Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Mentiras que se contam

557659375_2592149881145589_5924932443909116648_n.j

 

Ah e tal, o pensamento positivo atrai coisas positivas.

Ah e tal, fé e confiança são meio caminho andado para coisas boas acontecerem.

Ah e tal, isto e aquilo dão sorte.

Pois...

Mentiras que se contam!

 

Naquele dia, nada resultou.

Nem positivismo. Nem fé. Nem confiança.

Nem rezas. Nem rituais. Nem torcidas.

Nem amuletos da sorte. Nem mantras.

 

Naquele dia, o Universo estava, simplesmente, do contra.

Aliás, os sinais já tinham começado na véspera.

E continuaram ao longo daquele dia, até ao momento da verdade.

Que, obviamente, correu mal.

 

Naquele dia, a sorte não esteve do seu lado.

Ah e tal, foi como tinha de ser.

Da próxima vez será melhor.

Estava destinado.

Pois...

Mais mentiras que se contam!

 

A culpa foi do imprevisto do dia anterior.

Ou do tempo, que decidiu chover.

Ou do trânsito, que complicou.

Ou do dia que escolheu.

Ou da hora em que saiu à rua.

 

Foi de si.

Foi dos outros.

Foi de tudo. 

Mas, no fim, porque não, mais uma mentira: a culpa foi da banana!

 

O Medronheiro

(1 Foto, 1 Texto #95)

1000036130.jpg

Também apelidado de "strawberry tree"!

 

Acreditavam, os antigos romanos, que esta árvore possuía poderes mágicos.

E que encontrar um ramo com três frutos era sinal de boa sorte!

Pois, isso da sorte tem muito que se lhe diga.

Mas não me importava de ser como o medronheiro: resistente, resiliente e com uma enorme capacidade de se regenerar rapidamente.

Por outro lado, o medronheiro não tem pressa.

Os seus frutos levam tempo a maturar e, quando o fazem, é possível ver, muitas vezes, conviver harmoniosamente com as flores dessa mesma árvore.

Este medronheiro, encontrei-o no parque, por acaso, sem sequer fazer ideia da sua existência.

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto

Aranha-pescadora

(1 Foto, 1 Texto #82)

1000021218cópia.jpg

 

Dizem que é uma aranha-pescadora.

Não quero saber.

É assustadora!

 

Não sei que raios foi ela pescar ao pé da porta da minha casa.

Mas dei-lhe margem para pescar e ir embora, pelas próprias patas, rapidamente.

Não queria, de todo, envolver-me num assassinato deste calibre!

 

É que a bicha é gorda, musculada.

E eu, uma desgraça.

Mais depressa fujo eu, a sete pés, do que ela de mim!

 

Sugeriu, alguém muito espirituoso, que eu a levasse para o mato, para o habitat dela.

Que não a matasse.

Como se eu fosse pessoa de andar, por aí, a passear uma aranha.

 

Isto tem de ser um plano bem elaborado.

O que quer que faça, tem de ser com uma grande distância de segurança.

Para não haver riscos desnecessários.

 

Desejem sorte!

A mim.

A ela.

Ou a ambas!

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto

Histórias Soltas #27: O último dia do ano

aniyuki-sad-anime-avatar-image-89.jpg

 

Aqui estou...

No último dia do ano.

Sem companhia.

Mas, nem por isso, só.

Por opção. Pelas circunstâncias.

 

Porque, por vezes, é necessário estar connosco próprios. Sem mais ninguém.

Reflectir.

Ou desligar.

Ouvir os nossos pensamentos.

Perceber os nossos sentimentos.

E, nem sempre, no nosso dia a dia, o podemos fazer.

Sem interferências.

Sem ruído.

 

Não é que não goste de companhia.

De festa.

De música, dança e celebração.

De dar as boas vindas ao novo ano.

É só que, muitas vezes, a realidade leva a melhor sobre a esperança e os desejos para o novo ano.

Chegamos a um ponto em que percebemos que, por mais que queiramos ou esperemos que o novo ano seja sempre melhor que o anterior, nem sempre (poucas vezes) isso acontece.

Ou, então, talvez não consigamos, verdadeiramente, perceber, apesar de tudo, as pequenas coisas boas que fazem valer a pena. A sorte que, apesar de tudo, temos a agradecer.

Mas acredito que, também isso, faz parte de nós.

Os dias em que acordamos felizes, bem dispostos, cheios de energia.

Os dias em que o mau humor chega para ficar.

Os dias em que estamos tristes sem qualquer motivo aparente. Ou apenas nostálgicos, sem sabermos bem de quê.

Mas a verdade é que essa melancolia está dentro de nós. 

Os dias em que a ansiedade nos consome, por tudo em geral, e nada em particular.

 

É assim que me tenho sentido...

Nestes últimos dias...

Neste último dia...

 

Este ano não foi fácil. 

E sei que, daqui a pouco, este ano vai ficar para trás.

Adormeço, despedindo-me dele.

Acordarei num novo ano.

Mas nada irá mudar.

Ou, pelo menos, não para já.

Será só mais um dia...

 

E, ainda assim, representa tanto...

Um novo dia.

Um novo ano.

O "virar da página".

Uma nova esperança...

 

Fazer pela vida

iStock-1367612005.jpg

 

Quando vejo jovens adolescentes de 15/ 16 anos já com planos bem definidos do que querem para a vida, o que vão estudar, o que querem fazer, para onde querem ir (ainda que possam não vir a concretizar, pelos mais diversos motivos), custa-me, depois, ver outros jovens, com 19/ 20 anos, que parece que pararam no tempo.

Que não estudam. Que não trabalham. Que vivem às custas dos pais/ avós.

Que ficam à espera que (nem sei bem do quê) a sorte lhes bata à porta.

 

Uma coisa é tentar, e não conseguir.

É procurar, e não lhes ser dada uma oportunidade.

É esforçar-se, ainda que o resultado não seja o esperado.

Outra, é ficar a ver a vida a passar, sem tomar qualquer iniciativa.

Faz-me confusão que jovens, nestas idades, não queiram ganhar o seu dinheiro, nem que seja para gastar com eles próprios. Que não queiram essa independência financeira, sobretudo quando não há ninguém na família com grande suporte nesse sentido.

 

Não gostam de estudar? Paciência. Se não conseguem pela via normal, vão pela alternativa. O 12º ano é cada vez mais indispensável para se arranjar trabalho.

Querem um determinado trabalho mas neste momento não dá. Aceitem outro, temporariamente.

Mas vão à luta.

Não se fiquem pelo pensamento, sentadinhos no sofá, à espera que a comida, a roupa, o dinheiro e o emprego de sonho apareçam miraculosamente.

Agora é que é o momento.

De fazer pela vida, porque a vida não se faz por ninguém.