Um Homem Chamado Ove, na HBO
Já tinha ouvido falar no livro, há uns anos.
Nunca me disse muito.
E acabei por esquecer.
Num destes dias, encontrei o filme no catálogo da HBO.
Estava na secção de comédia.
Pessoalmente, não considero que o filme seja uma comédia, mas a minha noção é um pouco duvidosa.
Depois de uma demorada procura por um filme que agradasse a ambos, acabámos por ver este.
Ove parece ser um homem intragável, com a mania que é o fiscal da área, muito perfecccionista e que não se dá com ninguém da vizinhança.
Está sempre a reclamar, nunca satisfeito com nada, e também parece não nutrir grande simpatia pelos animais.
Mas que importa?
Em breve todos ver-se-ão livres dele.
Está tudo programado e, em breve, ele irá suicidar-se, pois é a única forma de ir ter com a mulher, de quem sente a falta.
Só que, maldição, logo tinham que aparecer uns vizinhos novos, para lhe estragar os planos.
Ele bem tenta, de todas as formas e mais algumas, levar a cabo o suicídio. Mas há sempre algo que o impede.
Nem mesmo quando vai parar ao hospital, o seu problema de coração lhe faz a vontade.
Como diz Parvaneh, a sua vizinha, ele é um homem duro de morrer!
E é assim que vamos conhecendo a vida de Ove, desde que era um miúdo, até ao presente, alternando entre acontecimentos passados, traumáticos, que viveu, e a actualidade, em que acaba por perceber que não precisa de manter sempre aquela capa de homem duro e insensível, e que a vida ainda lhe pode reservar algo de bom.
No fim, a amizade, a entreajuda, a união e a bondade mostram-nos um outro Ove, literalmente, com um coração grande demais, capaz de gestos que nunca esperaríamos!
O homem por quem Sonja se apaixonou, o homem que lutou contra tudo e contra todos, para vê-la feliz.
As antigas desavenças (que nem deveriam ter começado, de tão pouca importância que tinham) são, finalmente, deixadas para trás.
E a harmonia volta ao bairro.
Ove já não pensa em suicidar-se.
Tem amigos, tem vizinhos que o acarinham, tem uma espécie de netas emprestadas que o adoram.
Está feliz!
Mas o destino pode ter outros planos para ele.
E, quem sabe, a felicidade não se completa, e complementa, como ele tanto queria...
E tudo se conjuga para um final