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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Desafio de Escrita do Triptofano #10

O adivinhador de sonhos

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No reino de Natura, havia um menino a quem chamavam o "adivinhador de sonhos", porque ele costumava, através das suas bolhas de sabão, imaginar os sonhos daqueles que o rodeavam, ainda que, raramente, acertasse em algum.

Mas ele não desistia e, por onde passasse, levava sempre consigo o que precisava, e distribuía bolhas coloridas pelo ar.

 

Um dia, ao passar por umas flores, ouviu a conversa entre estas, em que uma dizia às outras "Ah, como eu queria...", e logo o menino interrompeu, afirmando:

- Espera, não digas! Vou tentar adivinhar! 

 

E, ao formar a primeira bolha, disse:

- ... como tu querias ser uma Sakurasou (que simboliza “desejo” e “amor duradouro”), e ser apreciada num dos mais belos jardins japoneses!

 

Algumas flores riram-se de tal ideia, e disseram-lhe que tinha que apurar mais o seu poder.

O menino tentou de novo.

- ... como tu querias ser uma flor exótica, como a Alamanda, e estar agora na imensa floresta amazónica!

 

Perante a expressão que as plantas fizeram, percebeu que tinha errado de novo.

E, de novo, fez mais uma bolha.

- ... como tu querias ser um Saguaro e habitar no Deserto de Sonora.

 

- Oh rapaz, estás muito longe de acertar. Deixa-te disso.

- É desta, responde ele! - fazendo surgir uma bolha ainda maior no ar

... como tu querias ser uma King Protea, exuberante, de cores vivas, e deslumbrares os visitantes do jardim botânico Kirstenbosch da Cidade do Cabo!

 

E logo fazendo mais uma bolha, antes que lhe dissessem que continuava a errar:

- ou ser uma daquelas belíssimas tulipas num dos campos da Holanda!

 

Expectante, olhando para a flor, na esperança de, finalmente, ter acertado, compreendeu que a tarefa era mais difícil do que tinha imaginado.

A flor, com pena do menino, que tanto se esforçou, explicou-lhe então:

- Sabes, esse é o grande problema de vocês, humanos.

- Pensam sempre em coisas grandiosas, vistosas, famosas.

- Querem sempre viajar para ali, para acolá, achando que aqui nunca encontrarão nada que vos agrade.

- Eu sou o que sou, e como sou. Não quero ser outra. Gosto de mim assim. E gosto de estar aqui. 

- Quem me conhece, e está comigo, também me aceita como sou.

- O que eu estava a dizer, quando me interrompeste, era como eu queria que vocês, humanos, dessem mais valor àquilo que está mesmo à vossa frente, por mais insignificante que vos possa parecer.

- À simplicidade.

- Que percebessem que também podem ser felizes, sonhar e viajar, conhecendo o lugar onde estão, antes de ir para outros.

 

O menino, muito admirado com o discurso da flor, acabou por admitir que ela tinha uma certa razão.

- Já sei! - disse o menino

- Vou fazer mais umas bolhas. E nelas, vou "enviar" tudo o que de bom temos aqui no reino. 

- Assim, as pessoas que as virem no ar, ficam a conhecê-lo. Quem sabe não nos transformamos num destino turístico como os que há por esse mundo fora!

 

Pensa a flor, para com as suas folhas:

- Santo deus! Não percebeu nada!

 

 

Texto escrito para o Desafio de Escrita do Triptofano

 

Também participam:

Maria Araújo

Bruno

Triptofano

Maria

Bii Yue

Ana D.

 

 

 

 

 

 

 

Festival Eurovisão da Canção: A História dos Fire Saga

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Estava curiosa para ver este filme, sobre o Festival da Canção, onde Salvador Sobral iria fazer uma participação especial.

Sabia que era uma comédia, que não é o meu estilo favorito. Quando vi que o filme tinha uma duração de 2 horas e meia, assustei-me.

Mas fui-me deixando-me levar. E não dei por passar o tempo. Quando dei por isso, já estava a acabar.

 

Como comédia, é muito fraco, forçado e poucas cenas tem, que me façam rir.

Também não é propriamente uma história sobre o festival da canção que, aqui, serve apenas de fundo para uma comédia romântica.

