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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

O ser humano é um "bicho" estranho e contraditório

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As pessoas, mediante determinadas situações da sua vida, tomam decisões que acham que as irão melhorar ou resolver mas, depois, acabam por não estar satisfeitas, e tomar novas decisões que as levam às situações de onde queriam sair. E torna-se uma "pescadinha de rabo na boca".

 

Por exemplo:

A excessiva disponibilidade leva-nos a ocupá-la com as mais diversas actividades que, quando percebemos, nos deixam sem qualquer disponibilidade, pelo que acabamos por abdicar delas, para voltar a ter disponibilidade e, logo em seguida, vontade de querer ocupá-la de alguma forma!

 

Não raras vezes, sentimo-nos sozinhos e acabamos por iniciar uma relação amorosa, para termos alguém ao nosso lado, com quem partilhar os momentos, os dias, as férias, os fins de semana, as noites. Mas, às tantas, de tanto estarem juntos, começam a sentir falta de tempo só para si, o que leva a que vá cada um para seu lado, voltando a estar sozinhos, até sentir falta de ter alguém, e voltar a repetir o ciclo!

 

Muitas pessoas vão para o ginásio para conseguir um corpo tonificado e bonito, para agradar ou ser mais fácil conquistar alguém. Quando o conseguem, acabam por deixar o ginásio de lado, porque há muito mais com que se ocuparem, e começam a perder o corpo de sonho, o que leva a que algumas vezes, a atracção deixe de existir, e as relações terminem. E logo vão para o ginásio de novo, para repetir todo o processo.

 

E, assim, sucessivamente, para as mais diversas situações e circunstâncias.

O ser humano é mesmo um "bicho" estranho e contraditório.

 

 

A indiferença do ser humano para com os que o rodeiam

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Estava, no outro dia, no carro, com o meu marido, a descer a rua do meu trabalho, quando vejo um senhor que costumava encontrar algumas vezes, quando ia levar a minha filha à escola.

O senhor tem dificuldades de visão. Não sei se será totalmente cego, mas vê muito pouco, e anda sempre com a sua companheira bengala branca, para saber, literalmente, onde pôr os pés.

 

Nesse dia, o senhor estava à beira da estrada, por sinal movimentada, e ora dava um passo à frente, iniciando a travessia para o outro lado da mesma, ora dava um passo atrás, provavelmente alertado pelo som dos carros que desciam a rua. Ainda fez isto duas ou três vezes, até decidir que era mais seguro ficar no mesmo sítio.

 

Dizia o meu marido que é triste, ninguém ajudar o senhor a atravessar a estrada.

É verdade.

As pessoas, hoje em dia, e cada vez mais, com as devidas excepções, tendem a pensar mais em si próprias, na sua vida, nos seus problemas, que nos outros.

 

É incrível a indiferença do ser humano para com todos aqueles que o rodeiam, nas mais diversas situações.

Muitas vezes, olhamos mas fingimos que não vemos.

Ou estamos com demasiada pressa para prestar ajuda a quem dela precisa.

Algumas vezes, achamos que haverá alguém que tome a iniciativa e, como tal, não temos que nos preocupar.

Não raras vezes, até manifestamos, em pensamento, a intenção de agir, mas não passa mesmo do pensamento.

Outras, simplesmente, pensamos em nós mesmos.

 

 

A propósito, vi um vídeo esta semana, em que uma mulher, no comboio, deu o seu lugar a um senhor idoso, depois de os restantes passageiros olharem para ele de lado, ignorando-o, ficando ela de pé por várias horas. Só mais tarde, quando o revisor indicou à senhora um lugar vazio noutra carruagem, perceberam que a própria também tinha dificuldades de locomoção e, ainda assim, tinha feito aquilo que mais ninguém fez.

E, na realidade, já me deparei, por diversas ocasiões, com assentos livres, ou meramente ocupados por malas, mochilas ou qualquer outra coisa, e não deixarem ninguém sentar-se, ou afirmar que os lugares estavam guardados!

Ainda este verão, num dos dias em que íamos no autocarro, iam várias pessoas em pé, quando havia um lugar livre. Mas a pessoa que estava no assento ao lado, em nenhum momento, se chegou para o outro, ou deu passagem para alguém se sentar.

 

 

Infelizmente, a indiferença e inacção manifestam-se das mais variadas formas, e nas mais diversas situações, muitas vezes para com aqueles que mais precisavam que reparássemos neles.

Seja por preguiça, por egoísmo, por desprezo ou, simplesmente, porque esperamos que alguém faça aquilo que, a nós, não nos apetece muito...

 

 

 

A Raposa e a Criança

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O meu marido, enquanto eu despachava umas coisas em casa, lembrou-se de ir ver este filme.

Confesso que só fui vendo umas cenas depois de mais de meia hora de filme, e que durante esse tempo o meu marido ia adormecendo, de tão parado que era!

 

 

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Mas a raposa era, de facto, linda! E muito protectora com os seus filhotes "raposinhos".

Segundo me relatou o meu marido, a raposa passou por alguns momentos complicados e de perigo, tal como as suas crias. A criança, desde o início tentou travar amizade com a raposa e conquistá-la, uma tarefa difícil mas que, ao fim de algum tempo e bastante persistência, foi conseguindo.

