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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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"A Lei de Lidia Poët" - segunda temporada

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Acompanhei a primeira temporada, em 2023, na Netflix, e fiquei surpreendida por saber que ia estrear, em Outubro deste ano, a segunda temporada.

Como não poderia deixar de ser, já a devorei!

 

Nestes seis novos episódios, há um seguimento da história das personagens principais, com novos desafios, novos mistérios para resolver, e um novo triângulo amoroso na vida de Lidia Poët.

 

Tal como na primeira temporada, reitero, Lidia e Enrico, o seu irmão, são as minhas personagens favoritas.

Lidia, pelo seu papel determinante na luta pelos direitos das mulheres, pelo seu humor, pela sua faceta destemida e aventureira.

E Enrico, pelo seu enorme coração, pelo seu amor incondicional pela irmã, e pela família. Pela sua figura caricata, que nos faz torcer por ele. 

 

A temporada começa com a morte de um jornalista, amigo de Lidia e Jacopo, que deixa a ambos um bilhete, que nenhum deles consegue decifrar.

No entanto, decididos a descobrir quem o matou, e porquê, acabam por perceber que há muito mais por detrás dessa morte. Segredos que certas pessoas não querem que sejam descobertos. Quem sabe, uma conspiração, que pode colocar em risco as vidas de todos aqueles que teimarem em investigar.

 

Enquanto isso, outros crimes vão ocorrendo, com Lidia a dar uma mãozinha, e a sua sabedoria e perspicácia, ao novo procurador geral, na resolução dos casos, sendo o seu irmão o advogado de serviço dos acusados, uma vez que Lidia não o pode ser.

 

No que respeita ao amor, e depois de ter deixado partir Andrea, preferindo ficar, percebemos que o seu caso com Jacopo também não resultou. Embora pareçam não se ter esquecido um ao outro.

Mas, agora, chega Pier, para baralhar ainda mais os sentimentos de Lidia.

 

É uma série viciante, a não perder!

 

 

 

O amor é como uma série?!

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"O amor, muitas vezes, é como uma série que não renova a temporada."

 

Li esta frase, a propósito da separação da Ana Guiomar e do Diogo Valsassina, juntos há 18 anos.

E fez algum sentido.

 

Na verdade, muitas séries começam com uma temporada muito boa e, por isso, os seus autores decidem criar novas temporadas que, muitas vezes, acabam por ir perdendo a qualidade, à medida que se vão sucedendo, até que chegam ao fim, já sem a glória e o sucesso alcançado no início. 

E, ainda que as temporadas seguintes sejam tão boas como a primeira, chega-se a um ponto em que já não há mais novidades a introduzir, para cativar o público, e acabam por se tornar mais do mesmo, com os riscos a isso inerentes.

Depois, há aquelas mais longas, de uma só temporada, que cumpriu o seu propósito mas, simplesmente, não renova, porque os seus autores querem apostar em caminhos diferentes.

E há as que, logo na primeira temporada, estão condenadas ao fracasso e, como tal, sem hipótese de renovação.

 

Também as relações funcionam um pouco assim.

Quantas vezes não "renovamos" a temporada da nossa relação, na esperança de que os episódios seguintes sejam melhores, e superem os anteriores, na esperança de que o mesmo sucesso de antes continue, na esperança de que, na nova temporada, algo de diferente possa vingar?

E, quantas vezes, não pensamos que, se calhar, a relação está condenada, não importa quantas vezes renovemos as suas temporadas, e que só nos estamos a enganar?

Que, cada temporada renovada, é tempo perdido?

 

Se calhar, o que nos falta, é a ousadia de pôr fim à série. A coragem de não a renovar, de todo... 

 

"O Retiro", de Sarah Pearse

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No outro dia recebi no email uma notificação para divulgação do mais recente livro da autora Sarah Pearse - O Parque - cuja história se desenrola no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Curiosa, percebi que este é o terceiro, e último, livro de uma colecção "o derradeiro capítulo da história da detetive Elin Warner", composta também por "O Sanatório" e "O Retiro".

