Chesapeake Shores
(uma das melhores séries que já vi)

De "ressaca", após seis temporadas de Virgin River, procurei uma nova série, dentro do mesmo estilo, para me entreter até ao lançamento da sétima temporada.
A escolha recaiu em Chesapeake Shores.
E posso dizer que saíu pior a emenda, que o soneto!
Chesapeake Shores superou, sem qualquer dúvida, Virgin River.
O problema, é que esta série, ao contrário de Virgin River, termina mesmo na sexta temporada, sem retorno.
E agora? Onde vou descobrir outra série que me prenda desta forma?
Enquanto Virgin River faz da toda a comunidade uma grande família, Chesapeake Shores centra-se mesmo numa família: os O'Brien.
E cada uma das personagens é cativante, de forma diferente.
Tal como Virgin River, Chesapeake Shores é uma cidade fictícia, ainda que exista, na realidade, a Baía de Chesapeake.
Em ambas as séries, as paisagens são deslumbrantes. Muitas das cenas de Chesapeake Shores, tal como as de Virgin River, foram filmadas na Ilha de Vancouver, no Canadá, em locais como Parksville e Qualicum Beach.
Outra ligação entre estas duas séries é a presença de alguns dos mesmos actores, ainda que em papéis mais secundários ou não tão relevantes. É o caso de Libby Osler, Teryl Rothery e Christina Jastrzembska.
E ambas nos deixam "viciadas", a ponto de devorar episódios e temporadas num curto espaço de tempo.
Até o riso de algumas personagens se entranhou em mim.

No entanto, são séries diferentes, com temáticas diferentes.
Chesapeake Shores centra-se no drama da família O'Brien, uma família que, de certa forma, se começou a desmoronar com a partida de Megan, a mãe, deixando os cinco filhos, alguns ainda pequenos, aos cuidados de Mick, um pai muitas vezes ausente, e da avó Nell, a matriarca que é o porto seguro de todos.
A série começa, após uma pequena introdução, na actualidade, muitos anos (15) após essa partida.
Agora, por motivos diferentes, todos os filhos parecem regressar às origens, tal como a mãe deles, e terão de aprender a perdoar, a superar o passado, e voltar a ser uma família unida, nos bons e nos maus momentos.
As primeiras temporadas exploram o romance entre Abby e Trace, também ele interrompido, quando Abby partiu para Nova Iorque sem se despedir. Agora, com ambos de volta a Chesapeake Shores, o inevitável acontece.
Abby é a primogénita, muito parecida com o pai, quer a nível de personalidade, quer em termos profissionais.
Divorciada e com duas filhas, volta a viver em Chesapeake Shores, mas nem tudo serão rosas.
É, dos cinco filhos, a personagem que gosto menos.
Bree é a filha escritora. Adora escrever, tanto como adora ler.
Com um bloqueio criativo, acaba por se mudar para Chesapeake Shores em busca de inspiração.
Vai ficar com uma livraria que ia encerrar portas, e escrever um livro baseado na sua família, que não irá agradar a todos os membros, gerando alguns conflitos mas, também, curando antigas feridas.
Não tem muita sorte ao amor, mas é uma mulher cheia de estilo. Aliás, o seu guarda-roupa foi destaque em toda a série.
É, juntamente com Jess e Connor, uma das minhas preferidas.
Jess é a filha mais nova, a que mais sofreu com a partida da mãe, e a menos disposta a perdoá-la.
É, sem dúvida, a minha personagem favorita!
É daquelas mulheres que sente tudo à flor da pele, em que tudo lhe sai pela boca antes, sequer, de pensar no que vai dizer. Erra muitas vezes, mas lança-se de cabeça. É uma pessoa natural, sem máscaras, genuína. Uma espécie de furacão ou "espalhas brasas". E linda!
As irmãs e a avó são o seu pilar.
É a personagem que mais irá evoluir ao longo da série.
Já Connor, é o incompreendido, e desvalorizado.
Muitas vezes, ao tentar provar o seu valor, e o seu mérito, toma atitudes precipitadas e impulsivas.
No fundo, ele só quer ser aceite pelo pai, com quem tem uma relação conturbada.
Também será das personagens com maior evolução.
Depois, temos Kevin, que é fuzileiro (outra semelhança com Virgin River), mas acaba por vir para casa, após um grave acidente, que o faz repensar toda a sua vida.
É o filho certinho e ajuizado.
A avó Nell representa a sabedoria, a paz, a união, o elo de ligção entre todos. O amor, o conforto, o carinho, os cuidados, os mimos.
Apesar de, a determinada altura, quase todos terem as suas próprias casas, é na casa da avó que se juntam, que fazem as suas refeições, que passam o tempo.
A série é recheada de boa música, ou não fosse Trace Riley um famoso cantor de música country, sendo Freefall uma das mais bonitas, e mais tocadas na série.
Mas toda a banda sonora é espectacular.
Ao longo das várias temporadas, muitas personagens novas vão chegar, mas há uma que não posso deixar de mencionar, pela sua personalidade, e por tudo o que esconde dentro de si: Evan Kincaid.
Um multimilionário adulto solitário, e com alguns traumas, que se esconde numa máscara de criança imatura, impulsiva, fútil e exibicionista quando, na verdade, tudo o que quer é alguém que goste de si, que o compreenda, e uma família que nunca teve. Mais uma vez a provar que nem sempre o dinheiro compra a felicidade, ou substitui tudo na vida.
Poderia passar aqui horas a falar da série.
Mas, em vez disso, vejam-na!



