Da liberdade que se deve dar aos filhos
Todos sabemos que, antigamente, havia liberdade a menos e que, pelo contrário, hoje em dia e cada vez mais, há uma tendência a dar liberdade a mais. Sabemos que o ideal, seria o meio termo.
Mas, mais do que muita ou pouca liberdade, acho que devemos também pensar no tipo de liberdade estamos a dar aos nossos filhos, e na forma como a mesma é dada, à medida que eles crescem, e para que possam crescer.
Porque existe uma forma e tipo diferente para cada etapa, para cada idade, e que devemos saber gerir, para que os nossos filhos saibam para que serve essa liberdade, e até onde podem ir, sabendo que, se a ultrapassarem, haverão consequências mas também que, não a ultrapassando, têm uma larga margem para usufruir dela e tirar o máximo partido, sem estarem limitados.
Porque uma criança a quem só lhe é dada liberdade para estar em contacto com o preto e o branco, não tem oportunidade de descobrir que o mundo pode ser mais colorido.
Se mantivermos os nossos filhos dentro de uma pequena bolha, eles nunca saberão o que há para além dela.
Os nossos filhos não precisam que lhes sejam vendados os olhos, para aquilo que não queremos que eles vejam porque, mais cedo ou mais tarde, eles irão mesmo ver.
Não precisam que lhes amparemos as quedas porque, um dia, não estaremos cá para isso e, quando caírem, irá doer ainda mais.
Por vezes, é preciso soltar a mão, deixá-los dar os seus passos, ainda que sejam atabalhoados, ainda que não consigam manter-se em equilíbrio. E deixá-los cair. Porque só assim aprenderão com os erros, com a tentativa. Só assim saberão o que devem ou não fazer.
Mais do que proteger, é preciso preparar. Dar as ferramentas, para que eles as possam conhecer, manusear, e aprender a utilizar, adaptando a cada uma das fases da sua vida.