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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Antes de Dizer Adeus", de Robert Bryndza

Antes de Dizer Adeus 

 

Isto de se morrer, e de se deixar mensagens ou cartas misterioras, para que os familiares descubram e lidem com os  segredos dos falecidos, está a tornar-se recorrente.

Pior que isso, é deixá-los a lidar com os perigos dos quais não conseguiram escapar, ou esperar que façam aquilo que não tiveram tempo (ou coragem) de fazer.

Esta história não é excepção.

 

"Antes de Dizer Adeus" não está com grandes preâmbulos, começando logo com acção.

Aliás, eu diria até que com demasiada acção. 

É um livro que prende desde o início, mas que acaba por ser exagerado nas tentativas sucessivas de eliminar Maggie, a recém viúva que, após receber uma carta do falecido marido, percebe que ele esconde um segredo que lhe pode ter custado a vida, e agora, a dela.

No entanto, Maggie não desiste facilmente e, embora não saiba bem em quem confiar, não só porque todos passam a parecer suspeitos mas também porque, cada um em quem confia, acaba morto, está determinada a desvendar o segredo e fazer os culpados pagarem pelos seus crimes.

Agora, resta saber se conseguirá fazê-lo a tempo, antes que a apanhem, ou se será obrigada a calar-se, para proteger aqueles que mais ama.

Uma coisa é certa: as pessoas com quem está a lidar são poderosas, e tudo farão para manter o segredo escondido, nem que para isso tenham que destruir todos os que atreverem a desafiá-las.

 

 

Sinopse:

"Maggie está a fazer uma pausa num dia agitado no hospital quando um colega entra de rompante na sala dos médicos: Precisamos de ti. Temos outro M10 a caminho. Homem, meados dos quarenta, ferimento de bala na cabeça. Uma vizinha encontrou-o a respirar, mas os sinais vitais deterioraram-se rapidamente na ambulância.
Pessoas entre a vida e a morte dão entrada nas urgências a toda a hora. Porém, desta vez Maggie ficou petrificada quando viu quem estava na maca. O homem que transportava... era o seu marido.
TRÊS PODEM GUARDAR UM SEGREDO...
SE DOIS ESTIVEREM MORTOS.
Apesar dos esforços da equipa médica, Will não sobrevive. Maggie pensa que o marido foi vítima de um assalto na sua própria casa, até que a polícia lhe dá a angustiante notícia: foi o próprio quem puxou o gatilho.
Maggie é consumida pela dor e pela dúvida. Não pode acreditar que Will acabou com a própria vida... Depois do funeral, decide sair de Londres e refugiar-se na casa de férias que construíram numa pequena ilha da Croácia.
Alguns dias depois de chegar, recebe pelo correio uma carta inquietante, assinada pelo próprio Will. A carta revela algumas pistas sobre a morte do marido e, à medida que Maggie começa a juntar as peças, descobre que a sua morte parece estar relacionada com uma história do seu passado... e com alguém que tudo fará para que Maggie se mantenha em silêncio."

 

Imagem: almadoslivros

 

"Só Me Enganas Uma Vez", de Harlan Coben

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Tinha este livro na minha lista de livros a ler.

Recebi-o de presente de aniversário.

Entretanto, fiquei ainda com mais vontade ao saber que a série, baseada no livro, iria estrear este mês, na Netflix.

Comecei a ler.

E fiquei decepcionada. Não me estava a cativar. Após algumas páginas, pu-lo de parte.

 

No início do mês, comecei a ver a série, na esperança de que fosse mais interessante ver a história no ecrã.

Mas aconteceu o mesmo. 

Vi um episódio, e fiquei sem vontade de ver mais.

 

Ainda assim, eu sou teimosa.

Por algum motivo a história me disse alguma coisa, a ponto que a querer ler/ver.

Esta semana, voltei a pegar no livro.

Começou a ficar interessante.

Dei por mim a lê-lo em todos os momentos que tinha livres, até ao fim.

E, agora, tenho que terminar de ver a série.

 

Maya é uma mulher, recém viúva, com uma filha de dois anos a seu cargo.

