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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Catorze anos (e nove meses) depois...

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... o fim.

Não foi a primeira vez que essa decisão foi tomada.

Mas será, certamente, a definitiva.

 

Foram muitas as tentativas, as oportunidades, a esperança, de as coisas ainda darem certo.

De tudo melhorar. 

Apenas para chegar à mesma conclusão de sempre: a de que a nossa, cada vez maior, incompatibilidade, em termos de feitios, personalidades, objectivos, forma de estar na vida e de encarar uma relação, impossibilita qualquer relação entre nós.

Não nos entendemos, e acabamos por entrar num estado de saturação, de acumulação de coisas que, de um momento para o outro, saem em catadupa, em tom, e de forma, nada simpáticos. 

A rotina levou-nos a melhor.

Éramos conhecidos a partilhar uma casa.

 

Depois de alguns desentendimentos camuflados tivemos, este domingo,  "a tal conversa". 

A constatação.

O pôr em palavras aquilo que ambos pensávamos.

O dizer em voz alta aquilo que andávamos a silenciar.

E, se é para terminar, que seja a bem.

 

Claro que, e quem já passou por isso pode confirmar, não é fácil.

É uma mistura de alívio, porque estava a ser desgastante para ambos, com frustração, por mais uma relação que não resultou.

É aquela sensação de paz e sossego, por estar sozinha, misturada com o receio de não gostar de, a longo prazo (e é o mais certo de acontecer), ficar sozinha.

É saber que não vale a pena estar juntos, se não somos felizes assim, e tristeza, por não termos conseguido dar a volta.

É o achar que, talvez, quem sabe, não morando juntos, as coisas venham a ser de outra forma e, logo a seguir, a certeza de que nunca será possível e que, enquanto relação amorosa, é o fim.

É o pensar que, apesar disso, ficamos amigos e, no instante seguinte, até isso parecer difícil. Até porque acredito que o afastamento vá sendo cada vez maior, até para não trazer lembranças, ou porque há que distanciar para seguir em frente.

É olhar lá para a frente, e pensar que aquele sonho de viver juntinho com alguém até ao fim dos dias, alguém com quem partilhar alegrias, tristezas, momentos, parvoices, pode não se vir a concretizar.

 

Ainda assim, é acreditar que o que tiver que ser, será. Que o que estiver guardado para mim, será meu.

Sem stress, sem pressas, sem sofrer por antecipação.

O que é difícil, porque não sou propriamente uma pessoa optimista.

 

Mas, agora, há que fazer o luto.

Há que pôr ordem estes sentimentos todos que por aqui andam, o nó na garganta, o estômago embrulhado, o adaptar-me à nova realidade.

E viver um dia de cada vez.

Porque, queiramos ou não, a vida segue...

 

 

Das legislativas do passado domingo...

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Acredito que uma boa parte da população vota por simpatia com determinado partido ou representante, ou por hábito antigo.

Quantas vezes não ouvimos, sobretudo os mais idosos, dizer que votam em "x" partido porque sempre votaram. Porque os pais votavam. Ou porque gostam muito de "x" líder, porque é muito simpático.

 

Acredito que muitas pessoas votam por saturação com o mesmo de sempre, com esperança numa mudança. 

E que outras tantas o façam apenas numa atitude de desafio, de ser do contra.

 

Acredito que apenas uma pequena parte da população conhece os programas de cada partido, sabe distinguir as promessas exequíveis das promessas vãs, as medidas praticáveis das utópicas, e vota de acordo com aquilo que, dentro do que há, poderá ser o menos mal.

 

Pessoalmente, prefiro um partido que mostra as coisas como elas são, de forma prática, ainda que o cenário oferecido não seja cor de rosa, do que aquele que me diz tudo aquilo que eu gosto de ouvir. Que, no fundo, as pessoas querem ouvir.

 

No entanto, independentemente do motivo que leva alguém a votar, pelo menos, já levou a pessoa a exercer o seu direito.

Vejo sempre tantas críticas à abstenção mas, depois, se as pessoas vão às urnas, e votam, chovem as críticas porque votaram em determinado partido. Ou seja, quase querem que as pessoas levantem o rabinho do sofá e vão votar, mas apenas nos partidos que os outros acham bons.

 

Sou da opinião que, se a pessoa estiver convicta de que está a votar no que lhe parece melhor (ainda que na prática não o seja) deve fazê-lo, sem julgamentos, nem recriminações.

Os "pica miolos" e as provocações gratuitas

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Não gosto!

Provavelmente, ninguém gostará.

Quem está a ver de fora, até pode achar piada.

Eventualmente, algumas picadinhas ou provocações a terão. Se forem inofensivas. Se não ofenderem ninguém. 

Mas tudo o que é demais cansa. 

E, quando é feito com o propósito de desestabilizar o outro, é feio. É jogo sujo.

 

Há pessoas que são pica miolos", e sabem que o são.  

Que não percebem os limites até onde podem ir. Ou fazem questão de ultrapassá-los.

Sempre me disseram que a melhor forma de os parar, é ignorar, é mostrar indiferença, é não responder, nem dar troco.

