Histórias Soltas #21: A espera
Ali estava...
Era um dia quente. Quente demais.
Apesar de se manter ali na sombra, depressa o edifício deixaria de tapar o sol, que já espreitava.
E, depois, não teria como se proteger.
Já sentia os raios em cima de si. A escaldarem-lhe o corpo.
Mas não podia fugir.
Olhar para o edifício ajudava a dar a sensação de frescura, por ser escuro, ao contrário do céu, que parecia irradiar ainda mais calor.
No entanto, piorava a sua vertigem.
Estar cá em baixo, a olhar para um edifício como aquele, alto e imponente, mesmo à sua frente, era uma sensação estranha.
Claustrofóbica.
Como queria estar no meio de uma floresta, numa cascata, numa lagoa qualquer, no meio da natureza.
Mas da natureza, a única coisa que avistava era os pássaros que, indiferentes ao calor, faziam a sua dança, e as suas corridas pelo ar.
Olhava para o relógio.
Ainda nada.
A espera adivinhava-se longa.
Mas não havia nada que pudesse fazer.
A não ser, esperar...