Ela ama a sua filha, mas acredita que não tem jeito para a maternidade.

Também amava o seu falecido marido, apesar de passar a maior parte do tempo em missão, longe dele.

E, quem sabe por isso, nunca tenha conhecido verdadeiramente o homem com quem se casou. E, agora, é tarde.

Ele foi assassinado.

 

Como diz o seu cunhado, a morte persegue Maya.

Primeiro, os civis que, acidentalmente, mandou abater.

Depois, a sua irmã, Claire.

E, agora, o marido, Joe.

 

Poderão estar todas estas mortes interligadas?

Será Maya o elo comum?

Ou será mera coincidência?

 

Maya não acredita em coincidências, e leva a cabo a sua própria investigação.

Mas o que Maya não sabe (ou então até sabe), é que quando se mexe num vespeiro, pode-se acabar picado.

E há picadas que se revelam fatais.

 

Num mundo, que é o que todos conhecemos, em que o poder e o dinheiro untam as mãos e compram o silêncio de muita gente, em prol de gente que quer manter os seus crimes ocultos, Maya terá que ser mais inteligente, se quiser chegar à verdade, e revelá-la, antes de ser apanhada na teia que ela própria teceu, para tal. 

 

O final é inesperado, e justo.

Com um salto temporal, em que Lily, a filha de Maya, é agora uma mulher casada e com uma filha acabada de nascer, a receber todos aqueles que sempre estiveram ao seu lado, e a ajudaram a ser a mulher que hoje é.

E uma homenagem, a quem já não está presente, mas estará sempre presente.

 

Sinopse:

"Quando uma mulher não consegue acreditar naquilo que vê, só lhe resta fazer tudo para descobrir a verdade.
Um thriller imperdível do autor de alguns dos maiores êxitos da Netflix.
Ex-piloto de operações especiais, Maya voltou recentemente para casa. Um dia, vê uma imagem impensável, capturada pela câmara escondida em sua casa: a filha de dois anos a brincar com Joe, o seu falecido marido, brutalmente assassinado duas semanas antes. Tentando manter a sanidade, Maya começa a investigar, mas as descobertas só levantam mais dúvidas.
Conforme os dias passam, ela já não sabe em quem confiar, até que se pergunta: é possível acreditar em tudo o que vemos com os próprios olhos, sobretudo quando é algo que desejamos desesperadamente?
Para encontrar a resposta, Maya vai ter de lidar com os segredos profundos e as mentiras do seu passado antes de encarar a impensável verdade sobre o seu marido… e sobre si mesma."

"A Família Perfeita", de Lisa Jewell

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"A Família Perfeita" mostrou ser um livro com uma história quase perfeita!

E digo "quase" porque, desde a primeira página, foi ficando melhor, e melhor, e mais intrigante.

A cada novo capítulo, o interesse e a curiosidade aumentavam, o suspense aumentava, a história prometia mais.

Já mesmo quase no final, a surpresa, a não desiludir.

 

Mas, quando se pensava que ia terminar em grande, não.

O final ficou muito aquém da expectativas que o leitor vai criando ao longo da leitura.

Ficam mais dúvidas, que certezas.

Mais perguntas, que respostas.

Faltou ali qualquer coisa. Algo que ficou a meio.

 

Ainda assim, vale a pena ler.

Alternada entre a personagem principal - Libby, o narrador - Henry, e uma mulher que não se sabe bem quem é - Lucy, a história leva-nos ao passado de uma família abastada que, aos poucos, foi perdendo tudo o que tinha.

Uma família relativamente normal que, de um momento para o outro, viu as suas vidas mudarem drasticamente, com consequências para todos, sobretudo para os mais jovens que residiam naquela casa.

 

No presente, Libby descobre, aos 25 anos, que herdou uma casa, pertencente aos seus pais que, aparentemente, se suicidaram quando ela era bebé, tendo sido a única com vida encontrada na casa. Todos os restantes residentes, à excepção dos seus pais, encontrados mortos, juntamente com uma terceira pessoa, desapareceram.

Agora, Libby quer saber mais sobre o seu passado e, juntamente com Miller, o jornalista que acompanhou o caso há 25 anos, tenta descobrir as peças do puzzle, para conseguir completá-lo.

