Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada...
Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!
A diferença é que, quando assumem o seu papel perante o seu povo, passam a carregar um peso, a viver de aparências, a esconder segredos e, em alguns casos, a ser consumidos pelo dever, abdicando da sua felicidade.
"Realeza" é uma comédia romântica.
No entanto, não foi o romance o que mais me cativou.
Foi a forma como a relação familiar, entre a mãe e os seus três filhos, vai mudando, e melhorando, perante as dificuldades que enfrentam, e os segredos que se vão desvendando.
Na verdade, também todos eles mudam, individualmente. Crescem.
Aviraaj, o "bon vivant" a quem o pai deixou o trono, recusa a coroa. De costas voltadas com o pai, em vida, não quer nada que venha dele, após a morte.
Parece um homem mimado e arrogante mas, na verdade, carrega muita coisa dentro dele, que terá de resolver. E adora os seus cavalos, com quem não mede esforços, em prol da sua saúde e bem estar.
Digvijay é o filho "ignorado". Ele próprio, a determinado momento, menciona sentir que um dos funcionários mais antigos da família é a sua única "família".
Adora cozinhar e, para provar que tem talento, e ser reconhecido pelo mesmo, e não pelo seu título, decide inscrever-se numa competição de culinária, como um homem comum.
Divyaranjini, mais conhecida por Jini, considera-se, também ela, ignorada por todos.
Talvez por ser mulher. Talvez porque os seus irmãos chamam mais a atenção. E têm outras responsabilidades.
Jini vai ter atitudes de menina mimada, fazer birras mas, no fundo, ela apenas não sabe como lidar com tudo aquilo que está a descobrir sobre si mesma.
Rani Padmaja, a mãe, agora viúva.
Viveu uma vida de mentira, pelo bem do reino. Mas não só.
Começa por parecer uma mulher fútil, à semelhança da restante família, mas depressa percebemos que, também ela, trava uma luta interna, que está longe de terminar.
Com o objectivo de manter o palácio na família, e afastar Sophia, uma plebeia, do seu filho Aviraaj, acaba por mexer num vespeiro do qual ela sairá, sem esperar, como a maior vítima.
É caso para dizer que, depois de tudo o que foi conquistado, no último episódio, tudo se desmorona, com um "sopro" do inimigo.
E a forma como quiseram mostrar que devemos sempre seguir os nossos sonhos, arriscar naquilo que gostamos de fazer, mesmo que nos digam que nunca chegaremos a lado nenhum.
Mesmo que aqueles, que julgávamos estar do nosso lado, nos atraiçoem.
Ainda que nos queiram passar a perna, e colher os louros daquilo que construimos, afastando-nos dos nossos próprios projectos, como se nos tornássemos, de repente, pessoas incapazes e não desejadas.
Nunca devemos desistir. Nunca nos deveos dar por vencidos.
Destaco também a banda sonora, o guarda-roupa, e algumas das tradições que nos são dadas a conhecer.
Está confirmada uma segunda temporada, que espero que chegue brevemente, para saber como vai acabar esta história que, quando parecia que estava a terminar, nos troca as voltas, e está, provavelmente, apenas a começar!
Não há nada mais banal ou tradicional, do que ver filmes de Natal, no Natal!
Incluindo, filmes de animação.
E se, de uma forma geral, todos parecem mais ou menos iguais, com a mesma temática, e mensagens semelhantes, a verdade é que vale mesmo a pena ver alguns deles.
"Naquele Natal", não sendo um daqueles filmes que possamos dizer que é muito bom, parece ser uma reprodução, no ecrã, daquilo que é a minha visão sobre o Natal, sobre o seu espírito, e sobre o que realmente importa.
E, depois, tem uma boa banda sonora: para além de me dar a conhecer uma música de Natal do Ed Sheeran, termina com a minha música de Natal preferida dos últimos anos: "Christmas Lights", dos Coldplay!
Quanto à história...
Temos um rapaz que vive com a mãe, enfermeira de profissão e que, naquele Natal, não só pelo seu trabalho, mas pela acção em si, terá que deixar o seu filho sozinho por algumas horas. No entanto, por muito duro que seja para ele, depois de o pai não o ter vindo visitar, não poder partilhar o almoço de Natal com a mãe, alguém lhe faz ver que, talvez, seja ainda mais duro para a própria mãe, ter que fazê-lo.
Depois, temos uma professora que parece muito rígida, trombuda e antipática, que todos temem, até os adultos mas que, no fundo, é só alguém solitário, que já sofreu, e perdeu o amor.