 

Penso que, há algum tempo, passei os olhos pelo primeiro livro mas, depois, acabei por não o comprar.

Agora, comecei por ler, porque me chamou mais a atenção, o segundo livro "O Retiro" (entretanto já li também "O Sanatório").

O que posso dizer da escrita da autora é que ela consegue, numa só história, fazer-nos desconfiar de todos e mais alguns, menos dos verdadeiros assassinos. E, em ambos, leva-nos por um caminho que, depois, percebemos, era apenas uma distracção. Mas não tínhamos como adivinhar, até àquele ponto.

 

Em "O Retiro", uma viagem organizada por Jo, leva a própria, a irmã Hana, a prima Maya, o namorado Seth, e o cunhado Caleb, a um retiro de luxo - o Lumen - situado numa ilha com um passado sombrio e, segundo os rumores perpetuados ao longo dos anos, assombrada. 

Por outro lado, o Lumen é uma obra arquitectónica de Will, namorado de Elin, a detective que, em breve, irá até à ilha investigar os homicídios que por lá começarão a ocorrer, e que podem deitar por terra a entrega de um prémio, que consolidaria a carreira de Will e o prestigiaria como ele há muito esperava.

 

À medida que a história se vai desenrolando, vamos descobrindo mais sobre os segredos das personagens, e sobre as relações entre Jo e as irmãs.

Ao mesmo tempo, Elin começa a voltar ao seu normal enquanto detective, o que faz com que a sua relação com Will, e o facto de este estar, de certa forma, ligado à investigação, comece a ressentir-se, ao ponto de Will questionar se fará sentido continuarem juntos.

 

A primeira morte a ocorrer é a de Bea, irmã de Jo e Hana, que nem deveria estar ali, uma vez que cancelou a viagem por ter um evento de trabalho nos Estados Unidos.

Logo em seguida, é Seth quem aparece morto. E, mais tarde, Jo.

O assassino não está disposto a parar, e fará novas vítimas, se Elin não perceber a tempo quem anda a matar aquelas pessoas, e qual o motivo.

Será a maldição? Será a ilha a expulsar os humanos de lá? 

 

E será o assassino, a presença que Elin sente constantemente, a vigiá-la?

Ou haverá mais alguém?

 

Gostei muito do livro e, obviamente, fica a vontade de ler o resto da coleção!

 

 

SINOPSE:

"Um oásis de paz… no Rochedo da Morte

Uma exclusiva e luxuosa estância destinada ao bem-estar é inaugurada numa ilha ao largo da costa inglesa, prometendo descanso e relaxamento totais a quem a frequentar – mas a própria ilha, conhecida como o Rochedo da Morte, tem um passado sombrio, e os rumores de que está amaldiçoada são mais do que meros boatos.

Quando um corpo é encontrado nas rochas abaixo do pavilhão de ioga, a detetive Elin Warner é chamada ao local para investigar aquele trágico incidente. Aparentemente, a vítima é uma desconhecida – alguém que não era suposto estar na ilha.

No dia seguinte, uma atividade de mergulho resulta noutra morte, e Elin começa a suspeitar que não há nada de acidental por detrás destes acontecimentos. Mas por que motivo alguém teria na sua mira os hóspedes do retiro? E quem será a próxima vítima?
Elin tem de descobrir quem é o assassino – antes que a história da ilha se repita…"

"O Casal Perfeito", na Netflix

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Na véspera de um casamento, alguém morre.

Na ilha de Nantucket, onde iria decorrer o casamento, e onde os noivos, respectivas famílias e todos os convidados estão hospedados, mais concretamente, na propriedade da família Winbury, vive-se um clima de festa.

Apesar das dúvidas da noiva, das reticências da mãe do noivo, e dos vários problemas com que cada personagem se debate, o enlace parecia certo. Todos aparentavam estar felizes, e brindar aos noivos.

