Testemunhas de Jeová - parte I
No sábado passado, estava eu calmamente a sair de casa para ir estender roupa, quando sou abordada por três mulheres, que queriam conversar comigo sobre Deus e a Bíblia. Por certo, já saberão de quem se trata!
Por norma, despacho-as logo, até porque nada daquilo que me digam me fará mudar de opinião, mas desta vez, deixei-as falar.
Uma delas era mais nova, talvez até mais nova que eu e, apesar da sua crença, percebia-se que era uma pessoa com quem se poderia ter conversas interessantes. Ainda nos rimos com umas piadas, falámos de animais, era uma pessoa descontraída. As outras, mais velhas, não deviam estar satisfeitas com o rumo da conversa!
E, talvez por isso, a querer puxar a brasa à sua sardinha, uma delas perguntou-me:
"Então, quando a D. Marta tem algum problema, ou está a passar por dificuldades, em quem é que se apoia, como faz para ultrapassar?"
Respondi-lhe que, nesses momentos, luto como posso para ultrapassar, apoiando-me na família, que é quem está ao meu lado!
Aliás, os momentos mais complicados, problemáticos, difíceis, pelos quais passamos são, por norma, aqueles em que temos maior tendência a nos agarrar a algo, a aceitar apoio, independentemente de onde venha, a procurar respostas, a depositar fé naquilo que nos der esperança de que tudo vai melhorar.
Mas são, também, os momentos em que estamos mais vulneráveis, susceptíveis e, como tal, aqueles em que tendemos a acreditar em tudo o que nos coloquem à frente dos olhos, a ser enganados.
Além de que, muitas vezes, as pessoas só se viram para a religião, para a fé, para pedir ajuda a Deus, quando estão mal. Depois, quando estão bem, não querem mais saber.
Como já aqui referi algumas vezes, aceito que as pessoas tenham que se agarrar a algo, se isso lhes der esperança, se as ajudar a seguir e frente, a minorizar o sofrimento e a dor, mas não me queiram "impingir" algo em que não acredito.