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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Histórias Soltas #21: A espera

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Ali estava...

Era um dia quente. Quente demais.

Apesar de se manter ali na sombra, depressa o edifício deixaria de tapar o sol, que já espreitava.

E, depois, não teria como se proteger.

Já sentia os raios em cima de si. A escaldarem-lhe o corpo.

Mas não podia fugir.

 

Olhar para o edifício ajudava a dar a sensação de frescura, por ser escuro, ao contrário do céu, que parecia irradiar ainda mais calor.

No entanto, piorava a sua vertigem. 

Estar cá em baixo, a olhar para um edifício como aquele, alto e imponente, mesmo à sua frente, era uma sensação estranha. 

Claustrofóbica.

 

Como queria estar no meio de uma floresta, numa cascata, numa lagoa qualquer, no meio da natureza.

Mas da natureza, a única coisa que avistava era os pássaros que, indiferentes ao calor, faziam a sua dança, e as suas corridas pelo ar.

 

Olhava para o relógio.

Ainda nada.

A espera adivinhava-se longa.

Mas não havia nada que pudesse fazer.

A não ser, esperar...

 

 

 

 

 

Migrantes ou vítimas de tráfico humano

(e como a sombra da morte os acompanha sempre)

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Há algo que é inevitável neste mundo: qualquer pessoa que não esteja bem no país onde vive, tentará a sua sorte noutros, que lhe pareçam melhores, seja quais forem os motivos que levaram a tal.

Só que nem sempre o conseguem fazer legalmente e, quando assim é, resta-lhes comprar a travessia, para a promessa de uma vida melhor. Travessia que não cobre riscos, acidentes ou até a morte de quem a compra.

É também esse desejo de melhores condições de vida que leva a que muitas pessoas apostem tudo em propostas de trabalho que, mais tarde, se revelam falsas, funcionando apenas como isco para o tráfico humano.

 

Assim, sejam migrantes ou vítimas de tráfico humano, sejam eles transportados em barcos, em contentores ou outra forma de transporte clandestina, uma coisa é certa: a sombra da morte acompanha-os sempre. E, em último caso, é com a própria vida que pagam o sonho e a esperança, que os levou a arriscar a partida, em busca de algo melhor.

 

Se, no caso dos migrantes, eles já têm a noção de que estão a participar numa missão arriscada, que pode correr mal, no caso das vítimas de tráfico humano, o choque com a realidade é maior, porque é algo que, certamente, nunca ponderaram vir a ocorrer.

 

As causas são muitas, mas todas têm um ponto comum: falta de condições humanas para transportar essas pessoas em segurança. 

As mais frequentes são afogamento, desnutrição, calor ou frio excessivo ou falta de oxigénio.

Muitas vezes, por abandono por parte de quem faz o transporte, e demora das autoridades em encontrar o local exacto onde se encontram, em tempo útil, e determinante para fazer a diferença entre a vida e a morte.

 

 

 

Imagem: euronews

 

RX - Embaixador

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Os Embaixador, um trio que promete dar cartas no rock português, e cujo álbum de estreia - "Sombra" - foi lançado há cerca de um ano, apresentam o novo single "Acolhe-Me Em Ti".

Para quem ainda não os conhece, aqui fica o RX à banda, a quem desde já agradeço pela disponibilidade!

 

 

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De que forma se definiriam os Embaixador, através das seguintes palavras:

 

Rock – É o nosso ADN.

 

Evolução – Cada vez que lanças algo, evoluis. Ganhas confiança, conheces melhor as tuas fraquezas e pontos fortes e tiras maior partido disso.

 

Sombra – Está nos intervalos da luz. É como os silêncios, fazem mais parte da música do que a maioria das pessoas julga.

 

Digital – É o presente e não podemos virar as costas a essa vertente.

 

Palco – A razão pela qual gravamos, para termos uma “desculpa” para ir para o palco!

 

Canção – Enquanto compositor, gosto do formato “tradicional” da canção (verso, pré-refrão, refrão…).

 

Público – Essencial. O primeiro passo é fazer música para nós, mas o processo não se esgota na criação, mas sim na partilha.

