Se as novas tecnologias são algo cada vez mais banal nas nossas vidas, e cada vez mais utilizadas no dia-a-dia, seja em contexto laboral, seja a nível pessoal, porque não aplicá-las também nas escolas?
Se as próprias escolas têm uma disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação cujos conhecimentos vão, ao longo do ano, sendo utilizados também nas restantes disciplinas, através de actividades em aula, trabalhos de casa ou trabalhos de grupo, porque não utilizá-las, de uma forma ainda mais abrangente, no ensino?
Há dois anos, fiquei admirada com a forma como o professor de história da minha filha enviava os trabalhos de casa para a turma: por email, uma espécie de questionário, com perguntas de escolha múltipla ou para fazer ligação ou completar, de acordo com imagens, e questões do próprio manual.
É certo que era necessário consultar o manual e perceber a matéria, mas era muito mais rápido de fazer, mais atractivo, e com maior probabilidade de acertar em mais respostas.
Este ano, o mesmo professor não tem enviado TPC’s, mas optou por outra inovação: os testes feitos em tablets!
Ao que parece, já o fazia no ano anterior, em que a minha filha não calhou com ele.
História é uma das disciplinas que a minha filha menos gosta, e mais dificuldades tinha ao longo dos anos.
Este ano, está a conseguir tirar boas notas, graças a este método.
Claro que não funcionará para todos os alunos da mesma forma.
Para quem corre sempre mal a escolha múltipla, quer pelas rasteiras que, por vezes, colocam, quer pela semelhança entre opções e dúvidas que não conseguem dissipar, e que podem levar a respostas erradas, esta forma de avaliação será pior, do que se pudessem responder de acordo com o que sabiam.
Nem para todas as disciplinas.
Há disciplinas que implicam construção de textos, respostas desenvolvidas, ou cálculos, que talvez não justifiquem este método.
Mas eu aprovo! Porquê?
- É um método prático, rápido, que cativa os alunos.
- Acabam por responder, quase sempre, a tudo porque basta escolher uma das opções, e com sorte até acertam, basta ler alguma palavra para se lembrarem do que estudaram, ou perceber que, naquelas opções apresentadas, se pode fazer uma exclusão de partes.
- Não há aquele despejar de matéria e dispersar nas respostas que, por vezes, continham informação a mais do que a que era pedida, e que nos esgotavam o tempo para responder às restantes.
- Acaba-se de vez com aquela espera pelos resultados dos testes, que os professores só traziam corrigidos dali a uma semana ou mais, e com toda a angústia e sofrimento que passavam naqueles dias, a pensar se teriam uma boa nota, ou uma surpresa inesperada – aqui, faz-se o teste e recebem logo os resultados na hora!
Só pode ser um professor novo, pensarão vocês, para fazer algo assim.
Pois não é!
É um dos mais antigos daquela escola, que por acaso também foi meu professor!
O que ainda é mais de louvar, porque é a prova de que, apesar da idade, existem professores que acompanham o progresso, as inovações, as novas tecnologias e, não só as aceitam, como as colocam em prática na sua profissão.
Ainda há professores capazes de se reinventar, e reinventar formas de avaliação modernas e igualmente eficazes.