Mas, na manhã seguinte, o pior acontece.

E o, outrora, palco de uma cerimónia, passou a cenário policial, estando a polícia local a tentar descobrir o que aconteceu, sem ferir suscetibilidades, nomeadamente, para com a família que mais os apoia financeiramente, e com algum poder na zona.

 

Ao longo do primeiro episódio vai ficando a curiosidade para saber quem foi a vítima, que não denunciam de imediato. E penso que, de alguma forma, poderiam ter mantido por mais algum tempo em segredo.

Mas, uma vez revelada começa, então, o desvendar de vários segredos, e o formular de várias razões para o que aconteceu, que não se sabe se foi acidente, ou homicídio.

É, assim, que se percebe, ou se comprova, mais uma vez, que devemos sempre desconfiar de casais perfeitos porque esses, simplesmente, não existem.

Ainda assim, isso não significa que sejam capazes de tudo, para manter as aparências.

 

Na minha opinião, ficaram algumas coisas por explorar/ explicar, incluindo a grande revelação. Percebe-se como aconteceu, porque aconteceu, mas não se isso, por si só, é suficiente para o desfecho. 

 

Protagonizada por Nicole Kidman, Liev Schreiber, Eve Hewson e Dakota Fanning, esta série tem 6 episódios, e é uma boa aposta.

"O Acidente", na Netflix

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Outra grande estreia do mês de Agosto, "O Acidente" aborda, como o próprio nome indica, um acidente ocorrido durante uma festa de aniversário, que provocou a morte de três crianças, o desaparecimento de outra, e vários feridos.

Será a partir daqui que vamos ver como as várias famílias envolvidas, directa ou indirectamente, no acidente, lidam com o luto, com a culpa, com o desejo de vingança, com as consequências de ambição desmedida de uns, e a covardia de outros.

 

Tenho só uma nota a fazer relativamente ao acidente em si.

Naquela festa de aniversário, num dia que estava perfeitamente normal, um fenómeno natural, um vento extremamente forte, conseguiu fazer levantar voo um insuflável, o que originou o acidente. Mais tarde, percebe-se que uma das quatro estavas do insuflável, não tinha sido pregada ao chão. E é aqui a única crítica/ apontamento que tenho a fazer de negativo à série: ou o vento não era assim tão forte e, nesse caso, uma única estaca não pregada não faria diferença, estando as outras três bem firmes, ou o vento foi mesmo avassalador e, nesse caso, nem essa estaca pregada impediria o acidente.

 

Posto isto, há alguém que vai ser acusado, estando inocente, por covardia do (se é que assim se pode chamar) real culpado ou responsável.

E, havendo um acusado, é óbvio que vai haver vingança pelas mortes das crianças. 

Qualquer um poderia fazê-lo. Qualquer um tem motivos.

Quem seria capaz de matar, para vingar uma morte?

 

Desde cedo que a série me deu alguns "ódios de estimação" por personagens sem quaisquer escrúpulos ou valores, capazes de tudo para salvar a própria pele, traindo aqueles que em si confiaram ou, simplesmente, porque se acham uns valentes, os maiores, contra quem acham que não se consegue defender.

 

Mas digo-vos: deu-me mesmo gosto ver a forma como tudo se desenrolou, e como a vida trocou as voltas a quem se considerava inatingível.

 

Algumas das questões abordadas são, por exemplo, ter um filho após a morte de outro. É legítimo? É um erro?

Será que a vida, após a morte de um filho, continua a fazer sentido sem ele?

E quando se tem outros filhos? Como lidar com a morte de um, e com o que está vivo?

É também explorada a forma como cada mãe/ pai faz o seu luto. Bem como os que não o fazem, de todo.

A nível de dilemas morais, também tem a sua quota-parte.

 

Com episódios cheios de suspense e revelações, esta é uma série a não perder.