Mas a verdade pode ser muito diferente daquilo que esperava.

 

Certo é que, no presente, há pessoas muito interessadas em reencontrar a "bebé". Nem todos, certamente, pelos mesmos motivos.

E se calhar, a carta pela qual Libby esperou a vida toda pode, em vez de um sonho, tornar-se um pesadelo, a ponto de a sua própria vida estar em perigo.

 

Paralelamente a esta história, uma outra se entrelaça.

A de Lucy, mãe de Marco e Stella. Com filhos de pais diferentes, ela vive quase como "sem abrigo", após um casamento tóxico que quase lhe tirou a vida, e do abandono pelo homem que considerava o grande amor da sua vida.

Sem nada a perder, com dois filhos para cuidar, e com uma imensa vontade de regressar a Londres, Lucy vai fazer de tudo para o conseguir. Nem que, para isso, tenha que fazer aquilo que nunca pensou fazer. Ou aquilo que tinha prometido nunca mais fazer.

Mas, por vezes, não há outra saída... 

 

 

Sinopse:

"Numa casa em Chelsea, numa zona elegante de Londres, uma bebé está acordada no berço. Bem tratada e alimentada, espera que alguém a vá buscar. Na cozinha estão três cadáveres em decomposição, todos vestidos de preto. Junto a eles, um bilhete rabiscado apressadamente. Estão mortos há vários dias. Mas então quem tem cuidado da bebé?

Após o seu vigésimo quinto aniversário, Libby Jones chega a casa e encontra uma carta, pela qual esperou toda a sua vida. Ao abri-la descobre finalmente quem são os seus pais biológicos e que é herdeira de uma mansão abandonada que vale milhões. A sua vida está prestes a mudar..."

"A Cirurgiã", de Leslie Wolfe

A Cirurgiã, Leslie Wolfe - Livro - Bertrand

 

Anne é uma cirurgiã com uma taxa de sucesso invejável.

Até àquele momento, nunca tinha perdido um doente na mesa de operação.

Ele foi o primeiro.

E, de repente, todos parecem condená-la por algo que pode acontecer a qualquer um.

As cirurgias acarretam riscos. A morte, é um deles.

Todos os seus colegas já perderam doentes. 

Mas nenhum foi sujeito a uma investigação como esta, tanto a nível interno, como pela procuradora do Ministério Público.

Como se fosse uma criminosa. Uma assassina.

Como se, de facto, o tivesse matado propositadamente.

 

E, no fundo, será que não o fez?

Afinal, até tinha motivos para isso.

Mas ela não estava sozinha. Toda a sua equipa estava lá com ela.

E viram que ela fez tudo o que podia para o salvar.

Ou será que não?

 

Ainda assim, porque está aquela procuradora tão empenhada em destruí-la?

Ou será que ela é apenas o meio, e o seu marido, advogado, candidato a Mayor, o alvo principal?

 

O paciente, era nada mais, nada menos, que um pedófilo. Um homem que abusou da sua irmã adoptiva, e a levou ao suicídio. 

Anne sabia. E aquela era a oportunidade perfeita para acabar com aquele monstro.

E, agora, há alguém disposto a acabar com ela.

Alguém que fará Anne perceber que nem tudo é o que parece, e que a sua vida e o seu mundo perfeitos não eram assim tão perfeitos.

E que, de um momento para o outro, se pode perder tudo aquilo que se lutou para conquistar.

Até mesmo, a liberdade.

 

Gostei da história, e de como guardaram, quase até ao final, a verdade sobre o que realmente aconteceu a Caleb Donaghy, ou melhor, ao seu coração, e porque Paula está tão decidida a mandar Anne para a prisão.

No entanto, penso que revelaram demasiado cedo quem era o amante de Paula, e qual o seu papel no plano desta.

Seria mais surpreendente se o leitor ignorasse a sua identidade por mais umas páginas.

