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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sinceridade, ou sede de protagonismo?

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Não sou fã da Bárbara Bandeira.

Gosto de algumas músicas. Assisti uma vez a um concerto dela. 

Mas pouco a conheço. 

Também não tenho nada contra a moça. 

 

Sei que era amiga da Sara Carreira. E sendo uma das melhores amigas, quando aconteceu o acidente, achei normal a Bárbara fazer uma homenagem a ela.

No entanto, tudo o que é demais perde o sentido. E ela, era publicar vídeos uns atrás dos outros, momentos íntimos entre as duas, as últimas imagens antes da morte, tatuagens e afins, que acabavam por banalizar a tristeza da situação, e desrespeitar a dor e o luto.

Eu também sou daquelas que gosta de homenagens, mas uma verdadeira e sentida, basta. 

Na altura, falou-se que a Bárbara estaria a tentar alcançar protagonismo, à custa da morte da amiga.

Não quis acreditar que assim fosse.

O assunto morreu.

 

Há dias, soube que outra das suas amigas, a Angie Costa, está à espera do primeiro filho.

E lá surge a Bárbara Bandeira, de novo, a fazer homenagens ao bebé, a organizar o babyshower e a publicar vídeos do mesmo. 

Atrevo-me a dizer que esse bebé está mais associado à Bárbara, que aos próprios pais!

 

A questão é se a mesma fará as coisas com sinceridade, ou por sede de protagonismo.

Serão os media a ir buscar todas estas coisas às redes da protagonista, e a divulgá-las para aumentar o efeito da notícia?

Ou será a protagonista a fazer questão de divulgar, para colher alguns frutos que dessa árvore possam cair?

Como lidar com alguém que tem cancro?

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O cancro é uma doença bastante conhecida e, atrevo-me a dizer, muito temida e odiada por todos nós.

Ela é responsável por levar muita gente desta vida. Familiares, amigos, conhecidos...

E, se é verdade que nem sempre mata, e é possível vencê-la, uma vez, e outra, se for preciso, também é verdade que, por vezes, leva a melhor. E quando não é ela própria, é o "rastro" que ela deixa. Como se costuma dizer, muitas vezes, não se morre da doença, mas da cura.

 

Claro que, quando uma pessoa recebe um diagnóstico destes, muita coisa lhe passa pela cabeça. Acredito que deva ser uma mistura de sentimentos contraditórios. Por um lado, quer lutar e acredita que pode vencer. Por outro, só a palavra por si só é suficiente para a pessoa achar que está condenada, e nem lhe apetecer lutar, numa guerra que já está perdida, à partida.

Acredito que, da mesma forma que a pessoa vai buscar forças que nem imaginava que tinha, também se vai depressa abaixo, noutros momentos.

Além disso, suponho que tenha dois pesos em cima de si. O de ganhar coragem para a sua luta, e o de transmitir coragem a quem a rodeia. Mostrar, muitas vezes, aquilo que os outros esperam. 

 

Mas, pergunto-me, o que será que uma pessoa diagnosticada com cancro espera de quem a rodeia? De quem está ao seu lado? 

Lembro-me de ir visitar a minha tia. De lhe dizer que não podia estar a pensar de forma negativa. Que não deveria pensar que ia deixar as filhas, os netos. Porque é o que se espera que digamos. E porque queremos que assim seja. Mas, não estaremos a enganar-nos, a nós, e à pessoa?

Lembro-me de a ver chorar, resignada, por aquilo que sabia que a esperava, embora fosse suposto nós dizermos o contrário, e ela ter que mostrar que sentia o contrário, para não nos incomodar, e deixar ainda mais tristes. Mas, no fundo, ela sabia. E partiu pouco tempo depois.

Uma vizinha nossa, também a lutar contra um cancro, sempre que a via, estava com um ar abatido, de lágrimas nos olhos, ciente do seu destino. Os médicos diziam que era tratável, que tinha cura. Pois... mas a medicação excessiva para essa cura acabou por lhe tirar a vida. 

Ainda que cada uma das pessoas que falasse com ela lhe desse força, lhe quisesse tirar os pensamentos negativos da mente, e acreditar que tudo iria correr bem.

No fundo, parece que estamos a enganar a pessoa, a dar-lhe falsas esperanças. A dizer e mostrar algo em que nem nós acreditamos. Portanto, uma farsa.

 

Assim, de que forma nós, que estamos do outro lado, devemos lidar com pessoas com cancro? 

Com positivismo? Com realismo? Com fingimento? Com sinceridade?

A pessoa diagnosticada preferirá frases feitas, ainda que quem as pronuncia não acredite muito nelas? 

Preferirá verdade?

De que forma podemos ou devemos apoiá-la, sem pintar um quadro negro derrotista, mas também sem mascarar a situação, enchendo-a de uma cor que não tem?

Ainda que encaremos, pra nós, a situação de uma forma realista, devemo-la expôr? Ou ficar em silêncio?

Devemos andar ali com "paninhos quentes", e "pezinhos de lã"? Ou mostrar que a batalha é dura, poderá não ser ganha, mas estamos ali, para o que for?

 

A frase que mais se adequa à minha forma de pensar, e que me vem logo à mente, é "Always expect the best, prepared for the worst...", ou seja, esperar sempre o melhor, mas estando, ao mesmo tempo, preparado para o pior.

Quer quem está a passar pela doença, quer para quem está do outro lado.

