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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Culpa Minha", "Culpa Tua", "Culpa Nossa", de Mercedes Ron

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Primeiro, vi o filme "Culpa Mia".

Depois, fui pesquisar mais, e descobri que era baseado num romance de Mercedes Ron, e que consistia numa trilogia, sendo este, inspirado no primeiro livro.

Quando vi o trailer, pensei: é mais um filme de romance, em que a rapariga se apaixona pelo playboy, depois de quase não se poderem ver à frente. Nem me lembrava mais, até que o meu marido começou a ver, e eu acabei por ver também.

Foi uma boa surpresa porque, para além do romance, há uma outra história, um passado que Noah quer deixar para trás, mas que volta para se tornar, novamente, o seu pior pesadelo.

Raffaela, mãe de Noah, vai morar com William, pai de Nick e, apesar de apenas se tornarem "irmãos por afinidade", a verdade é que os pais os veem como se fossem irmãos, e isso será o primeiro entrave à sua relação.

O segundo entrave, são os fantasmas do passado de Noah e Nick.

Porque a forma que Nick encontrou de combater o seu trauma, é aquilo que mais recorda a Noah, o seu próprio trauma.

Foi um filme que se viu bem, e que deixa aquela vontade de saber mais sobre o que irá acontecer com eles.

Como ainda não há previsão de quando, ou se, sairão os filmes seguintes, decidi ler os livros.

 

 

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"Culpa Tuya" é aquele livro que preferia não ter lido.

Não que não seja bom. Mas é muito repetitivo, e tóxico.

É tudo aquilo que não se deve aceitar, permitir, banalizar, romantizar.

O refúgio na bebida (e nas drogas) como escape para qualquer situação menos boa.

A obsessão, o controlo e o sentimento de posse, disfarçado de paixão ou amor.

A química e o sexo como únicos elos na relação que, fora isso, parece não ter pernas para andar.

O constante magoar e desculpar mútuo, que aumenta a cada dia. A falta de confiança.

É certo que Nick não teve o melhor exemplo em casa, viu coisas que não deveria ter visto, mas isso não justifica tudo. 

E, neste livro, ele é aquela pessoa tóxica, de quem, qualquer mulher, deve manter distância, se não se quiser anular e afundar.

Se quiser ter uma voz activa na sua própria vida, e tomar as suas próprias decisões.

Depois, há todo um desenrolar da história paralela, de Rafaella e William, que não é bem aquilo que nos deram a entender no filme e que, de certa forma, terá um impacto nas vidas de Nick e Noah.

 

 

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"Culpa Nuestra" mostra-nos um Nick radical, frio, vingativo, cruel mas, igualmente, obsessivo e controlador, do género "não te quero, mas não serás de mais ninguém".

E uma Noah que está tão dependente que, apesar de tentar seguir com a sua vida, por várias vezes, se humilha perante Nick, acabando por sofrer ainda mais.

No entanto, a terceira parte da história recupera algum do suspense, presente na primeira parte, e consegue fazer-nos recuperar o interesse pela mesma.

Apesar da diferença de idades entre ambos, cada um deles tem que ganhar maturidade, aprender que há que fazer cedências de parte a parte, que o amor é algo diferente daquilo que pensam, e que ninguém é feliz não houver confiança, partilha, e perdão.

 

 

Os dois primeiros livros já estão disponíveis, em português.

O filme pode ser visto no Prime Video.

És o Meu Destino, de Lesley Pearse

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Este livro faz parte de uma espécie de trilogia, que começou com Sonhos Proibidos e continuou em A Promessa, pelo que deveria ser lido logo em seguida.

Não foi o meu caso, que já li os dois primeiros há alguns anos e, embora me recorde do essencial da história de Belle e Étienne, senti que houve muitos pormenores de que já não me recordava.

Neste livro, Belle cede o protagonismo à sua filha Mariette (pequena rebelde), que faz juz ao nome que lhe escolheram, e ao seu significado!

 

Mariette é uma miúda, quando a vemos pela primeira vez. Nesse dia, quase se afoga, por conta da sua teimosia, e vontade de mostrar que sabia velejar sozinha, como o pai lhe tinha ensinado.

Anos mais tarde, em plena adolescência, consegue desenvencilhar-se de uma situação que poderia ter outras consequências mais graves, igualmente por conta da sua mania de achar que sabia tudo da vida, e que tudo correria como ela esperava.

Embora lhe tenha saído um peso de cima, não conseguiu evitar os comentários que começaram a circular sobre ela.Temendo que a sua filha ficasse marcada naquele lugar, e sabendo que ela não teria por ali grandes oportunidades quanto ao seu futuro, os pais decidiram enviá-la da Nova Zelândia para Inglaterra, onde moravam os seus padrinhos, de forma a impedi-la de se meter em mais sarilhos e, ao mesmo tempo, dar-lhe a oportunidade de poder ter uma vida melhor, que ela tanto ambiciona.

 

O que se vai passar daí em diante será uma sucessão de acontecimentos capazes de derrubar a maior parte das pessoas, tanto a nível físico, como psicológico, mas que vão levar Mariette a encarar, de outra forma, a vida e as pessoas que a rodeiam, e a mostrar que a herança de garra e fibra de que os seus pais eram feitos, está-lhe no sangue.

Quando não se tem nada, tudo o que vier é bem vindo. Quando se chega ao fundo, o único caminho é subir. Se é verdade que só damos valor ao que é importante, depois de o perdermos, Mariette é a prova disso. Toda a sua vida ela quis sair daquela terra que nada tinha para lhe oferecer, e deu por si a desejar poder voltar para lá, ou nunca ter de lá saído.

Mas é com os erros que aprendemos, é com as provações que o nosso melhor desperta, e é com a experiência que adquirimos maturidade.

 

Em plena guerra, Mariette teve a sorte de escapar com vida, quando todos à sua volta morreram por conta dos bombardeamentos.

E, felizmente, a autora não colocou esta personagem a fazer de enfermeira para cuidar dos feridos, como tem feito com outras personagens, em outras histórias. 

Gostei da surpresa do destino que ela traçou para Mariette, e da sua missão ao longo dos anos que duraram a guerra.

Só achei desnecessário ter puxado o assunto do passado dos pais, sem que depois tenhamos visto Mariette conhecer toda a verdade, tendo o assunto sido adiado para um dia...

 

No regresso a casa, à sua terra, às suas origens, algo que ela nunca pensou ser mais possível, como receberão os pais esta nova Mariette, e as terríveis marcas que a guerra lhe deixou?

Poderá Mariette ainda ser feliz, mesmo que tudo esteja diferente, que todos tenham mudado, e que ela nunca mais possa fazer as coisas que mais gostava, e que a faziam amar aquela terra?