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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"O Casal Perfeito", na Netflix

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Na véspera de um casamento, alguém morre.

Na ilha de Nantucket, onde iria decorrer o casamento, e onde os noivos, respectivas famílias e todos os convidados estão hospedados, mais concretamente, na propriedade da família Winbury, vive-se um clima de festa.

Apesar das dúvidas da noiva, das reticências da mãe do noivo, e dos vários problemas com que cada personagem se debate, o enlace parecia certo. Todos aparentavam estar felizes, e brindar aos noivos.

Mas, na manhã seguinte, o pior acontece.

E o, outrora, palco de uma cerimónia, passou a cenário policial, estando a polícia local a tentar descobrir o que aconteceu, sem ferir suscetibilidades, nomeadamente, para com a família que mais os apoia financeiramente, e com algum poder na zona.

 

Ao longo do primeiro episódio vai ficando a curiosidade para saber quem foi a vítima, que não denunciam de imediato. E penso que, de alguma forma, poderiam ter mantido por mais algum tempo em segredo.

Mas, uma vez revelada começa, então, o desvendar de vários segredos, e o formular de várias razões para o que aconteceu, que não se sabe se foi acidente, ou homicídio.

É, assim, que se percebe, ou se comprova, mais uma vez, que devemos sempre desconfiar de casais perfeitos porque esses, simplesmente, não existem.

Ainda assim, isso não significa que sejam capazes de tudo, para manter as aparências.

 

Na minha opinião, ficaram algumas coisas por explorar/ explicar, incluindo a grande revelação. Percebe-se como aconteceu, porque aconteceu, mas não se isso, por si só, é suficiente para o desfecho. 

 

Protagonizada por Nicole Kidman, Liev Schreiber, Eve Hewson e Dakota Fanning, esta série tem 6 episódios, e é uma boa aposta.

"O Acidente", na Netflix

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Outra grande estreia do mês de Agosto, "O Acidente" aborda, como o próprio nome indica, um acidente ocorrido durante uma festa de aniversário, que provocou a morte de três crianças, o desaparecimento de outra, e vários feridos.

Será a partir daqui que vamos ver como as várias famílias envolvidas, directa ou indirectamente, no acidente, lidam com o luto, com a culpa, com o desejo de vingança, com as consequências de ambição desmedida de uns, e a covardia de outros.

 

Tenho só uma nota a fazer relativamente ao acidente em si.

Naquela festa de aniversário, num dia que estava perfeitamente normal, um fenómeno natural, um vento extremamente forte, conseguiu fazer levantar voo um insuflável, o que originou o acidente. Mais tarde, percebe-se que uma das quatro estavas do insuflável, não tinha sido pregada ao chão. E é aqui a única crítica/ apontamento que tenho a fazer de negativo à série: ou o vento não era assim tão forte e, nesse caso, uma única estaca não pregada não faria diferença, estando as outras três bem firmes, ou o vento foi mesmo avassalador e, nesse caso, nem essa estaca pregada impediria o acidente.

 

Posto isto, há alguém que vai ser acusado, estando inocente, por covardia do (se é que assim se pode chamar) real culpado ou responsável.

E, havendo um acusado, é óbvio que vai haver vingança pelas mortes das crianças. 

Qualquer um poderia fazê-lo. Qualquer um tem motivos.

Quem seria capaz de matar, para vingar uma morte?

 

Desde cedo que a série me deu alguns "ódios de estimação" por personagens sem quaisquer escrúpulos ou valores, capazes de tudo para salvar a própria pele, traindo aqueles que em si confiaram ou, simplesmente, porque se acham uns valentes, os maiores, contra quem acham que não se consegue defender.

 

Mas digo-vos: deu-me mesmo gosto ver a forma como tudo se desenrolou, e como a vida trocou as voltas a quem se considerava inatingível.

 

Algumas das questões abordadas são, por exemplo, ter um filho após a morte de outro. É legítimo? É um erro?

Será que a vida, após a morte de um filho, continua a fazer sentido sem ele?

E quando se tem outros filhos? Como lidar com a morte de um, e com o que está vivo?

É também explorada a forma como cada mãe/ pai faz o seu luto. Bem como os que não o fazem, de todo.

A nível de dilemas morais, também tem a sua quota-parte.

 

Com episódios cheios de suspense e revelações, esta é uma série a não perder.

 

"Pacto de Silêncio", na Netflix

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Descobri esta série por mero acaso.

