Uma Páscoa trovejada
Nunca tive nada contra a trovoada, até ter apanhado um valente susto.
Depois disso, prefiro vê-la/ ouvi-la longe.
Mas, desde que me lembro, a trovoada por aqui começava por se ouvir ao longe e, depois, ia-se aproximando, até estar bem perto de nós.
E costumava demorar algum tempo: meia hora, uma hora, às vezes mais.
No entanto, como já nada é como era antes, também a trovoada não é diferente.
Por isso, na semana da Páscoa, ela lembrou-se de aparecer de forma abrupta, inesperada, e "a matar"!
A meio da semana, hora de almoço, relâmpago enorme, do qual ainda uma pessoa não se tinha refeito quando, milésimos de segundo depois, soa um trovão que parecia que estava mesmo a rebentar em cima de casa, e os vidros da janela a estilhaçar-se (felizmente ficaram intactos).
Uma chuva forte logo em seguida, e a trovoada doi à vida dela, para outras bandas.
Depois disso, sexta, sábado e domingo, de madrugada, novamente a mesma cena.
Acorda uma pessoa assustada, sem preparação, sem pré-aviso, com um trovão enorme a ribombar como se o mundo fosse acabar, seguido de mais um ou dois, mas fracos, chuva, vento forte e, passados 10 minutos, tudo outra vez calmo, como se nem tivesse acontecido.
Não fosse o nosso coração ainda estar acelerado, do susto, e as gatas sem saber onde se enfiar, com medo.