 

 

Sinopse:

"Antes do meu mundo desabar, eu tinha tudo. A carreira de sucesso com que sempre sonhara. A bela casa onde podia sentar-me e relaxar confortavelmente depois de um longo dia de trabalho. O marido mais bonito e dedicado que poderia desejar, cujo sorriso encantador sempre me fizera sentir segura.
Até hoje nunca tinha perdido um doente.
Até hoje nunca tinha operado ninguém que odiava.
Quando declarei o óbito, a minha voz estava firme: «Hora da morte 13:47». Todo o pessoal, médicos e enfermeiros na sala de operações ficaram em silêncio à minha volta, a olhar para mim, confusos e preocupados. As minhas mãos tremiam dentro das luvas. O meu olhar deslizou pelas frias paredes de azulejo, com o coração a bater aceleradamente dentro do meu peito.
Se tivesse sabido antes de quem se tratava teria pedido a um colega que me substituísse. Ninguém estranharia; é um procedimento habitual não operar amigos, familiares ou... qualquer outra pessoa que possa comprometer a capacidade do cirurgião agir na sala de operações. Teria sido fácil. Mas que outra escolha podia ter feito depois de o reconhecer na sala de operações? E o que vou fazer para me proteger, se alguém descobrir?"

"A Rapariga da Cabana", na Netflix

Depois da Cabana (2023) - Netflix | Flixable

 

"A Rapariga da Cabana" é uma série alemã, de apenas 6 episódios, baseada no livro de Romy Hausmann.

 

Uma mulher consegue fugir do cativeiro em que foi mantida, e está agora no hospital, após ter sido atropelada durante a fuga.

Com ela, está Hanna, uma menina de 12 anos que se julga ser sua filha.

Este acontecimento vem reabrir um caso por resolver há 13 anos, quando Lena Beck desapareceu misteriosamente, sem nunca ter sido encontrada.

No entanto, a mulher do hospital, que diz chamar-se Lena, não é a verdadeira Lena. E, apesar de Hanna a chamar de mãe, a verdade é que ela não o é.

Então, quem é aquela mulher? 

 

E quem é, realmente, Hanna?

Uma menina que nunca viu a luz do dia, mas com uma inteligência de fazer inveja a muita gente, e conhecimentos que ninguém imaginaria, na idade dela.

Uma menina que parece uma máquina, programada para funcionar de determinada forma, sem erros, o que faz com a maior facilidade.

Uma menina capaz de mostrar algum sentimento, de criar laços mas, ao mesmo tempo, uma menina que, apesar de tão nova, já parece revelar alguns traços de psicopatia.

Fará parte da sua natureza, ou será resultado de uma tal lavagem cerebral, levada a cabo pelo raptor ao longo de toda a sua vida, que agora é difícil de apagar?

 

Quem vê Jonathan, irmão de Hanna, e a própria Hanna, a forma como agem, e a personalidade de cada um deles, poderá pensar que o primeiro é o elo mais fraco, o mais vulnerável, o mais frágil. Afinal, tanto o pai como a irmã o viam assim.

Mas talvez seja, por isso, que é também o mais sensível, o que mais desperta empatia, e o que melhor se adaptará à vida fora da cabana, por não estar tão formatado. Por nunca ter sido o "preferido" e, talvez por isso, não haver altas expectativas para ele.

 

A determinado momento, percebemos que Lena é uma referência. Um ritual a cumprir para manter a família unida. Uma mulher para o raptor. Uma mãe para os miúdos.

Percebemos que a primeira Lena, a verdadeira, a mãe de Hanna e Jonathan foi sendo, ao longo dos tempos, substituída por outras mulheres, outras "Lena", que se assemelhassem o mais possível à original. Que seguissem as regras, para não serem castigadas. Ou mortas...

 

Não se sabendo o que aconteceu a Lena Beck, aquela mulher é a primeira a escapar do monstro.

Resta saber até que ponto ela, realmente, escapou dele, fisica e psicologicamente.

E, até que ponto, enquanto o raptor tenta juntar a "família" numa nova "casa", estará Hanna aliada a ele, ou contra ele?

Ou sem ter sequer essa noção, agindo numa intersecção entre os dois planos...

 

Para já, vai para a personagem Hanna, e para a actriz que lhe deu vida, todos os aplausos pelo excelente trabalho!