Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Todos dizem que a melhor forma de não nos desiludirmos, é não esperarmos muito das pessoas.
Não criar muitas expectativas.
Mas há momentos em que já não se trata disso.
Em que a desilusão já não resulta de qualquer expectativa que pudessemos ter, mas de surpresa, por nos estar a ser mostrado um lado que desconhecíamos. Que diz muito sobre a pessoa que o mostra. E que não gostamos.
Não tem de vir, necessariamente, de conflitos, de discussões, de palavras ditas no calor do momento, de atitudes parvas. Pode vir quando não estamos a contar.
Numa simples conversa.
Mas, por vezes, causa mais dano.
Porque não se limita a ferir. Não cicatriza, e deixa marca.
Simplesmente, mata.
Uma parte daquilo que sentimos morre com essa desilusão.
Como nos deixamos surpreender pela vida, se a supresa for previamente revelada?
Onde fica a alegria?
O encanto?
A magia?
Como vivemos, a partir do momento em que já sabemos o que nos espera?
Fingindo não saber?
Aquilo que, num primeiro momento, pode parecer uma grande vantagem poderá, na prática, revelar-se um empecilho para a felicidade, para as relações com os outros, e consigo próprios, e tornar-se um desencanto, em vez de um dom.
Até posso gostar de ser surpreendida, mas detesto ser apanhada de surpresa!
E, quando me cheira a surpresa a caminho, não consigo evitar esmiuçar tudo, até descobrir.
Depois, também me é difícil fingir que não sei de nada, e reagir bem.
Na semana passada o meu marido veio com uma conversa que me deixou logo as antenas em alerta:
"Ah e tal, amanhã temos que ir a um sitio a hora de almoço... Ou então um pouco antes de almoço."
Muito vago, muito evasivo.
Perguntei onde tínhamos que ir. Respondeu apenas o nome da localidade.
Perguntei o que íamos fazer. Respondeu que íamos buscar uma coisa.
Não satisfeita, perguntei se a coisa não tinha nome. E se o sítio não tinha nome.
Arranjou uma desculpa que era para ir para ir buscar um disco para o pc, para aumentar a memória. Para eu não desconfiar, mencionou o nome de uma loja de lá.
Não resultou muito, porque tudo aquilo me soava estranho.
A loja fechava antes da hora a que, supostamente, ele tinha combinado lá ir.
Depois, para conseguir mais memória para o pc, o normal seria comprar um cartão de memória. Podia comprá-lo cá.
Ainda que, eventualmente, fosse possível instalar um disco qualquer num portátil, não deveria ser feito na hora.
Fiquei a matutar naquilo.
Mais tarde, para acabar com as dúvidas, disse-lhe que era melhor almoçarmos primeiro, antes de irmos, não fosse aquilo demorar.
Se ele dissesse que tudo bem, dava-me por vencida.
Mas se ele dissesse que não era preciso, então confirmavam-se as minhas suspeitas de que aquilo era tanga.
Como eu esperava, ele respondeu que não era preciso almoçar antes.
E eu atirei "Pois não, porque não vais buscar coisa nenhuma. É para irmos almoçar fora!"
E pronto, lá estraguei a surpresa, que acabou por não acontecer porque eu disse que, se fosse para ir, íamos os 3, e a minha filha só estava connosco no domingo.
Está escolhida a representante de Portugal no Festival da Canção, que este ano se realiza em Turim:
"Saudade, Saudade", da Maro!
Se foi surpresa?
Em certa parte, sim.
Tudo apontava para uma disputa entre Syro e Aurea. Eventualmente, FF. E até Pongo & Tristany pareciam embalados nas sondagens.
É verdade que também lá estava a Maro, mas...
O que é que "Saudade, Saudade" tem, que faltou às restantes?
Muito se tem falado desta música, desde a semifinal.
Se, por um lado, a melodia é bonita, a letra, cantada entre inglês e português, não era nada de extraordinário.
Se, por um lado, tinha aquela palavra tão nossa "Saudade", por outro, pode-se dizer que, de uma forma geral, era só mesmo essa parte que se percebia da música.
A Maro parece que canta para si, é difícil entender o que diz.
Mas, nesta final, ela fez-se acompanhar de um coro, e deu toda uma outra vida à música.
Atrevo-me a dizer que foi o coro que a salvou, e contribuiu largamente para a vitória!
As suas companheiras ouviam-se melhor que ela, e viveram mais a actuação que a própria intérprete.
Ainda assim, com prós e contras, a mim foi a única que me tocou desde o início. E, ao que parece, conquistou júri e público, com votação máxima de ambos. O pleno!
Deixando para trás os grandes favoritos. Nomes bem mais conhecidos, e com grandes carreiras musicais.
Agora a pergunta é: o que irá acontecer em Turim?
Um coisa é certa: há algumas coisas que têm que ser melhoradas, até à apresentação em Turim, nomeadamente, a dicção da Maro. E a confiança em palco.
Não sei se será logo despachada na semifinal, mas...
Acredito que se pode tornar uma espécie de hino, entre todos os participantes! Já estou a imaginar os restantes concorrentes a cantar "Saudade, Saudade"! E a bater palmas!
Aliás, se virem o vídeo abaixo, em que todos os finalistas se juntaram à Maro e cantaram com ela, perceberão que, quanto mais pessoas a cantarem, melhor ela resulta.
Por outro lado, depois de um ano em que ganhou uma música de rock, talvez este ano a escolha penda para uma música mais calma.
E, dado o momento que estamos a viver, tendo já alguns refugiados se identificado com a música, é possível que também o mundo nela se reveja.
Se tem alguma hipótese de passar à final, e até mesmo ganhar?
O final do ano lectivo está à porta e, com ele vêm, muitas vezes, grandes mudanças.
É possível que as turmas se separem, que os amigos mudem de escola, que se sigam áreas e caminhos diferentes.
Claro que, se as amizades forem verdadeiras, permanecem, ainda que não tão presentes como antes.
Mas nunca é demais mostrar aos(às) amigos(as) como foram e são importantes, oferecendo um presente especial e personalizado, a cada um deles.
Há dois anos, na despedida do 9º ano, a minha filha ofereceu às amigas estas caixinhas.
Este ano, como foi o último em que, à partida, estarão juntas, uma vez que no 12º as turmas, por conta das diferentes opções de disciplinas, vão mudar, pensámos em algo do género.
Mas, em cima da hora, e sem grandes ideias, veio-me à mente os tempos da minha adolescência, em que se vendiam nas papelarias uns diplomas e certificados para oferecer às mais variadas pessoas.
E, porque não, criarmos o nosso próprio "Certificado de Amizade"?!
Basta escolher um fundo que mais gostem, as palavras que querem dizer a cada um(a) dos(as) amigos(as), e decorar como acharem mais giro.
Nós optámos por colocar, ao meio, uma foto da minha filha com a respectiva amiga.
Imprimimos o certificado em papel de fotografia, e o nome da amiga e a assinatura foram feitas à mão.
Depois, podem entregar emoldurado, optar por colocar dentro de um envelope e lacrar, enrolar como se fosse um pergaminho, atado com uma fita, ou qualquer outra ideia que achem que fica bem.
Nós, como foi muito em cima da hora, decidimos colocar uma fita de tecido castanha, em forma de laço, à volta.