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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Remendar" o vazio

 

Pode ser difícil ultrapassar algo que foi derrubado. Deitado abaixo. Destruído por completo.

Mas, mais difícil, é ultrapassar algo que deixou um buraco em aberto.

Por mais que se tente tapar, remendar, preencher o vazio que ali foi deixado, é sempre uma situação que permanecerá pendente.

Que não conseguimos voltar o pôr como era, mas também não conseguimos que nada ali encaixe.

Que não nos deixa voltar atrás, mas também não nos permite avançar.

 

Enquanto temos força e esperança, tentamos todas as formas de preencher cada espacinho, por pequeno que seja, até que não sobre nenhum.

Mas, quando percebemos que todas essas tentativas se esgotam sem qualquer sucesso, acabamos por arrancar tudo.

E, em vez de reduzir, aumentamos ainda mais o vazio.

 

Não gosto de situações pendentes, que não há forma de resolver.

Que nos deixam de pés e mãos atados.

Ficam ali a corroer, a cutucar, a lembrar constantemente o quão somos impotentes.

E, por mais que a pessoa siga, aquele buraco ficará sempre ali...

Mais um dia...

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Outro dia…

Mais um dia…

É assim, todos os dias. Um após o outro.

Sempre iguais… Sempre diferentes…

Acordo. Olho para o lado. E só então me lembro que, agora, já não estás lá.

Estou sozinho.

Levanto-me. É madrugada. Toda a gente dorme. Eu, não. Porque o corpo já não quer mais continuar deitado.

Mais um dia me espera.

Faço o que tenho a fazer.

 

E, depois, já não há nada para fazer.

A não ser ficar a olhar para esta casa vazia.

Para o silêncio. Que só é interrompido pelo eco dos meus pensamentos, e da minha voz.

Que vida esta é a minha, agora, sem ti?

As horas demoram a passar. Ainda falta tanto para me deitar…

E, mais uma vez, perceber que, também nesse momento, estarei só.

 

Por companhia, tenho apenas a televisão que, às tantas, já aborrece de tão repetitivos que são os programas.

Já não tenho olhos para os livros.

Já não tenho pernas para os passeios.

Sou livre, mas sinto-me encarcerado.

Estou vivo, mas sinto que uma parte de mim morreu contigo. 

 

Por vezes, tenho companhia familiar. Distraio-me.

Afasto os pensamentos. Afasto a dor. Afasto as memórias.

É bom. Faz-me bem. Sinto-me abençoado, e agradecido. Mas não é suficiente.

A vida dos outros não pára. Nem eu quereria isso.

Mas a minha vida estagnou. Num tempo diferente.

Que não acompanha os demais. Nem tão pouco espero que os demais abrandem, para me acompanhar.

Não penso em morrer. Mas também não me sinto viver.

 

Estou só.

Horas e horas de solidão.

E, então, está na hora.

Deito-me.

Um último pensamento para ti. 

Adormeço.

Até ao dia seguinte.

Outro dia.

Mais um dia…

 

 

 

Nunca vi um circo tão vazio...

 

Num fim-de-semana prolongado, graças ao feriado de 10 de Junho, e o tempo a convidar à diversão, seria de esperar que o circo estivesse cheio.

Lembro-me bem de, no ano passado, haver uma fila enorme no intervalo para o bar, e não só as bancadas como as cadeiras estarem ocupadas.

Este ano, assisti ao inverso.

Mesmo já tendo visto este circo várias vezes, sempre que vem cá a Mafra, o meu marido levou-nos novamente. A sessão era às 16.30h. Começou mais tarde, provavelmente à espera que chegassem mais pessoas, mas isso não aconteceu.

Nunca vi, em toda a minha vida, um circo tão vazio...

Apenas a bancada central estava composta, e mais 3/4 pessoas na lateral.

 

 

Será o preço dos bilhetes que é pouco convidativo? Se virmos bem, mesmo com a oferta dos bilhetes de criança, sai mais barato ir ao cinema, ou ao teatro, ou aproveitar uma tarde ao ar livre sem qualquer custo.

Um casal com dois filhos, sem qualquer desconto, paga por cerca de duas horas de circo 50 euros! Com desconto para os filhos, 30 euros. É caro! Não é para todos.

 

Será que as pessoas estão a perder cada vez mais o interesse por esta arte?

Ou será porque, ao longo do ano, vêm vários circos aqui ao concelho, e uns cativam mais que outros?

Ou porque acham que, vendo uma vez, não vale a pena ver de novo? 

 

Talvez tenha sido por ser numa sexta-feira à tarde, e as outras sessões tenham estado mais preenchidas, mas alguma coisa se passou.

 

 

 

De qualquer forma, nós vimos, e gostámos. Têm alguns números que se mantêm, como a abertura e encerramento, o cena dos palhaços e do Karaté, e o da espada e punhal.

Mas o número do ano passado, do M. Linguini, com pratos, foi substituído pelo dos copos.

E tivemos três números novos - o da cama elástica, o da Roda Gigante da Morte e o Human Laser.

Éramos poucos, mas quanto chegasse para que a sessão não fosse cancelada. E saímos de lá satisfeitos com este novo espectáculo!

Como se sente uma mãe...

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...ao ver a sua filha ser raptada à sua frente (a menina brincava num parque infantil com as amigas e a mãe vigiava-a da janela do apartamento), sem poder fazer nada para o impedir, e descobrir, ao fim de pouco mais de hora e meia, que a mesma foi violada e assassinada?

Até me arrepio, só de pensar.

Digam o que quiserem, chamem-me mãe galinha, exagerada, hiper protectora e o que mais se lembrarem, mas eu prefiro exagerar na segurança, do que receber uma notícia como esta.

Terminou...E agora?

 

Terminou. Chegou ao fim. E agora?

O imenso prazer de começar a ler os livros dos meus autores de eleição é equivalente à tristeza e sensação de vazio, quando a leitura do último termina.

Aconteceu-me isso quando acabei de ler todos os livros do Jeff Abbott, da Sandra Brown, da Julia Quinn, da Mary Balogh, do Nicholas Sparks e por aí fora…

Em relação aos dois primeiros autores, tive a sorte de editarem um novo livro cada um. Comprei-os, mas ainda não toquei neles. Estão lá sossegadinhos, à espera do momento certo. Que não sei quando será.

Porque quanto mais cedo eu me atirar a eles, e os “devorar” como de costume, mais depressa fico sem nada de novo para ler, na eterna esperança que venha sempre mais um, e mais um. E na incerteza de quando, ou se, isso acontecerá.

Talvez seja estranho, mas é assim que eu me sinto. E é por isso que muitos outros livros têm passado à frente nas leituras.