Tempestades
Olhando para o caos em que se está a transformar a minha vida, não sei se não prefiro embrenhar-me na tempestade lá fora, em vez de permanecer onde estou.
Talvez o meu estado de espírito se coadune mais com a chuva, com o vento, com o cinzento escuro do céu, do que com a falsa protecção de um tecto.
Talvez a manifestação da minha revolta, tristeza, desassossego, combinem mais com a da própria natureza, do que com o conforto, o aconchego e a segurança de uma bebida quente, de um abrigo.
Talvez me sinta mais "em casa", lá fora, libertando o que guardo cá dentro, do que livre, cá dentro, enclausurando tudo dentro de mim, e destas quatro paredes.