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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Terra", de Eloy Moreno

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O que dizer deste livro?

Ainda estou sem palavras após acabar de lê-lo.

E não é porque não haja muito para dizer sobre ele.

É porque a história tanto nos envolve e nos atrai, como começa a soar fantasista e nos repele. Tanto nos faz uma chamada de atenção e nos volta a agarrar, como parece apenas mais do mesmo, e nos desprende.

Mas posso dizer que o final, esse ninguém está à espera. E vale mesmo a pena! É o final que nos conquista!

E, afinal, a "chave" estava mesmo no início.

 

Vi este livro pela primeira vez, num hipermercado.

Interessou-me, pus na minha lista, mas não comprei logo.

Desde então, tenho estado na dúvida se o havia de comprar, ou dar prioridade a outros.

Porque é diferente. 

Tem uma história diferente.

E poderia ser uma alternativa aos romances e thrillers do costume.

 

Tive oportunidade de lê-lo, ainda que em espanhol.

É de fácil leitura, e compreende-se bem, apesar disso.

 

O protagonista, outrora um pai que propôs um jogo aos seus filhos, actualmente um homem poderoso, que brincou com a vida de muitas pessoas, faz uma revelação bombástica, antes de se suicidar: a televisão é uma mentira!

Confesso que, a cada palavra do seu discurso, ia identificando os reality shows das nossas televisões, as manipulações, a forma como as coisas verdadeiramente funcionam e como nós, público, temos tão pouca, ou mesmo nenhuma, influência, apesar de nos venderem essa ideia.

A televisão, segundo ele, é uma mentira.

Uma mentira da qual dependemos e, por isso, ela não tem limites, e não há forma de pará-la. Porque nós vamos aceitando uma mentira atrás da outra, e uma maior que a outra.

E, ainda que nos digam, à descarada, que tudo é uma mentira, nós aceitamo-la na mesma.

Porque a adição, seja ela ao que for, incluindo a televisão, é uma fraqueza de que quem pode se aproveita, para dela fazer negócio, e lucrar.

No que respeita, especificamente, aos reality shows, e quando se questiona quem tem interesse em assistir a horas e horas da vida de outras pessoas, isoladas num determinado sítio, a resposta é simples: quem não tem vida própria!

 

"Terra" é um livro sobre verdades, e mentiras.

As mentiras que "compramos" no dia a dia, e as verdades que fingimos não ver.

 

É, também, um livro sobre impossíveis.

Sobre decisões que, uma vez tomadas, não podem ser revertidas.

Sobre arrependimentos.

Sobre o que se fez, e o que se deixou de fazer.

E como, por vezes, pagamos um preço alto por isso.

 

É uma história sobre jogos, desejos e promessas que são para cumprir.

É uma história sobre os humanos, a humanidade, e o nosso mundo.

E, no fundo, não é mais do que a história de um pai que, um dia, numa cabana, propôs um jogo aos seus filhos, em que, em troca de conseguirem levá-lo a cabo, com sucesso, ele prometia tudo fazer para concretizar o desejo de cada um.

 

Nem tudo correu da melhor forma.

Muito se passou desde esse dia, até ao momento em que este pai se mata, e o jogo retoma o ponto em que ficou para, desta vez, ser concluído de vez, e com sucesso.

 

Alan já viu o seu desejo concretizado.

Conseguirá Nellyne, agora, concretizar o seu?

A resposta, essa, está na "Terra"!

 

Passageiros - o filme

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Estava à espera de algo totalmente diferente.

Não desgostei, mas também não foi nada que já não tivesse visto noutros filmes, e melhor aproveitado, que neste.

Nesta nave espacial viajam 5000 passageiros, que deixaram o planeta Terra pelos mais variados motivos, para habitar um novo mundo à sua espera, no espaço. Alguns, compraram bilhete só de ida. Outros, tencionam voltar novamente à Terra, muitos anos mais tarde.

Para completar a viagem, no momento em que o filme se inicia, ainda faltam 90 anos.