Às tantas, aparece-nos no ecrã, sem qualquer propósito, que não seja dar destaque aos participantes do Festival da Canção, Jamala, Conchita, Netta, Alexander Rybac e John Lundvik.

Também Salvador Sobral tem direito a uma participação neste filme, mas ao seu estilo, com simplicidade, e beleza.

Demi Lovato interpreta a candidata favorita a representar a Islândia no Festival da canção mas, confesso, só soube que era ela quando vi o elenco! 

Gostei de algumas das músicas, e imaginei-as como candidatas ao festival, ou mesmo como hits das rádios. Melhores que muitas que por aí andam, ou que por lá já passaram.

 

Sobre a história:

Lars é um miúdo que cresce com um único sonho na vida: representar a Islândia no Festival da Canção, e pisar o grande palco. E, se possível ganhar. 

Nesse sonho, acompanha-o a sua amiga Sigrit, uma menina que adora cantar e que, à medida que cresce, se vai apaixonar por Lars.

Juntamente com Lars, vão formar a banda Fire Saga, que é totalmente descredibilizada e ridicularizada pelos islandeses.

Sigrit tem talento, mas falta-lhe cantar com alma e paixão. Todos acham que o caminho dela seria mais feliz se se afastasse de Lars. Mas ela fá-lo por ele, e para que ele possa realizar o seu sonho.

Já Lars, está tão focado da Eurovisão, que não vê mais nada à frente. Ele compõe, ele confecciona as roupas, ele escolhe os arranjos e os temas, ele imagina cenários, enfim, ele trata de tudo, e Sigrit segue-o nessa aventura.

Até ao dia em que tudo muda.

Sigrit é uma artista, no verdadeiro sentido da palavra. Lars é uma criança com mau perder, e que não sabe lidar com as contrariedades. Isso vai afastá-los, e deitar tudo a perder, com a mãozinha dos vilões da história, claro.

Portanto, como comédia romântica, não está mau de todo, embora não seja nada por aí além, como outras que já vimos.

 

Sendo assim, bem espremido, o que se pode tirar do filme?

Algo tão simples e tão importante, que devemos aplicar em tudo na vida:

- em qualquer relação, deve-se rumar no mesmo sentido, trocar opiniões, chegar a um consenso ou entendimento, ouvir os dois lados, para que as coisas resultem

- por vezes, estamos tão obcecados com um determinado objectivo pessoal, que arrastamos todos connosco sem, por um momento, pararmos para olhar se essas pessoas não terão, também elas, os seus próprios objectivos e sonhos, se não estamos a ser egoístas, se não estamos, em nome de uma obcessão, a arruinar algo muito melhor que, e que nos pode fazer mais felizes 

- por vezes, aquilo que realmente importa, está nas coisas mais simples

- é bom vencer, mas não é tudo na vida, e aquilo que para uns é uma derrota pode ser, para outros, um conjunto de pequenas vitórias muito melhores de saborear

- a melhor música, é aquela que se canta com o coração, com alma, com sentimento

 

E acho que esta música, uma verdadeira candidata a um próximo festival da canção, que já está na minha lista das favoritas, resume tudo o que acabei de mencionar.

 

 

Pessoas com quem me vou deparando por aí

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Os "nobres"

Pessoas que agem como se fossem da nobreza real, cheios de manias. Que tentam exibir a sua imensa cultura, e gostos refinados. Pessoas que gostam de levar uma vida de luxo. E que sabemos que não têm onde cair mortos, e estão atolados em dívidas. Mas nem assim perdem a pose, e abandonam o personagem! 

 

Os "palhaços" (sem ofensa para os verdadeiros)

Pessoas que se mostram, falsamente, simples e sem manias, quando basta abrirem a boca para se perceber que estão cheios delas. Pessoas que, pela educação que tiveram, deveriam agir de outra forma mas acabam por parecer apenas palhaços, sem noção dos disparates que dizem.

 

Os "simples"

Educação é um princípio que praticam diariamente, porque assim foram habituados. Apesar dos títulos e condição financeira acima da média, relativamente ao comum dos mortais, não deixam que isso afecte a forma como agem, e interagem com as pessoas, revelando verdadeira simplicidade.