No entanto, graças a Danny, vemos um outro lado de Miss Trapper, que não deixa de ser comovente.
Temos ainda duas irmãs, gémeas. Sam e Charlie. Sam é a irmã boa. Charlie não se tem portado lá muito bem.
Mas isso não significa que seja má.
E vamos perceber isso quando o Pai Natal a puser à prova, sem que ela saiba. Porque, para mim, foi uma prova embora, inicialmente, pareça apenas um mero engano.
Há um motivo para cada uma daquelas acções de Charlie, e todos eles são bons motivos. Eram por boas causas.
Já no que toca a humor, temos vários casais que vão a um casamento e, no regresso a casa, na noite de Natal, ficam presos na neve, passando-a na carrinha, enquanto os respectivos filhos se divertem em casa, sozinhos, transformando o Natal tradicional, num Natal mais ao gosto deles, mais alternativo.
E tudo corre bem, até a pequena Eve desaparecer.
É aqui que, mais uma vez, o espírito natalício se evidencia, com toda a comunidade de Wellington on Sea a juntar-se para a busca, como uma grande família, que procura um membro perdido, no meio de um nevão que não facilita.
Eve só queria ir ver as cabanas na praia.
Mas ninguém mais queria fazer a tradicional caminhada de Natal.
Então, ela viu a raposa. Viu os perus. E foi atrás deles.
Par a praia. Sozinha.
Conseguirão eles, unindo e empreendendo todos os esforços, encontrá-la?
O final do filme, como não poderia deixar de ser, vem com mais uma tradição típica por aquelas bandas: o mergulho gelado.
E essa é uma daquelas que nunca cumprirei!
Deixo-vos esta citação, que me marcou:
"Acho sempre que o Natal é um pouco como uma lupa emocional.
Se te sentes amado e feliz, o Natal faz-te sentir ainda mais feliz e mais amado.
Mas, se te sentes sozinho e sem amor, a lupa começa a funcionar e torna as coisas más maiores e piores."
Tita ficava sempre de mau humor nesta altura do ano.
Parecia que as pessoas eram contagiadas por algum vírus, que as fazia andar eufóricas e animadas mas, ao mesmo tempo, stressadas, numa correria desenfreada para enfeitar tudo, planear almoços e jantares, e comprar mil e uma prendas, para toda a gente e mais alguma porque, afinal, parecia mal não oferecer qualquer coisinha.
Mas que elas andassem assim, ainda compreendia. O que a irritava, era que a "obrigassem" também a sentir o mesmo.
Cruzes, credo, canhoto!
Ela queria era distância dessa maleita natalícia.
E foi, precisamente, para fugir dessa loucura temporária que Tita se refugiou, em plena véspera de Natal, na floresta.
Ao passar por uma árvore, armada em Rainha Má da Branca de Neve, lembrou-se de lhe perguntar:
- Árvore minha, árvore minha, haverá alguém que goste menos do Natal do que eu?
Para sua surpresa, a árvore respondeu-lhe:
- Mas tu gostas do Natal!
- Ai isso é que não gosto! Alguma vez?
- Pois vou mostrar-te o contrário. Abraça-me.
- Eu? Abraçar uma árvore? Mas está tudo doido?!
No entanto, lá fez o que a árvore lhe disse e, nesse instante, foi transportada para perto de uma cabana.
- Boa! O que faço agora?
Bateu à porta. Apareceu uma senhora idosa. Ao início, muito surpreendida com a visita mas, logo em seguida, animada.
- Ah, deve ser a menina que me vem ajudar com o jantar! Entre, entre.
E antes que Tita pudesse esclarecer o que quer que fosse, já estava a ser levada para a cozinha, e orientada para o que deveria fazer. Afinal, o tempo estava a passar e havia muita gente a contar com aquela refeição.
Não que fosse, propriamente, um menu diversificado ou abastado. Haveria uma sopa com muitos legumes e um pouco de carne, para aconchegar o estômago e aquecer o corpo gelado, acompanhada do pão caseiro que estava pronto a ir ao forno, e um bolo de frutas para sobremesa.
- Se a senhora vive aqui sozinha, para quem é toda esta comida?
- Ah menina... será para quem aparecer...
- Mas está à espera de visitas?
- Nunca se sabe menina, nunca se sabe...