Se bem que isso, muitas vezes, só os faz insistir ainda mais. Picar mais. Provocar mais.

Mas também podem perceber que dali não conseguem nada, e desistir.

 

Na prática, pode ser possível manter essa indiferença por algum tempo.

Mas, ou a pessoa se afasta desses pica miolos, ou tem um gigante poder de ouvir e calar, ou chega a um ponto em que acaba por lhe sair uma resposta torta, tal o nível de saturação e desgaste.

Esse é o ponto de partida.

Depois, ou a coisa acalma, ou escala de tal forma que nada de bom daí sairá. 

E, no fim, para quê? 

O que se ganhou com isso?

 

Todos nós lidamos com pica miolos na nossa vida.

E como o Big Brother é o jogo da vida real, também tinha que lá haver um. Ou mais.

Mas há um que se destaca, e não disfarça.

É o seu jogo. É válido. Desde que não ultrapasse os limites.

 

Ontem, assistimos a uma cena muito triste.

Empolada por questões que já vinham de fora. Por provocações mútuas que aconteceram lá dentro. E pela própria produção, que quer ver o circo pegar fogo, e ainda atira achas para a fogueira, para depois fingir que tenta apagar o fogo desencadeado e fora do controlo, quando o podia ter evitado se, em lugar de atirar achas, tivesse usado o extintor quando ainda tinha o controlo.

 

Na minha opinião, estiveram todos mal.

O Nuno pode ser um excelente jogador, estratega, pica miolos e provocador, mas tem que haver limites. E quando se parte para a provocação gratuita assente em ofensas, é só jogo sujo e feio, e deixa de entreter e ter piada. E ele que não me venha dizer que muito do que apelida aos outros, é apenas ao jogador, e não à pessoa.

O Gonçalo não sabe ignorar, que era o melhor que podia ter feito. Reage precisamente como o Nuno espera, e ainda consegue superar as expectativas, porque se passa, e age e diz o que não deve. Perde a razão.

 

Neste momento, o BB Desafio Final é um programa de tensão, que nem dá vontade de ver, e acho que a maioria, público e concorrentes, só querem mesmo que acabe depressa, porque não deixa saudades.

A Cristina, em directo, assim em modo de querer disfarçar, e levar o programa adiante, perante o ambiente que se fez sentir e ficou na casa, vem com aquele discurso de filosofia barata que, naquele momento, ninguém precisa e quer ouvir, com frases como "estão num jogo e cada um pode dizer e fazer o que quiser, e vocês têm que saber gerir", só então acrescentando "dentro dos limites, claro".

Mas eu pergunto-me: em nome das audiências, quais serão esses limites?

 

E o Big não esteve melhor neste quadro.

Ah e tal, na minha casa não vou permitir qualquer tipo de violência, e todos têm obrigação, vendo uma situação destas, de intervir e separar.

Desculpe?

Tanta preocupação com as "conversas impróprias" quando diz respeito à produção e aos segredos da mesma, mas depois deixa toda a gente falar tudo, e tudo é válido, mesmo que isso gera este tipo de situações, o circo a pegar fogo, e ainda são os colegas os responsáveis por gerir os conflitos?!

Que tal o Big intervir na hora?

 

Para mim, teriam sido os dois expulsos, e vinham ajustar contas fora da casa. Só que, depois, perdiam dois concorrentes, deixava de haver polémica, perdiam-se audiências, e lá o programa tinha que acabar mais cedo.

Quando a ideia até é, segundo parece,  prolongar.

Dadas as grandes audiências que está a ter.

À custa do quê. E de quem...

A regressão nas relações (em que degrau estamos hoje?)

“Não estamos próximos, vamos estar cada vez mais afastados e, qualquer dia, nem afastados estamos! – disse ele

Ela, não disse, mas pensou: concordo plenamente!”

 

De facto, aquela situação estava a tornar-se insustentável. E não podiam continuar assim. Ela bem dizia, vezes sem conta, que o casamento estragava as relações. Ele não acreditava. Ela começou a achar que, realmente, estava errada e ele certo.

Tudo parecia correr bem. A subida, degrau a degrau, progredia favoravelmente e estavam, aos poucos, a chegar ao topo.

Mas, sem se aperceberem, começaram a “tropeçar” um no outro, a regredir. Por cada degrau que subiam, desciam dois ou três. E, desde então, têm-se afastado cada vez mais do cimo da escada, e aproximado da base.

Há momentos em que ainda se vislumbra o casal de antigamente – único, cúmplice, romântico, divertido. No entanto, a maior parte do tempo, parecem dois adversários no ringue de boxe, a ver quem dá o golpe mais forte e derruba o outro.

Serão ainda as mesmas pessoas que há uns anos se apaixonaram uma pela outra e que, com o tempo, se vieram a amar? Sim, são as mesmas pessoas. Sim, são os mesmos sentimentos. O contexto é que é diferente. E é nesse contexto que estão a ser postos à prova.