 

Mas só quem já passou por isso, ou quem está a passar, poderá dizer aquilo que, verdadeiramente, quer e espera de quem está ao seu redor.

 

 

Quantas hipóteses podemos/ devemos dar ao amor e às relações?

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Tantas quantas as que forem precisas, e que consideremos que vale a pena dar, se o amor ainda existir e a relação tiver hipóteses de se salvar.

Ainda quem nem sempre o amor tenha a força suficiente para, por si só, manter uma relação, ele tem que existir. Caso contrário, nenhum "remendo" que se tente colocar para manter duas pessoas unidas resultará.

Pode até colar temporariamente mas, à primeira adversidade, lá se descola tudo.

Ou, então, é daquelas colas tão fracas que, mal se coloca, escorrega, levando tudo o que era suposto colar com ela.

 

Por isso, como dizia, tem que existir ainda amor.

Depois, é necessário que haja amizade. E esse é um requisito que nunca se deve ignorar nem pôr de parte, quando se vive uma relação amorosa. Porque se as pessoas se deixam de ver como amigas, faltará tudo o resto. 

Respeito. Porque quando este não existe, não há base de sustentação. Quando o respeito dá lugar ao desdém, ao desprezo, aos insultos gratuitos, não há relação que resista.

Honestidade e sinceridade. Não adianta esconder aquilo que se sente. Acumular. Guardar para si. Porque, mais cedo ou mais tarde, rebenta e provoca estragos, por vezes, irreversíveis.

E isso leva a outro requisito fundamental: conversar. Conversar para perceber em que ponto está a relação, o que pode ser mudado, e o que pode ser aceite, por cada um.

Verdade. Para consigo próprios. Este é, talvez, o ponto mais difícil. Porque, por vezes, a verdade é aquela que tentamos a todo o custo evitar. É aquela que está à frente dos nosso olhos, mas que não queremos ver e, por isso, vamos olhando para os lados, contornando-a. É aquela que a nossa mente já sabe de antemão, mas que o nosso coração insiste em desmentir, ou desvalorizar.

Ou então, pode ser um elo fundamental para dar o empurrão que faltava, para que a relação engrene e encarrile de vez.

 

Mas nunca devemos ter como base, para essa nova hipótese, qualquer outro argumento como:

- o medo de ficar só

- o medo de não voltar a encontrar o amor 

- a tristeza e frustração que o fim de uma relação, na qual se investiu tudo, implica

- questões financeiras

- a existência de filhos, ou animais de estimação

- a habituação à convivência e partilha de um mesmo espaço

- a dependência emocional

- aquilo que os outros vão dizer ou pensar

- qualquer outra razão que não se baseie, unica e exclusivamente, naquilo que realmente mantém uma relação viva em todos os sentidos

 

Todos podemos/ devemos dar as hipóteses que considerarmos necessárias a uma relação, se acharmos que vale a pena lutar por ela, e que poderá haver futuro.

No entanto, também chegará o momento em que temos que perceber que, por vezes, essas hipóteses são apenas um adiar do inevitável. 

E, quando estivermos nessa linha, não valerá a pena passá-la, enganando não só a nós próprios, como também a quem está connosco.

 

Antes uma verdade sincera, que mil desculpas esfarrapadas

Vendas - As desculpas mais esfarrapadas que existem! | Blog ...

 

Por vezes, tenho a sensação que as pessoas têm medo de ser sinceras, mesmo quando está à vista de toda a gente, que estão, descaradamente, a enganar os outros.

Quando os seus gestos desmentem as suas palavras.

Até mesmo quando lhes abrimos, de certa forma, o caminho para a verdade, insistem em vir com desculpas que não convencem ninguém.

Mas acham que nós acreditamos nessas desculpas. E nós, fingimos que acreditamos, até ao dia em que não conseguirmos mais fingir.

Pessoalmente, prefiro uma verdade sincera, que mil desculpas esfarrapadas, que apenas atiram areia para os olhos, mas não nos impedem de ver a realidade.

 

E a realidade é que, quando partimos todos do mesmo nível, ou parecido, parece fazer sentido unir esforços para uma finalidade conjunta, um objectivo comum.

Mas, quando uma das partes começa a crescer, a mudar, a expandir, a tornar-se demasiado importante e famosa, talvez comece a pensar que, aquilo que outrora era um complemento, é agora algo que não se enquadra, que se torna pouco relevante ou, até, desnecessário.

Está no seu direito. Não existe nenhum contrato, nem nenhuma "obrigação".

Mas não custava nada dizê-lo à outra parte.

 

É totalmente estúpido continuar a levar as coisas adiante, a pedir colaboração, muitas vezes em cima da hora e com pouco tempo para, depois, arquivar sem dar uso, ou deitar ao lixo.

Não faz sentido. É perda de tempo, e esforço, para ambas as partes.

Que poderiam ser encaminhados noutras direcções, com maior proveito e utilidade.

Do valor da amizade

Foto de Marta E André Ferreira.

 

A verdadeira amizade supera tudo!

E deve ser preservada, acima de qualquer outra coisa.

Por isso, lutem por ela. Não fiquem, simplesmente, a vê-la desmoronar-se, como se tudo o que construíram não tivesse qualquer significado.

Esqueçam o futuro, e vivam o presente, porque é a única coisa certa que têm!

Sejam sinceros, honestos, verdadeiros. E tudo se resolverá, se ambos quiserem lutar, se acharem que vale a pena lutar!