E, dali a pouco, realmente, apareceu uma família que se tinha perdido na floresta. Um casal com dois filhos que, muito aborrecido, lamentava o incidente e o Natal estragado. Não por eles, claro, mas pelas crianças.
A senhora idosa virou-se para eles e garantiu que poderiam passar ali a noite, e que os miúdos se divertiriam, até porque havia um palhaço de serviço.
- Também está à espera de um palhaço? - perguntou Tita.
- Já cá está! - respondeu a senhora idosa, apontando para Tita.
- Ah não, eu não...
Mas a senhora não a deixou terminar. Levou-a até ao sótão, pegou numas roupas que estavam guardadas na arca e entregou a Tita, para que se vestisse a preceito.
Enquanto isso, um forte nevão caiu e, não podendo voltar para casa, dois lenhadores acabaram por ficar ali na cabana também.
Ao pé da lareira, como não podia deixar de ser, os seus cães deitaram-se, a aproveitar o calor que dela emanava.
Tita não tinha muita habilidade com cães, mas ficou embevecida com aqueles dois meninos tão bem comportados, que só queriam mimos, e pareciam não a largar desde que a viram descer.
À socapa, ainda lhes deu dois pedacinhos de carne, que eles agradeceram com uma dancinha à sua volta, e umas lambidelas.
Tinha a senhora idosa acabado de chamar todos para a mesa, quando chegaram umas vizinhas desta, uma trazendo um licor, e a outra um pote de doce, que elas mesmas tinham feito, para oferecer à anfitriã que, agradecida, as convidou para a ceia.
E assim, por entre o aconchego, as conversas, a comida, e as palhaçadas de Tita, ajudada pelos seus escudeiros caninos, se passou a noite.
Muito diferente dos Natais que Tita costumava passar todos os anos. Até nem foi assim tão mau.
Esteve entretida. Sentiu-se útil. Ajudou a fazer alguém feliz.
Ali reinou a simplicidade. A humildade. A partilha. A entreajuda. A bondade.
Pessoas estranhas, que o destino decidiu juntar naquela pequena cabana. Sabe-se lá porquê... Talvez para que olhassem de uma forma diferente para o Natal.
Tita fechou os olhos por um instante, absorvida por estes pensamentos, e pela gratidão que sentia, e lhe tinha sido retribuída.
Quando os abriu, estava de novo ao pé da misteriosa árvore que, sorrindo, lhe dizia:
- Então, ainda achas que não gostas do Natal?!
- Não é que não goste... É só que... Nunca tive um Natal como eu o imagino. É sempre a mesma coisa, e cada vez me desilude mais.
Ao que a árvore respondeu:
- Compreendo. Mas vou dar-te um conselho.
- Mais do que tradições ou perfeição, o Natal são as pessoas com quem estás!
- E é aquilo que tu quiseres fazer dele, e com ele!
Também conhecida como "Laços Maternos", esta é uma série sobre maternidade.
Em todos os seus sentidos, mostrando o que de melhor, e de pior, há, quando falamos de mães (e pais) e filhos, ou de avós e netos, sejam eles de sangue, ou de criação.
É uma história de amor, em todas as suas vertentes. Amor de amigos, amor de família, amor de irmãos.
E de perdão. Porque todos cometemos erros. Mas, de igual forma, todos podemos tentar corrigi-los. Tornarmo-nos pessoas melhores. Aprender com eles.
Quando percebi que a série tinha 24 episódios pensei: "Não dá, é muito!"
Gosto de séries pequenas.
Ainda assim, estava com muita curiosidade, e após ver o primeiro episódio, soube que a iria ver até ao fim.
Yeni é uma mulher indígena que, juntamente com o seu pai, deixaram a sua terra natal à procura de uma vida melhor.
Têm, como amigos, Cuca e a neta, Sónia, que são como família.
Carlos e Júlia são um casal que desespera por ter filhos, sendo que Júlia não consegue engravidar. Então, apostam todas as fichas no último embrião, contratando uma barriga de aluguer.
Só que Júlia não a escolheu da forma que seria de esperar.
Aproveitando-se da pobreza e dificuldades de Yeni, e ainda piorando a situação, simulando um rapto no qual o pai de Yeni acaba por tirar a arma ao raptor e disparar contra ele, Júlia força Yeni a ser mãe de aluguer, em troca de tirar o seu pai da prisão.
O que Júlia não contava, era que o seu marido se apaixonasse por Yeni.
No dia do parto, Yeni dá à luz gémeos.
