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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Vitória para a Ucrânia, 9º lugar para Portugal

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Ontem teve lugar, em Turim, a final do Festival Eurovisão da Canção e, como já se previa, ganhou a favorita (e dada como vencedora nas casas de apostas) - a Ucrânia!

Não era uma das minhas preferidas mas, entre as que estavam a disputar o primeiro lugar, à excepção de Espanha, que também seria uma boa vencedora, era a que mais merecia. Aliás, não percebo o que levou as pessoas/ juris a colocar a Suécia, a Sérvia e sobretudo, o Reino Unido, no top 5.

 

Já li imensas críticas a esta vitória que, diz-se, foi uma vitória política, e não musical. Uma vitória assente na solidariedade. Que, independentemente da música, e de quem a cantasse, levaria o troféu.

Pessoalmente, não desgosto da música, e acho que foi uma boa vitória, dadas as opções.

 

A vitória, na votação do juri, dada ao Reino Unido, é que não consigo mesmo compreender. 

Uma música tem que me dizer alguma coisa, e "Space Man", de Sam Ryder, é daquelas que me passaria completamente ao lado, por ser igual a tantas outras.

No entanto, parece ter conquistado juri e público, acabando por ficar em 2º lugar.

 

 

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Já Portugal que, na votação do juri, tinha alcançado o 5º lugar, acabou por descer para o 9º lugar, na votação do público. Ainda assim, ficámos no top 10!

Um excelente resultado para uma música que recebeu tantas críticas dos portugueses, e que consideravam muito fraquinha.

Boa, Maro! Boa, Portugal!

 

Relativamente ao espectáculo em si, gostei da actuação da Laura Pausini, Mais do que, propriamente, a sua apresentação. E acho que não havia necessidade de mudar de roupa tantas vezes, até porque metade das vestimentas (e penteado), nem sequer a favorecia.

Os Måneskin apresentaram o novo tema, que não é grande coisa. E o que aconteceu ao Damiano, que estava coxo?!

De resto, mais do mesmo: recordações, actuações para "encher chouriços" enquanto decorria a votação.

E problemas técnicos que impediram alguns países de dar os seus votos em directo.

 

Quanto às minhas preferidas, para além de Portugal...

Sem dúvida, a Arménia, embora soubesse que nunca ganharia.

Logo a seguir, a Alemanha, que se ficou pelo último lugar da tabela.

A Espanha e os Países Baixos.

E a Itália e a Ucrânia.

 

Ganhou esta última e, ao que parece, o presidente ucraniano já veio dizer que sim, a próxima edição realizar-se-á na Ucrânia.

Vamos ver como estarão as coisas até lá.

Para já, é retirar do festival as músicas que mais gostamos, e celebrar o lugar alcançado por Portugal que, não sendo a tão almejada vitória, passou à frente de muitos.

 

E por aí, assistiram?

Quais eram as vossas favoritas?

 

 

 

Imagens: RTP - Festival da Canção

Da guerra...

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A guerra…

Procurei, calmamente, escapar dela.

Eu.

A minha família.

Os meus amigos.

E todos aqueles que aqui estavam, tranquilamente, a viver a sua vida.

 

Não a antevi. Não a percebi.

Para falar a verdade, nem sequer a concebi. Não a imaginei.

E, no entanto, parece que ela estava implícita.

Nas entrelinhas que não vi.

Nas letras pequeninas que ignorei.

 

Falava-se disso, é certo.

Mas acontecer mesmo, não acreditava.

Não queria acreditar.

Até ao dia em que aconteceu.

E percebi que era real.

 

A guerra…

Procurei, racionalmente, contorná-la.

Tentei esconder-me. Mas não o consegui fazer.

Arrisquei enfrentá-la. Afinal, sou forte.

Mas ela fintou-me.

E avisou-me do que me esperava, se continuasse.

 

A guerra…

Procurei, seguramente, afastar-me dela.

Deixando tudo para trás.

Anos de vida. De lutas. De conquistas.

Tudo o que tinha construído. Alcançado.

Não havia tempo.

 

A guerra…

Procurei, apressadamente, salvar-me. E aos meus.

Com o receio, a angústia, e a tristeza a inundar-me.

Com a sensação de perda. De fracasso. De luto.

De lágrimas nos olhos. O coração, nas mãos, apertado.

E uma dor no peito, impossível de descrever.

 

A guerra…

Porque é que, simplesmente, não nos deixam?

Porque é que, simplesmente, não nos respeitam?

Porquê, nós?

Sempre os mesmos.

Os que ficam. Os que partem. Os que já nada podem fazer.

 

A guerra…

Procurei, desesperadamente, fugir dela.

Mas, por mais que fuja, ela persegue-me.

Nenhum lugar é seguro.

Mesmo que assim o creia.

Sinto que não passa de uma ilusão.

 

Mesmo quando me dizem que está tudo bem.

Que estou em segurança, e já não corro perigo.

Sinto que, a qualquer momento, uma bomba pode rebentar.

Um míssil pode cair.

A morte me pode levar.

 

A guerra…

Procuro ter fé. Ter esperança.

Acreditar que o pior já passou.

Que já não corremos perigo.

Mas não passou.

Porque os traumas ficam para sempre.

 

Os traumas.

As marcas.

O medo.

A destruição à nossa volta.

O que se perdeu, e já não se recupera.

 

Perde-se a liberdade.

Perde-se a inocência das crianças.

Perde-se a alegria.

Perde-se a segurança.

Perde-se um povo.

 

A guerra…

Procuro, deste lado, acreditar que vai acabar.

Com um sentimento de gratidão.

Por ter tido a oportunidade de sobreviver.

Ou, quem sabe, desolação.

Por ter perdido os meus, pelo caminho.

 

Do outro lado, os que ficaram de livre vontade.

Para defender a nossa terra.

Ou foram obrigados a ficar.

Para lutar nesta guerra.

Com as armas que têm, e que não têm.

 

A guerra...

Espero, um dia, regressar.

À minha terra. Ao meu país. 

Ter tempo para recomeçar a vida, que ficou suspensa.

Até lá, resta rezar para que mais nenhum inocente sofra.

Nesta guerra que nunca quisémos. E nunca pedimos...

Mais um tiro ao lado neste Festival

 

Este ano estive quase lá, mas ainda não foi desta vez que acertei no alvo!

As minhas músicas preferidas do Festival Eurovisão da Canção 2016 eram:

 

Hungria

Israel

Austrália

Croácia

 

A vencedora foi a Ucrânia!

 

A Austrália ficou com o 2º lugar.

 

As restantes é melhor nem comentar.

 

Imagens www.theguardian.com e www.2dayfm.com.au