Nem sempre nos conseguimos adaptar a novas realidades
Lembro-me sempre da Heidi, a menina órfã que, de um momento para o outro, foi morar com o avô nos Alpes.
A mudança foi grande. Ela não estava habituada àquela vida. Nem àquele homem.
Mas a verdade é que se tornaram grandes amigos, e a Heidi adaptou-se facilmente à vida na montanha, ao ponto de não mais querer sair de lá.
A Heidi era uma menina feliz.
Quando a tia apareceu para a levar dali, para a casa dos pais de Clara, Heidi voltou a ter que se adaptar a uma nova realidade: a vida na cidade, sem árvores, sem passarinhos, sem cabrinhas.
Foi muito mais difícil. Não é que não estivesse a gostar, que a tratassem mal ou não gostassem dela. Mas não era o seu ambiente.
E essa adaptação nunca foi total, levando mesmo Heidi a ficar doente, com saudades de casa, do avô e da sua montanha.
Só a perspectiva de voltar em breve para lá a fez melhorar e, uma vez de volta ao seu mundo, recuperar definitivamente.
Hoje em dia, cada vez mais temos que nos adaptar às mais diversas mudanças na nossa vida e, quanto melhor e mais rapidamente o fizermos, melhor para nós.
Por norma, temos uma grande capacidade de adaptação às circunstâncias, a novos mundos, a novas realidades.
Mas existem situações em que tal não é possível. E pessoas que não se conseguem mesmo adaptar.
Nem fisica, nem psicologicamente.
E quando, psicologicamente, não estamos bem, é meio caminho andado para que o corpo se ressinta também.
Quando assim é, não vale a pena insistir numa mudança.
Não será caso para desistir logo à primeira, segunda ou, até mesmo, uma terceira tentativa. Mas também não vale a pena passar o resto da vida a chocar contra uma parede que nunca irá cair.
Por vezes, basta voltar ao seu ambiente habitual, para voltar a ser feliz, e sentir-se bem. E não há nada melhor que isso.