que não sejam preciso os maus momentos para voltar a unir familiares desavindos. Porque mais vale tarde que nunca, mas o tarde pode ser tarde demais.
É um alerta para a vida
Porque a vida pode ser curta. E nunca sabemos o que ela nos reserva.
Hoje estamos bem. Amanhã tudo pode mudar.
Nada é garantido.
É uma lição sobre nunca desistir dos sonhos
De que serve a vida sem sonhos?
De que serve viver pela metade?
Lino dizia muitas vezes a Amy: "Porque não? Como dizem os americanos, é tudo ou nada!"
E sim, é verdade que, mesmo que os cheguemos a concretizar, a vida pode vir, e destruí-los.
Mas não terá valido a pena tentar?
Aproveitar o que nos foi permitido experienciar?
É uma história sobre mudanças, aceitação, integração
Nem sempre é fácil mudar para um país diferente, onde somos apenas mais uma pessoa, um forasteiro.
Longe da família, longe dos amigos, longe daquilo que sempre nos fez feliz.
Nem sempre é fácil querer agradar, e ser rejeitado, ainda que não intencionalmente, e sentir que não sabemos o que estamos ali a fazer. Apenas, que não pertencemos ali. Que nos sentimos deslocados, perdidos.
Lino sentiu isso na pele.
Até as coisas mudarem, e ele estar totalmente integrado na nova vida.
É uma história sobre multiculturalismo
Amy, uma americana do Texas, a viver em Los Angeles, e Lino, um italiano de Castelleone (Sicília), a viver em Florença, e que se muda para Los Angeles, uma cidade que não tem centro, onde ninguém liga a futebol, onde não se come nada daquilo que ele está habituado.
Mas será que, apesar de mundos tão diferentes, e de famílias com tradições e culturas tão distintas, o principal não é universal?
É uma lição de coragem, resiliência, superação
Cancro: maldito cancro.
Esse bicho que continua a fazer estragos e a levar a melhor sobre aqueles que atinge.
Lino descobre que tem um cancro raro, e todo o seu mundo desaba.
Agora que tinha aberto o seu próprio restaurante, é obrigado a fechá-lo, para dar prioridade ao tratamento.
Agora que Amy tinha abdicado de um dos seus trabalhos, em prol daquele que, apesar de lhe pagar menos, a fazia mais feliz, tem que voltar a trabalhar duplamente.
Lino vence a primeira batalha.
Mas a guerra ainda estava no início.
Depois de um ensaio experimental que correu bem, e de se manter relativamente saudável durante 7 anos, eis que a vida lhe prega outra partida.
Só que, desta vez, é bem pior do que antes.
É uma história sobre os laços que unem a família
Como diz Amy, no fim, família são as pessoas que escolhemos amar, sejam elas de sangue, ou não.
Amy e Lino queriam ser pais. Mas a fertilização in vitro não fazia parte dos seus planos e, por isso, adoptaram uma menina - Idalia.
A maternidade/ paternidade não foi um desafio fácil para nenhum deles.
Por um lado, Amy começou por perder o crescimento da filha, por ter que trabalhar pelos dois. Por outro lado, Lino era um excelente pai, mas sentia falta de voltar a trabalhar.
Mas, no fundo, o que mais importava era a felicidade de Idalia.
Na verdade, o que mais importa é o bem dos filhos, sejam eles biológicos, adoptados ou emprestados.
É uma história sobre recomeços
Amy e Lino tiveram que partir do zero algumas vezes.
Conseguiram sempre dar a volta.
Será que conseguem vencer esta derradeira batalha?
Haverá ainda chance de Amy, Lino e Idalia terem um novo recomeço?
Ou esse será apenas para alguns deles?
A despedida
Como se despede, um pai, de uma filha?
Como se despede, uma filha, de um pai?
Como dizemos adeus à pessoa que amamos? Com quem planeámos toda uma vida? Com que ainda queríamos concretizar tantos sonhos?
Como nos despedimos, da melhor fase que estamos a viver, para o incerto? Para o abismo?
Como voltar a viver?
Onde encontrar forças para tal?
Escolhas
A vida de Amy e Lino foi recheada de escolhas.
Escolhas que trouxeram tristeza, escolhas que trouxeram felicidade.
Mas foram as suas escolhas.
E é assim que continuará a ser, até ao fim.
Porque a vida (e a morte) só a eles diz respeito.
Ver esta série fez-me, obviamente, recordar a morte da minha mãe, os problemas de saúde do meu pai, e o cancro de que me livrei a tempo e que, por pouco, podia ter feito estragos.
Fez-me pensar na minha filha, no quanto ainda quero estar presente na vida dela. No quanto ainda quero viver com ela.
