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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Vacinação Covid-19: agendamento pelo SNS ou auto-agendamento?

Plano de vacinação contra a Covid-19 – SNS

 

Desde o início da vacinação que se tem assistido a uma "corrida" às vacinas.

Por vezes, com recurso aos mais diversos estratagemas, trafulhices, chico-espertices.

Isto, quando ainda existia apenas o método de contacto, pelo SNS, consoante a idade e determinados problemas de saúde.

 

Mais recentemente, com a disponibilização do agendamento, por parte dos utentes, por faixas etárias, foi a loucura!

Andava toda a gente a agendar, e a anunciar aos quatro ventos que tinha a vacina marcada, como se tivessem ganhado o Euromilhões, tal o entusiasmo e felicidade.

Agendadas com extrema rapidez, acabou por fazer com que estas pessoas conseguissem ser vacinadas antes de muitas outras, de grupos que deveriam ter prioridade, serem chamadas.

E, com esta possibilidade, veio a pergunta que todos andam a fazer, a toda a gente:

"Então, já agendaste a vacina?"

 

No meu caso, há cerca de duas semanas que o auto-agendamento está disponibilizado para a minha faixa etária. 

Já perdi a conta as vezes que me fizeram a dita pergunta.

Não. Não agendei. E nem foi preciso!

Ontem, recebi no telemóvel a dita mensagem do SNS, a marcar a vacina para domingo.

Ou seja, não há um grande desfasamento entre uma ou outra forma de agendamento.

As coisas estão a acelerar, com a ameaça de uma quarta vaga a atingir o pico daqui a um mês, a época de férias à porta, e a necessidade de travar o mais possível um regresso ao indesejado confinamento.

 

De qualquer forma, tenho notado que, mais do que o receio da doença em si, muitas pessoas têm aderido à vacinação, até mesmo as que, antes, tinham recusado a vacina, mais por pressão dos que os rodeiam, por receio de futura discriminação e/ou represálias, por receio de futuras dificuldades no acesso a determinadas ofertas de trabalho, ou acesso a estabelecimentos de ensino, por impedimento ou restrições a determinadas acções que, agora, exigem vacina e/ou certificado de vacinação.

 

Já sabemos que existem extremistas em todo o lado e, se é verdade que há movimentos extremistas antivacina, começa também a haver movimentos extremistas contra quem opta por não ser vacinado.

Ainda no outro dia, alguém dizia "Quem não leva a vacina devia ser despedido!".

E já se começam a atirar as primeiras "culpas" para cima desta minoria. Há um surto? A culpa é daqueles que não estão vacinados!

Como se quem tem a vacina não pudesse também apanhar o vírus e contagiar os outros.

Portanto, estão a ver a escalada e as proporções que isto pode tomar.

 

Acima de tudo, as pessoas devem levar a vacina por vontade e desejo próprio, bem esclarecidas e informadas quanto às suas dúvidas e receios, e sem pressão.

Seja por agendamento do SNS, ou por auto-agendamento que, à velocidade a que o processo está a decorrer, parece-me que, salvo raras excepções, não se justifica, em termos de diferença temporal.

 

 

 

 

 

Há falta de médicos em Portugal?

 

Diz-se que Portugal tem "doutores" a mais.

Mas, ao que parece, nesses ditos "doutores", deve haver uma grande falta de médicos, já que uma das medidas anunciadas, pelo ministro da saúde, para melhorar a resposta nos centros de saúde e diminuir a afluência às urgências dos hospitais no SNS, foi recorrer a médicos reformados!

Para isso, tornam-se necessárias alterações à lei. Como diz Paulo Macedo, está a ser “ultimada a legislação no sentido de dar novas possibilidades de contratar médicos reformados, por exemplo, não lhes exigindo um horário de 40 horas integral mas flexibilizando essa prestação”.

De acordo com o ministro, esta possibilidade tem vindo a ser negociada com o Ministério das Finanças
porque, “claramente trata-se de uma excepção relativamente aos reformados do nosso país mas que nos parece que, face às necessidades das pessoas, se justifica”.

Será que, realmente, se justifica? E em que sentido?

Justifica-se porque é, de facto, necessário contratar médicos e não temos entre nós outros médicos dispostos a trabalhar nas condições propostas, ou suficientemente competentes para os cargos? Ou porque é mais conveniente para o Estado, e nem sequer ponderaram contratar médicos ainda no activo, ou à espera de uma oportunidade para exercer aquilo para que estudaram?

E, já agora, se se justifica abrir uma excepção à regra, e contratar profissionais reformados, face às necessidades das pessoas, no caso da saúde, por que não se justifica também para aqueles que, apesar de reformados, ainda se sentem úteis e capazes de trabalhar?

E como é que vão proceder em relação à reforma e ao pagamento pelos serviços prestados desses médicos reformados. Será que, justificando-se a excepção à regra, se justifica também a acumulação de uma e de outro? Ou suspenderão a reforma enquanto estiverem ao serviço do Serviço Nacional de Saúde? E, se se justifica para estes, porque não para aqueles a quem a reforma mal chega para sobreviver, e que arranjam um trabalho para compensar?

Aí já não têm interesse as necessidades das pessoas?