 

Relações – A temática preferencial para as letras dos nossos temas.

 

Aceitação – Um processo por vezes violento, é mais fácil passar pela negação. Mas depois liberta-te e torna-te mais forte.

 

Partilha – É por isso que estás numa banda, caso contrário tocas em casa ou no quarto.

 

 

Há cerca de um ano atrás, lançaram o álbum “Sombra”. De que forma descreveriam os meses que se seguiram à edição digital, em termos de promoção do álbum, e contacto com o público?

Aconteceu muito e ao mesmo tempo não aconteceu assim tanta coisa quanto isso. Fizemos meia dúzia de datas de promoção (gostaríamos de ter feito mais, obviamente). Integrámos um 4º elemento na banda – Pedro Costa, na guitarra – e lançámos 3 singles.

Em todas as datas, o contacto com o público foi sempre bom. Aliás, enquanto banda, sempre tivemos boas reações por parte do público nos nossos concertos.

Só temos pena pelo facto de ainda não termos conseguido por um lado, angariar mais datas/oportunidades, e por outro lado que essas datas façam parte de eventos de maior dimensão, em que o público presente não dependa exclusivamente da tua presença. O que é um “fardo” bastante pesado para uma banda que ainda não tem uma exposição nacional relevante.

 

 

Numa entrevista anterior, referiram que um dos vossos objetivos era afirmarem-se no panorama nacional, como banda de referência do rock cantado em português, E para os Embaixador, qual é a banda de referência do rock português?

Não há muitas. Há muita banda a tocar, muito boa música, mas rock Rock, cantado em português, nem tanto. Nem tudo o que é tocado com guitarra, baixo e bateria é rock (na minha quase humilde opinião). Está tudo muito uniformizado, tudo muito flat! Não há espaço de antena para quem sai da “norma”.

Quando os Xutos ou os UHF acabarem, qual vai ser a grande banda de rock cantado em português? Não sei…

Embaixador está no limbo, daí a dificuldade acrescida. Não somos “pop” suficientes nem somos hipsters/”fora”/pseudo-esquisitos o suficiente para sermos considerados cool para o panorama atual.

Alguém nos quer fazer crer (a nós – público) que o rock já não tem lugar no mainstream. O que vai contra a própria história da música popular dos últimos quase 100 anos. De repente, parece que nós malta do rock, é que somos o underground. São fases, espero eu. Resta-nos resistir ou sucumbir…

 

 

“Acolhe-me em Ti” é o mais recente single a ser apresentado, com direito a lyric vídeo. Em termos de produção, é mais difícil gravar um lyric vídeo, ou um videoclip?

É mais difícil gravar um videoclip, porque ninguém te paga um videoclip, ou até mesmo um lyricvídeo ou uma gravação de estúdio. Só pela questão do orçamento.

Aliás, tínhamos um conceito porreiro, algo cinematográfico para gravar um clip para este tema, que é um tema com uma mensagem forte. Infelizmente não conseguimos orçamento para fazê-lo. Mas isso é o quotidiano de 90% das bandas em Portugal, é o que é.

 

 

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“Sombra” é composto por 7 temas. Notaram, até agora, alguma preferência do público por um ou mais desses temas, em particular?

Acabam por ser 8 temas, porque o tema Revolta divide-se em 2 partes distintas. Mas como acabámos por nunca fazer o lançamento da edição física (mais uma vez, por falta de orçamento), a edição digital agregou as 2 partes numa só faixa.

Do que me apercebo, o tema Sufoca a Meus Pés ou o Acolhe-me em Ti, recebem um carinho extra por parte do público. Mas o tema Quem És Tu, resulta muito bem na abertura dos concertos. A malta fica logo em sentido.

 

 

Em 2018, em que palco mais gostariam de atuar?

Neste momento não podemos ser demasiado (um bocadinho vá) esquisitos. Mas preferimos tocar menos vezes, mas em palcos que realmente nos permitam tocar com dignidade e com boas condições logísticas (a nível de som, etc) e que ao mesmo tempo, nos permitam mostrar a nossa música para uns milhares de pessoas à nossa frente, e não para umas dezenas (com sorte) numa sala pequena.

Queremos tentar fazer mais festivais, palcos secundários, abrir para artistas mais conhecidos, pois só assim vamos conseguir aumentar significativamente a nossa base de seguidores.

E a nossa música merece um palco generoso, pois tanto eu como o Pedro Costa não somos muito meiguinhos a nível de volume…

 

 

Que artista/ banda convidariam para partilhar o palco convosco?

Hum… nunca pensei muito sobre isso. Mas um dia curtia tocar com o André Indiana. Um gajo porreiro, muito talentoso e com algo que já se pode chamar de carreira, o que é difícil por cá… Um bom compositor e intérprete. Quiçá se houver uma data porreira no Porto, o consiga convencer a vir tocar um tema com a malta, lol

 

 

O próximo ano vai trazer novidades? Podem levantar um pouco o véu?

Bem, tal como anunciado no mês passado na nossa página de facebook – www.facebook.com/embaixador.rock - vai obrigatoriamente haver alterações na formação da banda. Logo por aí, vai mudar meia banda, o que não é pera-doce. Inevitavelmente, o som da banda altera com a entrada de novos elementos, mesmo relativamente aos temas existentes.

Cada músico tem uma expressão própria de interpretar a mesmíssima música, por isso vai ser interessante perceber em que tipo de “animal”, Embaixador se vai tornar.

Eu e o Pedro Costa, gostávamos também de regravar todo o nosso catálogo, em take direto, ao vivo, sem overdubs, com o objetivo de editar quiçá em vinil! Vamos ver se conseguimos levar essa ideia para a frente.

Neste momento, pelo menos até ao final do ano, o nosso foco é em fechar a nova formação da banda. Depois logo se vê como corre o início do ano e a que velocidade conseguimos concretizar esses objetivos.

 

Muito obrigada!

 

 

 

Nota: Este RX teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens e lyric vídeo.

 

À Conversa com Embaixador

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Os Embaixador, cujo álbum de estreia é editado hoje em formato digital, são a banda convidada desta semana na rubrica "À Conversa com...", a quem desde já agradeço pela disponibilidade.

Para ficarem a conhecer um pouco melhor este trio que promete dar cartas no rock português, aqui fica a entrevista:

 

 

 

Quem são os Embaixador?

Filipe Moura (FM): Embaixador são 3 gajos do rock, que ainda por cima são amigos e que gostam de tocar juntos - eu, o Gonçalo (baterista) e o António (baixista).

 

Embaixador é uma banda de rock. Como é que veem o rock português na atualidade?

FM: Há muita coisa a acontecer. Muitos festivais por todo o país e muitas bandas novas. Não vislumbro qualquer tipo de “crise” criativa. Existe, sim, alguma falta de investimento, mas isso é transversal a toda a cultura… E depois temos de reconhecer que neste momento o rock não faz parte do mainstream. Há ciclos, como em tudo.

 

Cantar em português é requisito obrigatório para os Embaixador?

FM: Completamente. Aliás, na minha opinião é o maior fator diferenciador para a banda. As pessoas não estão habituadas a ouvir este tipo de rock mais “clássico” e cantado em português. Ficam a fazer “tilt”, lol, e recebemos muito feedback positivo nas nossas atuações por causa disso mesmo.

 

Em Fevereiro de 2015 lançaram o EP “Os Dedos e os Anéis”. Que feedback receberam por parte do público nessa altura?

FM: O feedback que recebemos é sobretudo nas atuações. E é aí que começámos a desenvolver a nossa base de seguidores. É rock em português, temas diretos com que as pessoas se identificam. Sem truques e isso passa para quem nos ouve/vê.

 

 

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Chega hoje às lojas digitais o vosso álbum “Sombra”. Que diferenças pode o público encontrar neste álbum, relativamente ao trabalho anterior?