A menina, saudável, é entregue aos pais - Júlia e Carlos. Já o menino, é rejeitado por Nora, mãe de Carlos, por ter nascido com pé torto congénito, sendo abandonado, junto com Yeni, num banco de jardim.
A partir daí, começa tudo.
Dois irmãos separados.
Quem é a verdadeira mãe.
Quais as consequências de serem criados em ambientes familiares e condições diferentes.
E sem saberem da existência um do outro.
Após a rejeição, Yeni decide criar o menino, e será "obrigada" a esconder-se para impedir que o pior aconteça a ambos, constantemente em perigo e ameaçados.
Mas há muitos esquemas, muitas armadilhas, muita corrupção, e muitos interesses em jogo, engendrados por Elena e a sua família, que provocam danos irreparáveis não só a Yeni, como a um grupo de mulheres que se sujeitou ao tratamento da sua farmacêutica.
Muito sofrimento, muita chantagem, e muitas mortes.
Passada no México, "Mãe de Aluguer" aborda temas como a discriminação racial, em que as mulheres indígenas (e todo o povo indígena em geral), nomeadamente, as totonacas, como é o caso da personagem principal, são vistas como inferiores, meras empregadas, sem quaisquer direitos, nem mesmo a nível de saúde.
E de quem, gente poderosa, é capaz de se aproveitar, dadas as dificuldades que enfrentam nas suas vidas, para conseguir os seus intentos, sem olhar a meios, para atingir os fins.
Mas também nos dá a conhecer as tradições e culturado povo Totonaca, como a dança dos "Voladores", as cerimónias fúnebres, ou os rituais para apresentação de um bebé, uma espécie de batizado.
"Mãe de Aluguer" acompanha Yeni, e todas as restantes personagens, desde o nascimento dos gémeos, até à sua adolescência, momento em que toda a verdade vem à tona, e muda o rumo daquelas vidas.
É uma história sobre justiça, ainda que não da forma, e no tempo, em que gostaríamos.
Mas mais vale tarde que nunca.
Fala de solidão, da falta de amor, de atenção, de presença.
De prioridades, muitas vezes, invertidas, distorcidas.
De querer agradar, ser aceite, numa constante competição sem sentido.
E mostra-nos que os laços que criamos, e a família que escolhemos ter, são o mais importante.
Antes de mais, devo advertir que esta série talvez não seja aconselhável a pessoas que perderam familiares recentemente.
Mas, caso a comecem a ver, não se deixem (des)iludir pelo primeiros episódios. São enganadores.
Desde que a série estreou, que tudo o que tenho lido sobre a mesma vai num único sentido: excelente série, forte, dramática, é impossível alguém não se emocionar.
Pois eu, confesso, vi o primeiro episódio e... que grande seca!
Como é possível dizerem bem, quando isto é tão sem graça, tão banal, tão "mais do mesmo"?
Mas insistiam em dizer-me que valia a pena.
Lá continuei a ver. O segundo, ainda sem grande vontade. O terceiro, a melhorar. Daí para a frente, foi um atrás do outro.
E sim, vale bem a pena!
Para já, pela banda sonora, sobretudo as músicas italianas.
Depois, por tudo isto:
É uma lição de verdadeiro amor
O amor de Amy e Lino é posto à prova de todas as formas, mas nem por isso é abalado ou destruído.
Eles complementam-se. Tentam ser felizes, e fazer o outro feliz.
Tentam resolver os problemas. Conversam. Apoiam-se, em todos os momentos.
Afinal, amor é amizade, desgosto, apoio, família, felicidade, dor, beleza.
Há histórias de amor que são para sempre. E amores verdadeiros que vivem para além da vida.
É uma lição sobre a importância da família
Podemos não ter as mesmas ideias, as mesmas formas de viver, os mesmos objectivos.
Os nossos familiares podem não ser perfeitos, podem dar connosco em doidos, podem não nos compreender.
Podemos até nos desentender, dizer coisas que não devíamos, por vezes magoar.
Mas a verdadeira família, está lá quando é preciso.
Nos bons, e nos maus momentos.
E que não sejam preciso os maus momentos para voltar a unir familiares desavindos. Porque mais vale tarde que nunca, mas o tarde pode ser tarde demais.
É um alerta para a vida
Porque a vida pode ser curta. E nunca sabemos o que ela nos reserva.
Hoje estamos bem. Amanhã tudo pode mudar.
Nada é garantido.
É uma lição sobre nunca desistir dos sonhos
De que serve a vida sem sonhos?
De que serve viver pela metade?
