Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Otite: esta velha conhecida fez-nos uma visita

Vector Illustration Of A Cute Girl Holding Her Ear - Arte vetorial de stock  e mais imagens de Dor de ouvido - iStock 

 

Há já muito tempo que a minha filha não tinha uma otite.

Nem falta fazia.

Ainda assim, agora que as coisas acalmaram relativamente à pandemia, ela decidiu que estava na hora de lhe fazer uma visita, em nome dos velhos tempos.

 

Veio de mansinho, no domingo à tarde, como uma dor de ouvido ligeira.

À noite, mal conseguia comer, com dores.

Fomos imediatamente à urgência.

Otite nos dois ouvidos (que um só era pouco após anos de ausência).

 

Após dois dias, as dores não dão sinais de melhorar.

Nem com paracetamol, nem com ibuprofeno.

Há dores e dores. Nenhuma é boa. Nem vale a pena comparar porque só quem as tem é que sabe o que custa.

Mas ela nunca esteve assim.

 

A febre vai e volta.

Já a surdez, é constante.

Ou berramos, para ela ouvir, ou comunicamos por mensagem escrita.

 

Hoje é o terceiro dia.

Já lá vão 5 comprimidos de antibiótico.

Tem aplicado compressas quentes, para ver se alivia.

E até Trifene tomou, em desespero.

Vamos ver se a dona otite começa a dar algumas tréguas à miúda.

Que demónio é este?...

png-transparent-hair-coloring-black-hair-hime-cut- 

 

Mas que demónio é este, que por aqui ciranda?

Seja ele qual for, que volte depressa para de onde veio.

É impossível andar na rua.

 

Mal uma pessoa sai, fica à mercê dele.

Revoltoso, gélido, sem dar um único segundo de tréguas.

Esbofeteia-nos de um lado. E do outro.

Empurra-nos, fazendo-nos acelerar mesmo sem querer. Outras vezes, trava-nos, como se nos tentasse impedir de seguir caminho.

Desorienta-nos.

 

Já não basta a chama intensa que nos fere os olhos, também ele quase nos cega.

Enquanto nos debatemos com ele, nem nos atrevemos a respirar. Sustemos a respiração, até estarmos em relativa segurança.

Que só chega quando entramos em casa.

Até então, percorremos o caminho o melhor que conseguimos, quase sem o ver, em modo automatico, porque perceber onde estamos e com o que estamos a lidar é doloroso e cansativo demais.

 

Na rua, o demónio anda à solta.

Chama-se vento.

Já deveríamos estar habituados.

Mas o vento nem sempre está assim.

Com esta fúria desmedida. Com esta raiva descontrolada.

A fustigar cada centímetro da nossa pele, e do nosso corpo.

 

Em casa, continuamos a ouvi-lo.

A sentir que ele tenta, de todas as formas, quebrar as barreiras. Chegar até nós.

Mas não consegue.

E nós podemos, então, tranquilamente, abrir os olhos, que demoram a habituar-se à calmaria.

Podemos respirar de alívio.

Podemos descontrair o corpo que, só então, percebemos como estava contraído, e relaxar.

 

Até à próxima luta, quando tivermos que voltar à rua, e enfrentá-lo novamente.

 

 

Formigueiro em casa?!

Resultado de imagem para formigas

 

Volta e meia, na minha casa, aparece formigas.

No início, até sabíamos a causa. Rebuçados ou chocolates que estavam por ali há meses, pacotes de açúcar esquecidos, qualquer coisa doce que as chamava. Costumam aparecer também em determinadas alturas do ano.

Em Janeiro, fizeram a primeira aparição anual. Na casa de banho! O que têm as formigas a procurar na casa de banho? Lá fui exterminando as "mulas", como eu lhes chamo.

Um dia, apareceram na cozinha: na bancada, em cima da mesa, na parede. Olhei para cima, e deparei-me com um carreiro de formigas a passear ao longo das quatro paredes.

Depois do típico ataque de nervos, lá coloquei mãos à obra, para acabar com elas. Deixámos de colocar algumas coisas em cima da mesa, por prevenção. Fomos vigiando.

Passaram-se semanas e, à partida, a crise estava extinta. Até comentei com a minha filha que parecia que as formigas nos tinham dado tréguas. Mais valia estar calada!

No dia seguinte, levanto-me, e a primeira coisa que vejo na cozinha são formigas, na bancada, onde tinha ficado uma caneca e um prato do dia anterior, por lavar. E lá tive eu que intentar mais um "formigicídio". Missão cumprida! Mal sabia eu para o que ainda estaria guardada.

À tarde, vou abrir uma gaveta para tirar uma tampa, e deparo-me com um formigueiro lá dentro. Eram tantas, mas tantas, que as tampas, de metal prateado, estavam quase pretas.

E volto a colocar a mesma questão? O que procuram as formigas numa gaveta?

Tive que retirar a gaveta, a única ocupada pelas "mulas", levá-la para a rua e sacudir as ditas para o chão. Depois, lavar a gaveta, lavar tudo o que estava lá dentro, colocar spray na chaminé (por onde suponho que tenham descido) e tentar não entrar em parafuso, com formigas a subirem-me pelos braços durante todo o processo!

Acho que, por enquanto, está tudo sob controlo. Mas é melhor não falar muito!

 

Qual é a tempestade de hoje?

 

Depois de alguém ter aborrecido, e bem, a "menina Stephanie", fazendo-a descarregar toda a sua fúria em cima de nós, no passado fim de semana, e quando já pensávamos que tudo voltaria ao normal, após uma segunda-feira de aparentes tréguas, heis que volta o mau tempo.

Vento forte, chuva, queda de neve e agitação marítima marcam presença nesta terça-feira. Evoluímos de avisos vermelhos e laranjas para amarelos mas, mesmo assim, este tempo não convida ninguém a sair à rua.

Infelizmente, para muitos, não há outra opção. E para quem não anda de transportes, é melhor preparar as capas, as galochas, e uma reserva de guarda-chuvas porque, à semelhança de outros dias de temporal, serão muitos os que se irão partir, voar, despedaçar e parar ao caixote do lixo mais próximo.

Quem será que enfureceram desta vez? 

A revolta da natureza...

 

Está a chegar...

Eu sinto...todos nós sentimos...

Não sabemos quando mas está, sem dúvida, a caminho.

No chão, as folhas secas dançam em alegre rodopio! Levantam-se no ar, voltam a pousar, e correm em círculos, impulsionadas pelo vento.

Esse vento que sopra enraivecido, contra tudo, e contra todos.

No céu cinzento, nuvens escuras correm depressa, como se não houvesse tempo a perder. E, atrás destas, outras, e outras. Algumas, trazem a leve promessa de tréguas. Outras, mostram-nos que não nos devemos deixar enganar. Afinal, é só uma questão de tempo. 

Talvez agora, talvez mais logo, talvez amanhã...As primeiras gotas caem, e param. Ainda não chegou o momento...

Mas, por fim, pela noite fora, veio! E fez estragos.  

Hoje, parece que a natureza acalmou. E a sua sombria e assustadora revolta deu lugar a um magnífico céu azul!