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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A propósito dos Call Center...

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... e do seu lado negro, das vendas agressivas e da pressão!

 

"No call center de Carla, era preciso levar os clientes até à exaustão para tentar fechar negócio e ouvir vários "nãos" antes de desistir.

 

A mim nunca me levaram à exaustão porque o meu "não" é tão rápido a sair, tão brusco e imponente, que nem as deixo começar a ler o guião. Principalmente se for para falar de cartões de crédito!


Ligávamos para as pessoas a tentar fazer a venda e tínhamos o supervisor atrás de nós, a ouvir-nos através de um auricular, a dizer o que fazer, como fazer: Insiste mais, diz que vais enviar, diz que vai gostar.
E quando estes pediam para não voltar a ser contactados, nem sempre os operadores de call center colocavam essa indicação na base de dados: o não virava talvez."

 

No outro dia, ligaram-me da Endesa. Fizeram-me algumas perguntas, e queriam que eu mudasse para a este fornecedor de energia. Muitos descontos, muitas vantagens, zero trabalho para mudar. Tentaram fazer-me ver que, por ainda continuar no sistema universal, estava a ser penalizada todos os meses. Respondi que ainda não estava a pensar em mudar, que estava bem como estava e que, quando chegasse o fim do ano, tinha tempo para me preocupar. O operador perguntou quando poderia, então, voltar a ligar. Disse-lhe que me ligasse no fim do ano!

No dia seguinte, ligam-me. Novamente uma operadora da Endesa. Digo-lhe que já no dia anterior me tinha ligado um colega dela e eu tinha dito que não estava interessada, ao que ela me responde que a indicação que tinha lá era de que eu ia pensar. Respondi-lhe: "sim, é verdade, mas pedi para me ligarem no fim do ano, não no dia seguinte!".

 

"Os chefes gritam aos ouvidos dos trabalhadores: é preciso vender, vender, vender, nem que seja levando os potenciais clientes à exaustão".

Ultimamente, a situação foi com os operadores de call center da Worten.

Ligaram-me num dia à hora do almoço. Disse ao operador que não tinha tempo para falar e ficou então de ligar ao final da tarde. Como já sabia o número, não atendi.

Desse dia em diante, com alguns intervalos, esse mesmo número chega a ligar mais de 5 vezes seguidas, e repete este procedimento ao longo do dia. Nunca atendo.

E eles, espertos como já aprenderam a ser, ou como foram obrigados a ser, optaram por uma nova táctica - ligar como anónimo! Assim não aparece o número, a pessoa não sabe quem é, e atende. Não pensaram é que para aquele número, só me liga a família, e vendo a indicação número privado, calculei que fossem eles e não atendi.

Último recurso dos senhores operadores de call center (ou dos seus supervisores) - ligar para o número fixo do trabalho. Apareceu a indicação número desconhecido, mas como há sempre clientes a ligarem para aqui, tive que atender. Perguntaram se estavam a falar com a Sr.ª Marta Santos (meu nome antigo), explicaram que era da parte da Worten e se eu poderia dispensar o meu tempo. Respondi-lhes que não, porque estava no meu local de trabalho.

Ficaram de ligar mais tarde mas, por enquanto, não me voltaram a chatear.