Lino dizia muitas vezes a Amy: "Porque não? Como dizem os americanos, é tudo ou nada!"
E sim, é verdade que, mesmo que os cheguemos a concretizar, a vida pode vir, e destruí-los.
Mas não terá valido a pena tentar?
Aproveitar o que nos foi permitido experienciar?
É uma história sobre mudanças, aceitação, integração
Nem sempre é fácil mudar para um país diferente, onde somos apenas mais uma pessoa, um forasteiro.
Longe da família, longe dos amigos, longe daquilo que sempre nos fez feliz.
Nem sempre é fácil querer agradar, e ser rejeitado, ainda que não intencionalmente, e sentir que não sabemos o que estamos ali a fazer. Apenas, que não pertencemos ali. Que nos sentimos deslocados, perdidos.
Lino sentiu isso na pele.
Até as coisas mudarem, e ele estar totalmente integrado na nova vida.
É uma história sobre multiculturalismo
Amy, uma americana do Texas, a viver em Los Angeles, e Lino, um italiano de Castelleone (Sicília), a viver em Florença, e que se muda para Los Angeles, uma cidade que não tem centro, onde ninguém liga a futebol, onde não se come nada daquilo que ele está habituado.
Mas será que, apesar de mundos tão diferentes, e de famílias com tradições e culturas tão distintas, o principal não é universal?
É uma lição de coragem, resiliência, superação
Cancro: maldito cancro.
Esse bicho que continua a fazer estragos e a levar a melhor sobre aqueles que atinge.
Lino descobre que tem um cancro raro, e todo o seu mundo desaba.
Agora que tinha aberto o seu próprio restaurante, é obrigado a fechá-lo, para dar prioridade ao tratamento.
Agora que Amy tinha abdicado de um dos seus trabalhos, em prol daquele que, apesar de lhe pagar menos, a fazia mais feliz, tem que voltar a trabalhar duplamente.
Lino vence a primeira batalha.
Mas a guerra ainda estava no início.
Depois de um ensaio experimental que correu bem, e de se manter relativamente saudável durante 7 anos, eis que a vida lhe prega outra partida.
Só que, desta vez, é bem pior do que antes.
É uma história sobre os laços que unem a família
Como diz Amy, no fim, família são as pessoas que escolhemos amar, sejam elas de sangue, ou não.
Amy e Lino queriam ser pais. Mas a fertilização in vitro não fazia parte dos seus planos e, por isso, adoptaram uma menina - Idalia.
A maternidade/ paternidade não foi um desafio fácil para nenhum deles.
Por um lado, Amy começou por perder o crescimento da filha, por ter que trabalhar pelos dois. Por outro lado, Lino era um excelente pai, mas sentia falta de voltar a trabalhar.
Mas, no fundo, o que mais importava era a felicidade de Idalia.
Na verdade, o que mais importa é o bem dos filhos, sejam eles biológicos, adoptados ou emprestados.
É uma história sobre recomeços
Amy e Lino tiveram que partir do zero algumas vezes.
Conseguiram sempre dar a volta.
Será que conseguem vencer esta derradeira batalha?
Haverá ainda chance de Amy, Lino e Idalia terem um novo recomeço?
Ou esse será apenas para alguns deles?
A despedida
Como se despede, um pai, de uma filha?
Como se despede, uma filha, de um pai?
Como dizemos adeus à pessoa que amamos? Com quem planeámos toda uma vida? Com que ainda queríamos concretizar tantos sonhos?
Como nos despedimos, da melhor fase que estamos a viver, para o incerto? Para o abismo?
Como voltar a viver?
Onde encontrar forças para tal?
Escolhas
A vida de Amy e Lino foi recheada de escolhas.
Escolhas que trouxeram tristeza, escolhas que trouxeram felicidade.
Mas foram as suas escolhas.
E é assim que continuará a ser, até ao fim.
Porque a vida (e a morte) só a eles diz respeito.
Ver esta série fez-me, obviamente, recordar a morte da minha mãe, os problemas de saúde do meu pai, e o cancro de que me livrei a tempo e que, por pouco, podia ter feito estragos.
Fez-me pensar na minha filha, no quanto ainda quero estar presente na vida dela. No quanto ainda quero viver com ela.
E voltou a lembrar-me que as pessoas boas são sempre as primeiras a partir.
Embora, mais cedo ou mais tarde, todos sigamos o mesmo caminho.
Deixo aqui a música que mais me marcou no final da série: