"Jardim de Inverno", de Kristin Hannah

"Jardim de Inverno" é a história de três mulheres, totalmente diferentes mas, sem o perceberem, mais parecidas do que poderiam imaginar.
É daquelas histórias que nos faz reflectir sobre as pessoas: aquilo que as molda, o que as move, o que guardam ou carregam dentro de si.
O que as transformou naquilo que são. O que está por detrás das suas atitudes.
É uma história de pessoas sonhadoras, que se atreveram a viver numa época em que os sonhos tinham de ser escondidos. De medos, que as acompanhavam dia e noite.
De coragem. Resiliência. Amor.
De luta. Mesmo quando já pouco restava, pelo que lutar. Ou quando as forças, para tal, começavam a esvair-se.
De sobrevivência. Resignação, e esperança.
É a história de uma mãe, e duas filhas, que nunca sentiram o amor dessa mãe dirigido, unicamente, ao marido, pai de ambas.
Até ao momento em que o pai morre. Não sem antes pedir a Anya, sua mulher, que o conto de fadas da infância das meninas seja contado, uma última vez, às suas filhas mas, desta vez, até ao fim.
Meredith, a filha que ficou a tomar conta dos negócios do pai, é casada e tem, também ela, duas filhas.
A determinado momento, ela percebe que passou os últimos anos a dedicar-se a todos à sua volta, a satisfazer a vontade dos outros e, com isso, perdeu-se a si mesma.
Agora, tem de lidar com a morte do pai, com a mãe, que não consegue compreender, e com um casamento à beira da ruptura.
Nina, a filha que partiu, é solteira, aventureira, e nunca fica muito tempo no mesmo sítio.
É o tipo de filha com quem não se pode contar, a cem por cento.
Responsabilidade não é com ela. Tão pouco prender-se a alguém.
Mas o que tem de inconsequente, de destemida, de desligada tem, também, de obstinada.
Com ideias e intenções que, muitas vezes, chocam com as da irmã, cada uma com a sua razão, e a tentar fazer o melhor que sabem, e que prometeram ao pai, será Nina a insistir, e a conseguir convencer a mãe a contar, finalmente, o conto de fadas que, de fadas, tem muito pouco.
É a história de vida da mãe, de há décadas. Quase uma outra vida, marcada pelo terror, pela guerra, por perdas irreparáveis, e por uma culpa e punição que infligiu a si mesma durante demasiado tempo.
Há pessoas que apenas são como são, sem qualquer justificação.
E outras, que são o que a vida, e o passado, fez delas.
Mas nunca é tarde para mudar as coisas.
Não quando ainda há amor no coração.
"Jardim de Inverno" é a história de uma "outra" mãe, que tudo fez para salvar os seus filhos. Para os proteger. E não conseguiu. E que, depois disso, só desejou morrer. Mas não morreu. Ao contrário do seu filho, naquele hospital. Ao contrário da sua filha e do seu marido, naquela estação.
E, por isso, viveu uma nova vida, ainda que pela metade.
Toda a história é comovente, mas o final é surpreendente, e avassalador.
Um livro de leitura obrigatória, sem dúvida.
Sinopse:
Meredith e Nina são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou na terra para gerir os pomares da família e criar os filhos; a outra viajou pelo mundo e tornou-se uma fotojornalista de renome mundial.
Quando Evan, o pai amado de ambas, adoece, Meredith e Nina reencontram-se junto à sua cabeceira sob o olhar duro da mãe, Anya, uma mulher de temperamento frio e autoritário.
Da infância, recordam as duas o conto de fadas eslavo que a mãe lhes recitava em voz baixa à noite, sempre às escuras.
No leito de morte, o pai pedirá uma promessa às três mulheres da sua vida: o conto de fadas será contado uma última vez, mas agora até ao fim.
Só assim as filhas poderão ficar a conhecer o passado trágico da mãe.
Será então através da voz vacilante e insegura de Anya que terá início uma viagem inesperada à verdade sobre a sua vida - e o conto de fadas revelar-se-á afinal uma grande história de amor, sofrimento e renascimento que abrange mais de sessenta anos, entre a devastação da Segunda Guerra Mundial e a esperança dos dias de hoje.
Por vezes, podemos ler as páginas do nosso futuro no passado da nossa família.
Neste livro, esse será o segredo que as duas irmãs terão de enfrentar, e que mudará para sempre a imagem da sua mãe e de quem elas próprias pensavam ser.
Numa escrita inigualável, Kristin Hannah, como em toda a sua obra, volta a colocar aqui o foco no que representa ser uma mulher em tempos de grandes desafios."