 

 

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Portanto, podem imaginar as cenas ternurentas que se seguiram entre estes dois seres solitários que, de certa forma, partilham o mesmo espaço - a floresta.

Claro que, dramáticos como somos, o meu marido disse logo que no fim ia acontecer alguma coisa à raposa. Só que o perigo, que poderia ter vindo de linces, águias, ou qualquer outro animal daquele habitat, veio de onde menos se esperava: da própria criança!

Daquela em quem a raposa, pouco a pouco, foi confiando.

 

Não foi por mal, claro, mas só mostra porque é que é tão difícil para os animais, confiar em nós, humanos. Porque nós, simplesmente, não os respeitamos nem, muitas vezes, pensamos neles. A criança queria uma amiga, uma companheira, um animal de estimação, com quem pudesse brincar, que estivesse sempre à sua disposição.

E, por isso, atraiu-a até ao seu quarto, e fechou-a lá dentro. A raposa, habituada à liberdade, vendo-se enclausurada, começou a tentar encontrar uma saída, enquanto ia derrubando e partindo tudo à sua volta, até que salta pela janela fechada, partindo-a e cortando-se nos vidros, acabando por cair no chão, de uma altura de vários metros, inanimada.

 

A moral da história que a criança, na actualidade, adulta, explica ao seu filho é que amar é diferente de possuir.

A lição que eu tiro é que são vários os perigos que os animais correm nos seus habitats, mas o mais mortífero não está aí - está no ser humano!

 

Felizmente, a raposa conseguiu sobreviver e, diria até, perdoar a criança.

Eu, no lugar da raposa, nunca voltaria a confiar nela, nem tão pouco a quereria ver novamente à frente!

Porque é que temos tendência para pensar sempre o pior?

 

 

Quem me conhece já sabe que não costumo ser uma pessoa muito positiva dependendo, obviamente, da situação em si, e das circunstâncias. 

Há quem considere que isso é um grave defeito, mas eu prefiro ser "realista" e ter os pés bem assentes na terra, do que sonhadora e viver num mundo que só existe nos nossos sonhos.

Claro que, quando as coisas acontecem aos outros, tento sempre puxar pelo meu positivismo, ou desvalorizar a gravidade das situações. Mas quando me diz respeito, ou mais precisamente, à minha filha, vejo-me várias vezes a pensar o pior.

O episódio de ontem só veio comprovar esta teoria.

A minha filha tem o hábito de me ligar quando sai da escola, e quando chega a casa, para eu ficar mais descansada. Ontem, como sempre, ligou quando estava a sair. Como estava entretida com o trabalho, nem reparei nas horas, até porque algumas vezes ela liga um bom bocado depois de chegar a casa.

Entretanto, recebo uma chamada do meu pai a perguntar pela minha filha, porque ainda não tinha chegado a casa. Activou-me logo o botão "alerta vermelho"!

Já tinha passado mais do dobro do tempo que ela leva no caminho da escola a casa. Liguei logo para ela. Tinha o telemóvel desligado! 

Ainda com algum poder de discernimento, lembro-me de ligar para o meu marido, para saber se por acaso ela estaria com ele. Não me atendeu.

A esta altura já eu estava numa pilha de nervos, a pensar o pior!

Felizmente, ao fim de uns minutos, a minha filha ligou-me a dizer que estava a chegar a casa. Afinal demorou porque esteve à espera de uma colega de turma, para ver se vinha com ela e com a mãe para casa de carro, mas acabou por não ter boleia. Não passou de um valente susto.

Mas porque é que o ser humano tem tendência para pensar ou esperar sempre o pior? Será um mecanismo de defesa? Querer estar mentalizado ou preparado para a pior das hipóteses, para não ter surpresas? Não se iludir para não se decepcionar? Não criar muitas expectactivas para não correr o risco de vê-las cair por terra? Será o pessimismo uma característica enraizada na personalidade de algumas pessoas?

Talvez um pouco de tudo isso. E daquilo que nos rodeia, do mundo em que vivemos, daquilo que presenciamos, ouvimos ou conhecemos. 

Mas tenho para mim que até as pessoas mais positivas sentem, de vez em quando, medo, dúvida e apreensão, e vêem-se, algumas vezes, confrontadas com o seu lado mais negativo, ainda que jurem a pés juntos que isso nunca acontece. E, da mesma forma, embora o possam negar, as pessoas mais negativas também têm esperança, sonhos e expectativas, e conseguem pôr o pessimismo de parte em algumas ocasiões!  

 

 

Na vida, nem sempre há objectividade ou clareza

 

Nem tudo é sempre, e apenas, preto ou branco.

Nem sempre não tomar o partido de alguém, significa estar contra esse alguém.

Nem sempre somos totalmente bons e honestos, nem irremediavelmente maus e vigaristas. 

Na vida, nem tudo é claro como a água, nem tão objectivo e inquestionável como 2 + 2 ser igual a 4.

 

Entre dois caminhos, existe uma infinita variedade de atalhos, pelos quais podemos enveredar, e que tornam o ser humano, um ser mais complexo, com uma personalidade nem sempre fácil de compreender...