 

 

 

Numa Floresta Muito Escura, de Ruth Ware

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Quem é que decide fazer a sua despedida de solteira numa floresta muito escura, sem qualquer forma de contacto com o mundo, numa casa totalmente isolada da civilização, e que mais parece um palco, onde os convidados têm de actuar para o público lá fora, que os vê através dos inúmeros vidros que substituem as paredes?

Quem é que decide convidar uma amiga, com quem não tem qualquer contacto há mais de 10 anos, para a sua despedida de solteira. Apenas para a despedida de solteira, quando todas as restantes foram convidadas para o casamento? 

 

Flo é a organizadora do fim-de-semana destinado à despedida de solteira da sua melhor amiga, Clare. É também sobrinha da dona da casa da floresta. Ao longo da história, Flo irá revelar-se demasiadamente obsessiva em relação a Clare, e agressiva com os convidados perante a possibilidade de alguma coisa não correr como tinha planeado, e estragar o momento à amiga. Parece, em muitos momentos, uma mulher um pouco desequilibrada.

Nina é uma amiga comum de Clare e Nora, também convidada para esta despedida de solteira.

Tom é amigo de Clare, e desconhecido de Nina e e Nora. Foi convidado porque é gay, daí ser o único homem no meio de mulheres.

Melanie é uma amiga de Clare, já casada e com um bebé de poucos meses. Será a primeira a abandonar a casa, sob o protesto de Flo.

Clare é a noiva, que decidiu convidar Nora porque tem algo para lhe contar, que tinha que ser dito pessoalmente.

Nora é a amiga com quem Clare não falava desde há muitos anos. É também a ex-namorada do noivo de Clare. Um namoro que terminou de forma misteriosa, e que levou ao corte de relações com ambos.

 

Por entre álcool, drogas, actividades insólitas para despedidas de solteira como a carreira de tiro, e um tabuleiro ouija, que parece alertar para algo de errado que está prestes a acontecer, a única coisa que sabemos, no início, é que, por algum motivo, Nora está ferida no hospital, e um crime ocorreu, tirando a vida a alguém.

 

Todos são suspeitos. Todos estavam lá. Todos parecem ter algo a esconder. O que terá acontecido?

 

Um excelente livro que mostra que, com uma história simples, se pode criar um bom enredo e cativar leitores!

Átoa em Mafra - um concerto espectacular!

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O Festival do Pão terminou em grande com o concerto dos Átoa!

Já tinha tido oportunidade de os entrevistar duas vezes, uma para a Blogazine, e outra para o meu blogue, mas desta vez pude vê-los ao vivo e conhecer melhor as suas músicas.

Chegámos mesmo em cima da hora, e conseguimos encontrar um bom lugar perto do palco, e com bastante espaço. Embora, olhando para trás de nós, víssemos imensa gente a assistir, ali à frente onde estávamos, víamos bem, e sem aquela sensação de "sardinha em lata", nem empurrões.

 

 

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Só pelo ambiente calmo e descontraído, apesar de ser domingo e no dia seguinte ir trabalhar, já estava a valer a pena.

Músicas como "Menino D'Ouro", "Miúda Do Terceiro Andar" ou "Idade dos Inquietos" não faltaram. O público sabia de cor a letra das músicas e esteve sempre animado, e em interacção com a banda.

 

 

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Os momentos mais calmos vieram logo depois, com "Sinto" e "Pouco de Sol".

 

 

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Mais para o final, não poderiam deixar de tocar o sucesso "Falar a Dois" e de nos brindar com o novo tema "A Cada Passo".

 

 

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O tempo passou num instantinho, e o concerto chegou ao fim, mas o público não os deixou ir embora sem uma última música. Tivemos direito a duas, entre as quais "Distância", também já nossa conhecida.

 

 

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Não tendo sido um concerto com grandes efeitos visuais, teve o mérito de brilhar pela simplicidade dos membros da banda que, sem grande aparato, conseguiram chegar ao público, com a sua humildade, e proporcionar-nos quase duas horas de boa música portuguesa.

O pior foi quando tivemos que enfrentar uma fila enorme para conversar com eles e dar os parabéns pelo espectáculo. Os fâs eram mais que muitos! Mas conseguimos tirar a nossa foto da praxe!

 

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