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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Porque nos boicotamos a nós próprios?

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Como já tenho dito várias vezes, o ser humano é um "bicho" complicado.

Não é, pois, de admirar, que dessa complicação faça parte uma, provavelmente, irracional ou inconsciente tentativa de boicote a si próprio, e à sua felicidade.

A verdade é que toda a gente almeja estar de bem com a vida, sentir-se bem e feliz mas, quando isso acontece, irreflectidamente, as pessoas têm uma tendência a, por si mesmas, estragar esses momentos.

 

Como se tivessem necessidade de deixar de estar bem.

Talvez porque acreditem que não são merecedoras. 

Ou, talvez, porque não sabem viver assim...

Porque estão mais habituadas a momentos de tensão e, como tal, estranham a calmaria.

 

Outras vezes, porque tudo o que sabem que lhes faz bem, leva tempo.

Dá trabalho.

E fá-las sair da zona de conforto. 

Enfrentar mudanças.

Contornar receios.

Abrir portas ao desconhecido.

 

Então, mesmo sabendo que pode valer a pena, preferem boicotar-se.

Ficar com aquilo a que já estão habituados.

Que já conhecem, e do qual sabem o que esperar. 

Porque até podem, em teoria, saber tudo o que precisam de fazer.

Mas daí a pôr em prática, parece haver sempre um travão invisível que leva a melhor.

Desacelerar

(é preciso)

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Desacelerar...

Cada vez mais, é preciso.

Mas como?!

 

É caso para dizer:

"Deixa para logo o que não precisas de fazer agora. Ou para amanhã. E, assim, hoje, terás mais tempo."

 

Mas, o que é certo é que isso é, apenas, um adiar.

Logo, ou amanhã, terei por, e para, fazer, aquilo que agora, ou hoje, não fiz. A somar ao que teria que fazer amanhã.

Portanto é um desacelerar momentâneo, para acelerar ainda mais a seguir.

 

A verdade é que estamos na era em que as pessoas cada vez têm menos tempo.

Em que as pessoas andam mais a correr.

Com mais tarefas a fazer, e com prazos para cumprir.

Com mais responsabilidades e obrigações.

Com mais compromissos.

 

Em que as pessoas mais acumulam o trabalho doméstico com a vida laboral.

Algumas, com filhos.

É a era do stress, em que estamos, constantemente, a pisar a fundo no acelerador, para chegar a tudo e a todos, e a todo o lado, sem atrasos, adiamentos ou falhas.

Estamos na era em que tudo nos é exigido, e em que tudo nos exigimos.

 

Simultaneamente, estamos na era em que mais precisamos de tempo.

Em que mais precisamos escolher as nossas prioridades.

Relativizar.

Delegar.

E usar o travão.

Desacelerar.

Pensar em nós, e pôrmo-nos, e à nossa saúde, em primeiro lugar.

Antes que seja tarde demais.

 

Porque as consequências, a curto e a longo prazo, de quem vive constantemente no limite, sem moderar a "velocidade" apesar das circunstâncias, e dos avisos que vai recebendo, podem ser terríveis.

E irreversíveis.

Porque é tão difícil dar o primeiro passo?

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Muitas vezes, até queremos dar o primeiro passo, em diversas situações, mas algo dentro de nós, nos trava. Algo nos faz ficar estáticos, petrificados, colados, imóveis, sem nos conseguirmos mover, em direcção ao que queremos.

É quase como se estivéssemos a carregar, ao mesmo tempo, no acelerador e no travão.

Como se estivéssemos num baile, com imensa vontade de dançar e, ainda assim, esperássemos que alguém abrisse a pista, para depois irmos nós.

Como se estivéssemos numa passadeira, à espera que a pessoa ao nosso lado comece a atravessar, para fazermos o mesmo.

Porque é que temos tendência a esperar que os primeiros passos sejam dados sempre pelos outros, e não temos a coragem, a confiância, a atitude, a audácia, a humildade, de darmos nós o primeiro passo?

 

Ou temos que ser sempre, de certa forma, "obrigados", empurrados, impulsionados por algo, nem sempre bom ou positivo, a dar o primeiro passo? 

 

E se mais ninguém der o primeiro passo?

Ficamos para sempre no mesmo sítio? Na mesma situação? Na mesma posição?

Deixamos de lutar por aquilo que queremos, e fazer aquilo que ambicionamos?

Desistimos de tudo, porque os nossos pés estão demasiado entorpecidos para se mover?

 

Tudo se desvanece com o tempo

 

Em determinados momentos da nossa vida, deixamo-nos invadir por mágoa, raiva ou até mesmo ódio, sentimentos provocados por situações menos boas pelas quais passamos ou por pessoas que nos ferem.

E, se eles são rápidos a surgir, mais demorados são a nos deixar. Muitas vezes, porque nos servem de “alimento”, porque insistimos que eles devem permanecer eternamente connosco para que nos lembrem a cada minuto do mal que está na sua origem, e por prevenção para que não se volte a repetir.

Mas a verdade é que, ao nos apegarmos a esse tipo de sentimentos, não conseguimos seguir com a nossa vida. Funcionam como um travão, uma barreira, um nevoeiro que não nos deixa ver mais além.

São sentimentos que vão corroendo e deixando a sua marca. Mas só até determinado ponto.

Se o permitirmos, estaremos para sempre acorrentados, e a nossa vida condenada ao sofrimento. Mas, a maioria das vezes, por vontade própria, ou sem nem sequer darmos por isso, chegará o momento em que todas as marcas da corrosão se desvanecerão no tempo. Chegará o dia em que a mágoa, a raiva ou o ódio se evaporarão, e darão lugar à indiferença, à serenidade, à liberdade.

Liberdade porque, nesse momento, percebemos que o passado ficou lá atrás, deixou de nos condicionar o presente, e abriu caminho para vivermos em paz o nosso futuro!

 

O Salto

 

E se, de repente, eu me atirasse ali para baixo, caísse na água, e me deixasse ir ao fundo?

Não, não estou com tendências suicidas!

Até porque tenho vertigens e, muito dificilmente, me conseguiria aproximar deste cenário!

Mas a verdade é que, por vezes, vivemos tão intensamente a nossa vida, sempre com uma imensidade de assuntos para gerir (e digerir), coisas inadiáveis para fazer, decisões para tomar...

Vivemos em modo de aceleração, e estamos tão habituados a esse ritmo que quase parecemos programados para ele.

Acontece que, em certos momentos, o cansaço surge de tal forma, que damos por nós a desejar um travão, um botão stop para carregar, um apagão momentâneo que nos permita desligar do mundo real, nem que seja por meros segundos.

E se realmente déssemos o salto? Se realmente nos desligássemos e estivéssemos a ir ao fundo? 

Haveria alguém que nos puxasse para cima?...