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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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O (tão aguardado) casamento real!

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Há muito que se ouvia falar do casamento da Infanta Maria Francisca de Bragança e Duarte Martins.

Em parte, pela polémica do voluntariado.

Depois, pela escolha do Palácio Nacional de Mafra para a cerimónia religiosa.

Pelo bolo partilhado com a população, que estava toda convidada.

E pela realeza que se esperaria na nossa terra.

Um casamento igual a qualquer outro mas, ao mesmo tempo, um acontecimento raro, a fazer lembrar os casamentos reais de Espanha ou Inglaterra mas, desta vez, em Portugal o que, queiramos ou não, suscita a curiosidade.

 

 

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Sábado, foi o dia!

Mafra quase parou para viver o casamento, e o momento.

Era toda uma romaria de pessoas a ir ver a chegada da noiva. Outras, que já o tinham visto, a dar uma volta enquanto decorria a cerimónia religiosa. Mais tarde, novamente algumas pessoas a dirigir-se ao Terreiro D. João V, desta vez à espera de ver a saída do casal e, quem sabe, provar uma fatia de bolo.

Estava muita gente, mas não tanta como acreditei que estaria.

 

Calhou marcarem-me consulta de optometria para a hora do casamento.

A loja fica mesmo em frente ao palácio.

Fui a pé.

Pelo caminho, fui vendo algumas pessoas conhecidas, que me diziam: "Então, já vais atrasada, a noiva já entrou" ou "Já não vês a noiva". Até pessoas que não conheço de lado nenhum acharam-se no direito de meter conversa "Olha, também vais ao casamento."

Pensei: "Senhores, há vida para além do casamento real!".

Será que uma pessoa já não pode sair de casa, que toda a gente acha que é para isso?!

 

Enquanto estava no oculista, ainda ouvi a parte dos votos dos noivos, mas confesso que era barulho a mais para mim.

Saí do oculista, arrisquei ir em frente. Vi um dos ecrãs gigantes, vi algumas carrinhas mas nem me apercebi que, algures por ali, estavam o Manuel Luís Goucha e a Rita Rodrigues na transmissão em directo para a TVI.

Havia pessoas a circular com bandeiras.

Fui às compras, e voltei para casa.

 

 

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E foi em casa que, evitando horas a fio ali em pé, e a confusão, fui acompanhando o evento na TVI.

A tempo de ver a Rita referir-se ao Terreiro D. João V como Terreiro Afonso V, ouvir o Manuel a repetir milhentas vezes que o vestido da noiva era de mikado de seda, ver a Manuela Moura Guedes e o apelidado "Rei de Queluz", seu marido, chegarem à Igreja, e por aí fora, e a Maria Cerqueira Gomes infiltrada no meio dos convidados, a entrevistá-los.

À entrada da igreja, o Padre Luís Barros, todo sorridente, a receber os convidados. Afinal, algo assim não acontece todos os dias.

 

 

 

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Sobre o casamento, propriamente dito, tenho a dizer que, tirando a parte de conhecer D. Duarte Pio e Isabel de Herédia como Duques de Bragança, pouco mais sabia, ou conhecia da família.

Por isso, é caso para dizer que conheci a noiva ontem, e gostei. Para além da simplicidade, uma grande simpatia. Quase não reconheci o pai, de tão magro que está, mas adorei a chegada dos dois na caleche, e D. Duarte com o seu panamá!

O noivo também parece simpático, mas talvez mais nervoso, por estar menos habituado a realezas, e eventos públicos para todo o país ver. Ainda mais o seu próprio casamento.

 

 

 

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Passei à frente a cerimónia, assistindo ao casal, já cá fora, a partir o tão aguardado bolo com uma espada (deve dar tanto jeito, de facto).

E, depois, a recepção dos convidados nos jardins do Palácio.

 

 

 

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Como disseram, e bem, é um casamento privado, que os noivos decidiram partilhar com o país.

Mas é um casamento como outro qualquer e, à parte determinados protocolos, e os títulos de muitos dos convidados, são pessoas como outras quaisquer.

Foi isso mesmo que deu para ver: pessoas a conviver, a comer e a beber, a tirar fotografias e selfies, ou simplesmente sentadas, a descansar. A partilhar um momento especial com a família e com os noivos.

E estes, agora casados, radiantes, como deve ser!

 

 

Imagens: TVI

 

 

José Saramago "rouba" trono a D. João V

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No outro dia vi esta notícia e fiquei parva.

Então, ainda eu não era nascida, e já o Terreiro D. João V assim se chamava. Toda a minha vida ouvi chamar aquele terreiro de Terreiro D. João V.

E agora vêm dizer que vai passar a chamar-se Praça José Saramago?

 

Que queiram homenagear o homem, até compreendo. Mas que atribuam o seu nome a algo de novo, e não ao que já existe, e tem uma longa história. Mais tarde até comentei com a minha filha este assunto, e que não fazia qualquer sentido.

 

Hoje, ao pensar nisso, lembrei-me de ir ver a data da notícia e bingo: notícia de 1 de abril! Sim, domingo de Páscoa, mas também o dia das mentiras, que este ano parece ter passado um pouco ao lado.

 

Agora, das duas uma: ou eu caí que nem uma patinha na mentira, porque nem reparei na data (até porque vi depois disso), nem me lembrei do dia das mentiras, ou a notícia é mesmo real, e José Saramago vem "roubar" o trono ao D. João V!