Não me lembro de me ter sido sugerida, ou de ter visto qualquer anúncio da mesma.

Mas deparei-me com ela, pareceu-me interessante, e comecei a ver.

 

Fiquei viciada!

A série tem 18 episódios, motivo suficiente para torcer o nariz e deixá-la a meio, mas o que é certo é que uma pessoa vê um episódio, e quer mais, e mais, e mais...

 

Há 25 anos, uma bebé foi abandonada à sua sorte, por quatro adolescentes.

Uma delas, era a mãe.

Cada uma seguiu a sua vida, deixando esse segredo no passado.

Apenas a directora do internato sabe da história, porque as ajudou na altura.

Mas todas fizeram um pacto de silêncio.

 

Essa bebé é, na actualidade, Brenda, uma influencer digital com muitos seguidores, que passou a vida a tentar descobrir quem era a sua mãe, e a preparar a sua vingança contra aquelas que, sem dó nem piedade, a abandonaram, e nunca quiseram saber dela.

Apesar de ter, agora, uma boa vida, Brenda viveu na pobreza, com a mulher que a criou até aos 10 anos e, depois, nas ruas, chegando, inclusive, a ser detida.

Disposta, agora que, finalmente, tem uma oportunidade, a ir até às últimas consequências para descobrir qual das 4 mulheres é a sua mãe, Brenda vai desenterrar mais do que apenas a sua origem.

 

Sentindo-se ameaçada, após ser confrontada por Brenda, Ramona, a directora do internato, é a primeira a pagar pela sua participação naquela história.

Mas muito mais está por vir.

E cada uma daquelas 4 mulheres, e respectivas famílias, serão afectadas.

No entanto, a própria Brenda corre perigo. Alguém fará o que for preciso para que o passado fique no passado, nem que, para isso, tenha que matá-la.

 

O que mais me surpreendeu nesta série foi a facilidade com que empatizamos com as adolescentes, agora mulheres, condenando mais a vingança de Brenda contra elas, apesar de tudo o que passou, do que o abandono delas, relativamente àquela bebé.

Porque cada uma delas já pagou, à sua maneira. 

E, se aquela criança não merecia ser abandonada, também aquelas mulheres não merecem o que Brenda tem planeado para elas.

Até porque Brenda só conhece uma parte da história.

 

Naquela noite, há 25 anos, quatro amigas - Fernanda, Irene, Sofia e Marina - foram ao festival.

Martina discutiu com o namorado, e acabou por ser vítima de uma violação por um jardineiro doente mental que era obcecado por ela. 

Fernanda aproveitou para "roubar" o namorado da amiga.

Sofia encontrou-se com um professor, às escondidas.

E Irene, após ser pedida em casamento, termina a relação porque quer muito mais para a sua vida.

Um outro crime é cometido. E ocultado.

Uns meses depois, uma delas engravida, e dá à luz.

Numa noite, são obrigadas a fugir, e deixar para trás a bebé, na cabana de uma funcionária do internato.

Só saberemos qual das 4 é a mãe de Brenda no último episódio, embora algumas comecem a ser excluídas, antes disso.

 

Martina é, agora, uma mulher independente, empresária de sucesso, que só está interessada em encontros ocasionais, não havendo espaço para relações afectivas, ou amor.

Fernanda é uma mulher que vive para as aparências, mostrando nas redes sociais a vida e família perfeita que não tem, com um homem que sabe que não a ama, e com dois filhos que não são o que, e como, ela queria que fossem.

Sofia é a amiga pobre, cheia de dívidas, uma escritora fracassada que está prestes a ser despejada, casada com um homem que não ama, pai da sua filha, mantendo uma relação extraconjugal com o antigo professor.

Já Irene, é uma deputada, em plena campanha eleitoral, casada com um político e com o enteado como seu acessor.

 

Todas mantiveram a amizade, e o segredo, ao longo dos anos.

Continuam unidas, como naquela altura: Todas, ou nenhuma!

Mas os seus mundos vão ser virados do avesso, com a entrada de Brenda nas suas vidas.

Resta saber se sairão desse turbilhão mais fortes, mais destruídas, ou se nem sequer conseguirão sair.

Incluindo Brenda...

 

Relações abusivas, traumas,  a descoberta da identidade na adolescência, o vício das drogas e do álcool, e a corrupção e poder político, são alguns dos temas abordados para além da história principal, e que valorizam ainda mais a série.

Das melhores que vi nos últimos tempos!