A convivência diária no mesmo espaço, com tudo o que isso implica, fez surgir mudanças que, antes, nunca imaginaram, e as queixas (ainda que nem sempre pronunciadas verbal e directamente) não tardaram:

 

As queixas DELE

 

Ando a ficar farto:

- de ela reclamar comigo por tudo e por nada, como se nunca fizesse nada bem feito;

- de não poder falar daquilo que gosto porque nunca tem paciência para me ouvir;

- de não haver tempo para namorarmos;

- de não haver aquela proximidade de antigamente;

- de passarmos o pouco tempo que temos juntos a discutir;

- de ela andar sempre stressada e chateada;

- de ela nunca estar satisfeita com nada, nem contente com nada;

- de dar mais atenção à filha e à gata do que a mim;

- de estar sempre em último lugar na sua lista de prioridades;

- de andar sempre distante, a fugir e com desculpas.

 

As queixas DELA

 

Estou farta de quase tudo:

- de ser sempre eu a ter que me preocupar se há roupa para lavar, e pô-la a lavar;

- de ser sempre eu a ter que me preocupar se há roupa para secar, e pô-la a secar;

- de ser sempre eu a ter que limpar o caixote da gata;

- de ser sempre eu a ter que me preocupar se é preciso comprar comida e areia para a gata;

- de não poder dormir até mais tarde porque a gata me acorda de madrugada;

- de ter que me levantar cedo para pôr comida, limpar o caixote e abrir a janela à gata porque o dono não o faz;

- de ter que estar sempre a fechar a torneira que fica a pingar, quando já disse várias vezes para confirmar se fica bem fechada;

- de ter que estar quase sempre a limpar a bancada que fica suja, o tabuleiro que fica com migalhas, os azulejos ou o espelho da casa de banho que fica com espuma de barbear, o fogão que fica cheio de gordura;

- de ouvir falar de ginásio, músculos e futebol, de parecer que é só nisso que pensa e que a sua vida se resume a isso;

- de ele estar sempre a picar a falar de outras mulheres (às vezes já acho que não é a picar), quando as coisas já não estão a ir bem entre nós;

- de certas atitudes como dizer em voz alta, ao meu lado, que ia dançar com a rapariga que estava a dançar sozinha no bar, ou ir de propósito tocar no ombro da colega de ginásio no supermercado para lhe falar, como se não pudesse simplesmente dizer olá.

 

Ou seja, ele sente falta do tempo, da disponibilidade e da atenção que antes tinha, e ela sente que está sobrecarregada com trabalho que, antes, não tinha. Cada um tem as suas razões, válidas. E estão tão saturados que a tendência é afastarem-se cada vez mais, terem cada vez menos paciência e desejarem cada vez mais estar sozinhos do que com o companheiro.

Haverá alguma forma de evitar essa tendência, que acabará por, a longo prazo, destruir a relação?

A melhor forma será conversarem, tentarem chegar a um entendimento, emendar o que tiver que ser. Mas haverá sempre factores que escapam ao seu controlo e contra os quais nada podem fazer. E terão de aprender a lidar com eles. 

 

 

Sobre a licença de maternidade

“Num momento, sentia saudades da minha filha, e ansiava pelo seu regresso para a encher de mimos. Noutro, já com ela em casa, desejei que o tempo voltasse atrás!”

 

 

 

Ao que parece, há cada vez mais mulheres a gozar o tempo mínimo de licença de maternidade optando, grande parte delas, pela licença partilhada.

A que se deve esta nova tendência? Possivelmente, a vários factores.

A crise é um deles. O dinheiro faz falta, e as mulheres que têm o privilégio de ter um trabalho preocupam-se em mantê-lo, abdicando de parte do tempo da licença que lhes é concedida por direito. Por outro lado, são cada vez mais as famílias em que os homens estão desempregados, enquanto as mulheres passam a ser o pilar e fonte de sustento do lar. Assim, é natural que sejam os pais a gozar a licença de paternidade.

A mudança de mentalidades também deu o seu contributo. Antigamente, as mulheres serviam para cuidar do lar e dos filhos, enquanto os homens trabalhavam. Hoje, existe partilha de tarefas, de cuidados, de atenção, de carinho, de amor…Hoje, sabe-se que ambos os progenitores são essenciais na criação e educação dos filhos.  

A carreira feminina é outro factor a ter em conta. Se há mães que regressam mais cedo ao trabalho para manterem o emprego que tanta falta lhes faz, sem outra opção possível, outras há que retornam por desejo de dar continuidade à sua carreira, por medo de perder o “terreno” já conquistado ou o prestígio já adquirido. E porque preferem o mundo laboral, onde se sentem confiantes, seguras e poderosas, ao “simples” papel de mãe.

E assim chegamos à ausência do instinto maternal, à falta de tempo, à saturação das lides domésticas e maternais, à sensação de inutilidade, ao desespero, etc.

Embora, de uma forma geral, seja benéfico em vários sentidos que a mãe fique com o seu bebé o máximo de tempo possível, a verdade é que a experiência da maternidade não é nada fácil, e cada mulher a encara de forma diferente. E é essa forma de encarar esta nova etapa da sua vida que vai levar à decisão de prolongar, encurtar ou partilhar a licença de maternidade.