FM: Evolução é a palavra-chave. Tivemos mais tempo para preparar os temas antes de irmos para estúdio e, uma vez em estúdio, também tivemos mais maturidade ao gravar. Na minha opinião, tornámo-nos melhor banda devido aos concertos que demos juntos e devido a 2 anos a trabalharmos em conjunto como trio. A nível de composição, demos um “salto” e penso que as pessoas vão perceber que nos tornámos numa banda mais madura.

 

Este novo trabalho, à semelhança do seu antecessor, conta com produção de Paulo Miranda. Como é trabalhar com este conhecido produtor?

FM: É bom e é difícil, lol. O Paulo foi sem dúvida o 4º elemento da banda, neste disco mais do que nunca. Foram 5 dias de gravação, 8h a 10h por dia dentro do estúdio, e às vezes a paciência falta, como em qualquer trabalho, lol. Mas isso é normal e por vezes até desejável, pois ele puxou muito por nós. Notava-se que ele queria que isto fosse um grande disco e creio que conseguimos concretizar esse objetivo. Não poderia pedir mais a um produtor!

 

“Sufoca a Meus Pés” é o primeiro single deste álbum. Sobre o que nos fala este tema em particular, e o álbum em geral?

FM: Este tema em particular tem uma letra bastante sombria, quiçá a mais negra do nosso reportório. Contudo, como o tema é bastante “p’ra cima”, acaba por atenuar essa amargura. É algo que gosto de fazer a nível de composição, criar uma componente agri-doce. A letra é bastante pessoal, pois tem a ver com o período mais difícil da minha vida, que foi a morte do meu Pai. Relativamente ao “ambiente” geral do disco, em termos de letras, regressa aos amores e desamores, às relações de proximidade/distância, às relações de poder entre pessoas. A temática mais antiga deste mundo, relações…

 

Que objetivos gostariam de ver concretizados num futuro próximo?

FM: Queremos afirmar-nos no panorama nacional, como banda de referência do rock cantado em português (objetivo modesto portanto, lol). Como tal, estamos a trabalhar para marcar presença em palcos cada vez maiores onde possamos chegar a mais pessoas. Não somos uma banda virtual, somos uma banda de palco e é aí que queremos conquistar as pessoas.

 

Onde é que o público poderá ouvir a vossa banda nos próximos meses?

FM: Antes de mais podem seguir-nos em https://www.instagram.com/embaixador.rock/ e principalmente em

www.facebook.com/embaixador.rock!

No dia 12 de Novembro vamos estar no auditório Carlos Paredes, em Benfica, no âmbito do Lontra Fest, e no dia 25 de Novembro iremos celebrar o lançamento do disco, com uma grande festa no Pátio do Sol, na Fábrica de Pólvora. No 1.º trimestre de 2017 está prevista uma ida a Coimbra (por confirmar) e estamos a preparar o próximo Verão a nível de festivais, por isso, sigam a nossa página!

 

Muito obrigada, e votos de muito sucesso!

 

 

Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens. 

Uma esplanada em cada esquina!

 

Primeiro, calcetaram ruas e travessas.

Em nome da valorização do Convento de Mafra e espaço envolvente, reduziram a área de estrada e aumentaram a área pedonal.

Em seguida, ocuparam as ditas ruas e travessas com esplanadas!

Como um vírus, elas foram invadindo o centro da vila. Hoje, facilmente "tropeço" com uma esplanada em cada esquina!

Sejam cafés, restaurantes, snack bares, pastelarias ou outros estabelecimentos do género, quase todos têm o seu meio metro de chão reservado, nem que seja para uma mesa e duas cadeiras.

No outono, todas se recolhem, e as ruas ficam livres e vazias. na primavera, é vê-las sair à rua, qual caracol a pôr os "corninhos ao sol". E vê-las cheias de pessoas que aproveitam para apreciar a paisagem, para saborear uns momentos ao ar livre, apanhar os primeiros raios quentes de sol, ou para se refrescarem à sombra de um chapéu.

Sozinhas ou acompanhadas, a ler um livro ou a conversar, a ouvir música ou no tablet, para um simples café, refresco, lanche , ou refeição mais elaborada, quem não gosta de uma boa esplanada?