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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

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"Toda a Luz Que Não Podemos Ver", na Netflix

Toda Luz que Não Podemos Ver - Série 2023 - AdoroCinema

 

A minissérie de 4 episódios estreou há pouco tempo na Netflix, e era uma das que estava na minha lista, desde que vi o trailer.

A série alterna entre o presente e o passado, na vida de dois lados opostos de uma guerra que não pediram.

 

De um lado, Marie-Laure, uma jovem cega parisiense que tem, como grande companheiro, o seu pai, um homem das ciências e chaveiro de um museu em Paris, onde se encontram as joias mais valiosas.

Tudo o que Marie sabe, aprendeu com o pai, e com "o professor", um homem que ela ouviu desde sempre, na rádio, na frequência 13.10, que dedicava as suas emissões a falar para as crianças, a verdade e os factos.

 

Do outro, Werner, um jovem alemão órfão, que tem como única família a irmã, com quem vive no orfanato. Werner mostra, desde cedo, a sua genealidade e, por isso, acaba por se destacar e ser escolhido para a linha de frente, na guerra da qual sabe que não pode fugir, mas na qual não se revê. 

 

Em Saint-Malo, Marie e Werner são inimigos, mas têm mais em comum do que possam imaginar e, no fim, são essas semelhanças que os fazem salvar-se um ao outro.

Marie, agora adulta, em plena Segunda Guerra Mundial, e contra todas as regras, todas as noites faz emissões de rádio, na frequência 13.10, através das quais envia mensagens codificadas para os opositores das tropas alemãs, nomeadamente, os americanos, bem como para o seu pai, que desapareceu, e para o tio, que está escondido.

Werner é o soldado, destacado para Saint-Malo, para detectar essas mensagens, e a sua origem, a fim de interceptá-las e pôr fim às mesmas.

No entanto, recordando "o professor", que ouvia em criança e adolescente, Werner acaba por encontrar conforto nessas emissões, e nunca as denuncia, até não ter outra hipótese.

 

Marie é, assim, duplamente procurada. 

Primeiro, pelas suas emissões.

E, depois, por um oficial alemão em particular, que procura uma pedra cuja lenda diz que a mesma dará a vida eterna a quem a tiver em seu poder, e que acredita que é Marie quem tem.

Werner, resistindo como pode, sem nunca deixar de ser fiel a si mesmo, e àquilo em que acredita, acaba por ser apanhado no fogo cruzado entre o seu exército, ao qual deve obediência, e a sua vontade de ajudar Marie e o seu tio, que vem a descobrir que é "o professor".

 

"Toda a Luz Que Não Podemos Ver" é uma série centrada na guerra, no extremismo nazi, no caos e destruição, na sobrevivência e luta entre povos. 

Mas é, acima de tudo, centrada no amor, na família, nos princípios pelos quais as personagens principais se regem, na coragem e resistência, na fé que têm uns nos outros, e em si mesmos.

Podemos dizer que esta série não é propriamente um prato pomposo, excêntrico e dispendioso, que nos aparece à frente em raras ocasiões, mas antes aquela refeição mais caseira e simples, que conforta como nenhuma outra, e que nos sabe melhor que qualquer outra!

 

É uma série que nos envolve, e que nos cativa, desde o primeiro momento.

Com todo um futuro em aberto, após o final da série, talvez possamos acreditar numa segunda temporada. Ou, então, ler o livro, no qual a série se inspirou.

Com Mark Ruffalo, e Hugh Laurie no elenco, o meu destaque vai para Aria Mia Loberti, que interpreta Marie (a actriz é, também ela, cega).

 

Se puderem, vejam!