 

 

 

"O Agente da Noite", na Netflix

O Agente da Noite | Site oficial da Netflix

 

Acho que foi das poucas séries que vi, do início ao fim, sem saltar episódios, ou passar directamente ao último (sim, eu tenho uma forma muito peculiar de ver algumas séries).

Também é daquelas séries em que não corremos o risco de adormecer, perder o interesse, querer pausar porque temos mais que fazer.

São 10 episódios cheios de acção, revelações, surpresas inesperadas.

E, a cada episódio que passa, começamos a questionar quem é, realmente, de confiança e quem, por outro lado, está envolvido em todas as mortes e conspirações.

A mim, confesso, enganou-me bem relativamente a algumas personagens.

 

Após impedir um atentado no metro, Peter é convidado a trabalhar como telefonista, na "Acção Noturna".

O seu trabalho era, basicamente, analisar relatórios, e atender o telefone. Que nunca toca.

Até ao dia em que toca...

E a sua aborrecida vida vira de pernas para o ar, na missão de proteger Rose e, a determinado momento, a si próprio, enquanto tenta desvendar por que motivo assassinaram os tios de Rose, e o que é que esse assassinato tem a ver com o atentado do metro, que ele impediu, e com uma ameaça que ainda está por vir.

 

Paralelamente, temos Maddie, uma adolescente que só quer ter uma vida normal, que odeia o pai, o Vice-Presidente dos EUA, e que, a determinado momento, se vai ver envolvida em todos os esquemas do seu pai, que arrisca a vida da própria filha, para salvar a sua. 

 

"O Agente da Noite" levanta a questão sobre se vale a pena a vida de agente secreto.

Se vale a pena levar uma vida dupla, entre trabalho e família.

Sobre se vale a pena morrer para salvar a vida de alguém.

Sobre as consequências físicas e psicológicas que ficam, quando um desses agentes fica incapacitado no exercício da sua função.

Ou quando não consegue cumprir a sua missão.

Quanto custa um único erro, à sua carreira? À vida daqueles que deveria proteger? 

"A Rapariga Selvagem": o regresso ao cinema pós pandemia!

A Rapariga Selvagem - Cinemas NOS

 

Há muito tempo que não íamos ao cinema.

Já antes da pandemia. E com a pandemia, menos ainda.

Este ano, estava a tentar arranjar um programa para fazermos com as amigas da minha filha, e surgiu essa ideia.

Vi os filmes que estariam em cartaz, enviámos o trailer para ver se todas gostavam, e escolhemos "A Rapariga Selvagem", baseado no livro "Lá, Onde o Vento Chora", de Delia Owens.

 

O filme conta a história da "menina do pântano", uma criança que foi abandonada por todos, e que cedo teve que aprender a sobreviver sozinha, tendo por única companhia os sapais e os animais que por lá habitam.

Não é que ela não se queira relacionar com os outros. Mas o seu pai sempre lhe disse para nunca confiar em ninguém.

E a verdade é que, quando voltou a confiar, voltaram a traí-la, e abandoná-la.

Apenas Jumpin' e a sua mulher, Mabel, mostraram alguma compaixão pela pequena Kya.

 

A história começa com a descoberta de um corpo, e a captura de Kya, agora mulher, como suspeita do crime.

Teria ela motivos para tal? Tinha!

Mas, fará isso, dela, uma assassina?

Todos os habitantes da cidade de Barkley Cove parecem acreditar nisso.

Ela é a estranha. A desgarrada da comunidade. A selvagem.

 

Mas um advogado, Tom, acredita na inocência de Kya, e irá tentar provar que tudo poderá não ter passado de um mero acidente.

Até porque não há qualquer prova contra Kya, apenas suposições de quem tem que, ou quer, encontrar um culpado à força.

 

Assim, vamos alternando entre o presente, o julgamento, e a decisão final, e o passado, o que levou Kya até àquele momento.

Mais para o fim, o tempo avança, até à morte de Kya, altura em que nós, público, ficamos a conhecer a verdade sobre a morte de Chase.

 

Culpada ou inocente?

Acidente ou crime?

Presa, ou predadora?

Que destino estará reservado a Kya? 

 

Valeu a pena ver o filme, por isso, foi um regresso em grande!

As paisagens do pântano e dos sapais são deslumbrantes.

Depois, tem toda a parte social e psicológica, para quem gosta dos temas.

E tem o mistério, e segredos muito bem guardados.