E voltou a lembrar-me que as pessoas boas são sempre as primeiras a partir.
Embora, mais cedo ou mais tarde, todos sigamos o mesmo caminho.
Deixo aqui a música que mais me marcou no final da série:
Comecei a ver a terceira temporada da série The Good Doctor, que nem sabia que já tinha começado!
E começou bem, disso não há dúvidas.
O grande dilema da temporada vai ser Audrey lidar com alguém que, para todos os efeitos, lhe salvou a vida, mas a deixou paraplégica - Shaun.
A amizade parece não ter volta. Audrey está revoltada.
Tudo parece ter sido uma decisão impulsiva, obstinada, de pura desobediência pelo que o Dr. Glassman tinha decidido, antes de deixar a cirurgia a cargo de Shaun, para salvar outra vida.
A questão é: o que teria acontecido se tivessem seguido o plano inicial?
Pois... Não se sabe.
Mas, quem se vê inutilizado por mãos alheias, sente revolta, tende a ver as coisas pela perspectiva do que poderia ter sido, e culpar quem a deixou assim, e quem deixou que isso acontecesse, sem questionar essas decisões. Sem entender o seu lado.
Outra das novidades é a separação (de novo), de Morgan e Alex, que vão voltar às quezílias mas agora, em vez de em jeito competitivo, num modo, ressentido.
E, enquanto Shaun e Alex são promovidos, o hospital recebe novos médicos residentes, que ambos irão supervisionar.
No entanto, se um parece fazer as delícias de todos, a outra parece desafiar a "linha de comando" e arrisca-se a ser despedida no primeiro dia.
Vamos ver como se vai desenvolver esta temporada mas, para já, os três primeiros episódios estão aprovados!
- uma jovem de 15 anos, que não gosta de seguir as regras da corte, que apenas se importa com os animais, e com as pessoas - com o que sentem, com o que sofrem, o que precisam - e que quer, acima de tudo, ser dona da sua própria vida, amar e ser amada, e fazer aquilo que mais gosta...
e
- um homem que não tem personalidade nenhuma, que é um "pau mandado" da mãe, que se insurge quando não há razão para tal, e que se mantém inerte quando deveria agir, um homem que até tem alguns ideais, mas não tem coragem para impôr a mudança...
...decididamente, preferiria a jovem!
Se é meio louca? Pode ser!
Mas sabe o que quer, diz o que pensa, não tem medo, e não finge aquilo que não é.
Num mundo onde os homens mandam, estas mulheres são uma pedra no sapato, com a qual não sabem lidar.
Por isso, tentam anulá-las.
E para as poucas mulheres que têm o poder, uma jovem como estas é vista como uma ameaça, de tão parecida que é com aquelas que, em tempos, essas mulheres foram.
Isabel conquista o povo, porque olha para ele como um semelhante.
Porque se solidariza.
Porque quer estar no terreno.
Porque quer ouvi-los.
Porque não tem medo, e nunca se sente superior.
Mas também não se considera inferior aos homens e, como tal, não vê necessidade em deixá-los ficar com os louros, de uma coisa que, muitas vezes, nem são capazes de fazer, só porque é proibido a uma mulher, fazê-lo.
Francisco, por mais que tente, não cria empatia.
Não lhe bastam só boas intenções, na teoria, que não concretiza, na prática.
E nem a própria mulher com quem, supostamente, casou por amor, é capaz de defender. Prefere opôr-se a ela, magoá-la, menosprezá-la, do que ficar ao seu lado.
No fundo, culpa-a por tudo quando, no fundo, sabe que culpa é, apenas e só, sua, pela sua própria falta de coragem e determinação.
Numa corte onde reinam as futilidades, e o papel da mulher é ser passiva, submissa e com o único objectivo de assegurar descendência e herdeiros, sendo submetida aos mais estranhos e abomináveis rituais, Isabel foge, como pode, a todos esses padrões, tentando não ser "engolida", ao mesmo tempo que tenta corresponder ao que se espera de uma Imperatriz, ainda que não concordando.
A série, de 6 episódios, conta a história de Sissi, imperatriz da Austria.
A sua adolescência marcada por uma paixão, um casamento, e uma decepção.
E a oposição e hostilidade da arquiduquesa Sofia, sua sogra, que tudo fará para tirá-la do caminho - do seu, e do seu filho.
Com personagens fortes e interessantes, como Isabel, Sofia, Leontine, ou até mesmo Maximiliano, Francisco acaba por ser aquela que está ali apenas a figurar.
O último episódio faz-nos querer mais, e esperar que a série seja renovada para uma segunda temporada.