É nessa altura que um meteoro choca com a nave, provocando alguns estragos, e avariando as cápsulas de hibernação.

A minha primeira dedução errada (criada pela própria sinopse do filme) era a de que ambos os passageiros tinham acordado, acidentalmente, antes do tempo. Não foi esse o caso, pelo menos de um deles.

 

E chega, dessa forma, a primeira questão?

Quando nos vemos na possibilidade de passar toda a nossa vida sozinhos numa nave espacial, sem qualquer outro humano com quem conversar, conviver, criar relações ou laços de qualquer espécie, mas temos o poder de colocar outros passageiros na mesma condição que nós, o que faríamos?

Usaríamos esse poder para acordar outros passageiros e ter alguma companhia, sabendo que, com isso, destruiríamos as suas vidas e os seus sonhos? 

Seria justo? Seria ético? Seria legítimo?

Penso que, no lugar da personagem, também eu ficaria louca perante a possibilidade de viver o resto da minha vida entre máquinas, estrelas e vazio, tendo por única companhia, aproximada de humano, um barman robot. E o meu egoísmo levaria a que não quisesse passar por isso sozinha, acordando outros passageiros propositadamente.

Por outro lado, se eu fosse um desses passageiros acordados intencionalmente, por motivos tão egoístas que não tinham tido em conta aquilo que eu tinha planeado para a minha vida, e que me fariam morrer sem ter concretizado o que sonhara, ficava como ficou a outra personagem - à beira de um ataque de nervos, revoltada, com vontade de dar cabo de pessoa que se achou no direito de decidir a minha vida por mim.

Porque é que, como diz o barman, quando alguém se está a afogar, tem que se agarrar sempre a outro e levá-lo ao fundo com ele?

 

E isto leva a outra questão?

O que levou aquelas personagens a deixar a sua vida na Terra, para lhe dar continuidade num outro planeta, longe da família e amigos? Será que estavam, na Terra, tão sozinhos como agora, ali na nave espacial? Não haveria nada que os prendesse?

É que, mesmo com bilhete de ida e volta, quando regressassem à Terra, todos os que conheciam teriam morrido. O próprio planeta estaria totalmente diferente.

Para mim, seria uma aventura impensável!

 

O ser humano nunca está plenamente satisfeito?

A determinado momento, o barman conversa com Jim e diz-lhe que o ser humano nunca está plenamente satisfeito com o que tem e com o lugar onde está, como já dizia a música do António Variações "só estou bem, aonde não estou, porque eu só quero ir aonde eu não vou...", e que de tanto querer estar noutro sítio e noutra vida, nunca chega a aproveitar aquilo e aquela que tem no momento.

Mas será possível aproveitar uma vida a comer, dormir, praticar desporto, dançar, ir a um bar, nadar, e por aí fora, totalmente sozinho ou, neste caso, a dois, em pleno espaço, sabendo que não haverá nada mais além disso?

 

O que não gostei muito:

A primeira parte do filme foi muito monótona, com apenas uma personagem. Depois, com duas personagens, começamos a assistir a um romance, que praticamente o leva a desistir de perceber o que aconteceu, porque estão acordados antes do tempo, e como conseguirão reverter a situação. Diria até que estão conformados e preparados para uma vida inteira ali.

E, nesse aspecto, tive pena que não tivessem feito a Aurora engravidar! Como seria ter um filho no espaço? Criá-lo e vê-lo crescer dentro de um nave? Poderiam, dessa forma, que um seu descendente ainda pudesse aterrar no novo planeta. Mas não. Nada de filhos.

 

No momento em que percebi que a nave estava com problemas, tive esperança que mais alguns passageiros fossem despertados, mas também isso não aconteceu, à excepção do chefe da nave, que tão depressa apareceu, como logo morreu, deixando a acção voltar a centrar-se no casal.

 

O próprio problema da nave, que poderá levar à sua explosão, matando toda a tripulação e passageiros a bordo, não passou de um cliché, em que uma das personagens se vê obrigada a sacrificar a sua vida, para bem de todos os outros, deixando a outra personagem a sofrer um grande desgosto de amor, caso não a consiga salvar.

 

Deveriam ter havido mais incidentes logo de início, mais perigos, mais sobrevivência, e menos descontração.

 

Quanto à decisão final:

Não estou contra, nem a favor. 

Havendo a possibilidade de uma das personagens voltar a hibernar e acordar no futuro, que era o seu objectivo, fará mais sentido aproveitar essa oportunidade, ou viver o presente? Fará mais sentido voltar a ser egoísta, ou tentar remediar o mal causado? 

Será justo condenar porque a personagem decidiu ficar e abdicar dessa possibilidade? Ou mais justo condenar se tivesse deixado a outra sozinha?

E que garante que, ao longo de décadas, uma deles não mudará de ideias?

 

 

Assim assim, nem mal nem bem

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Conta a minha mãe que, quando eu era pequenina e me perguntavam como ia a vidinha, eu abanava a mão, como que a dizer "assim, assim".

É assim que me tenho sentido por estes dias. 

Não está má, não me posso queixar, podia ser bem pior. Há quem esteja bem pior. Haja saúde, trabalho e algum dinheiro, que já nos podemos dar por felizes.

Mas sinto que também não está muito bem, podia estar melhor. Estou naquele meio termo, à espera de não retroceder, mas também sem conseguir ou saber por/ para onde avançar.

Não gosto quando me vejo em situações que, por mais que queira, não posso prever ou controlar. Não gosto de coisas resolvidas pela metade, ou não resolvidas de todo. Não gosto de não saber para onde me dirigir, ou qual o melhor caminho a tomar.

Gosto de saber com o que posso contar, gosto de manter as coisas sob controlo, gosto na normalidade. 

É quase como o pó que sabemos que está nos móveis, mas no qual não mexemos para não espalhar. Na terra que está no fundo, e que não mexemos para não turvar a água. 

Estou na fase em que a vida agitou o pó e a terra, mas ainda não deixou tudo limpo. Portanto, está tudo um pouco turvo e nublado, não me deixando ver o que o futuro trará. 

Enquanto isso, espero que a poeira assente de novo, ou seja removida definitivamente.

 

 

Meteorito a passar pela Terra na Noite das Bruxas?

 

Sempre tive para mim que o fim do mundo estará relacionado com um meteorito, que colidirá com a Terra e levará à sua total destruição! 

Pois não é que no próximo dia 31 de Outubro, em que celebramos o Halloween com a típica Noite das Bruxas, está previsto passar muito perto da Terra um asteróide, de seu nome 2015 TB145!

Bem, segundo dizem, isto do passar perto é relativo, mas ainda assim, é uma proximidade invulgar, tal como o tamanho do dito cujo, equivalente a um estádio de futebol. Dizem também que o mesmo está a dirigir-se muito rapidamente para o nosso planeta mas, apesar disso, não corremos qualquer perigo de colisão.

A não ser que as bruxas nos preguem alguma partida e o levem a fazer um desvio até cá! Sim, devo andar a ver muitas vezes a terceira temporada do H2O.

Pelo sim, pelo não, é melhor ter uns doces à mão! Com bruxas à mistura, nunca fiando...

 

 

 

Visão estranha e assustadora

 

Já não é novidade que a maior parte dos meus sonhos são pesadelos e autênticos filmes de terror mas, de vez em quando, também saem uns sonhos mais leves, engraçados ou emocionantes.

No entanto, o sonho de que vos vou falar hoje foi estranho e, de alguma forma, assustador. Por muito que goste de ver imagens do nosso planeta, não aprecio muito a ideia de o fazer ao vivo e a cores. E foi isso que aconteceu no sonho!

Eu, em pleno espaço (sozinha, sem estar dentro de nenhuma nave), a ver o planeta terra surgir, enorme, à minha frente! E ter a noção que eu não estava lá, nem ia voltar para lá.