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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

O banco

(1 Foto, 1 Texto #105)

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Numa zona residencial, por entre o estacionamento e duas ou três árvores de um pequeno espaço verde (agora mais castanho), encontrei este banco.

Não percebi muito bem o porquê de o terem ali posto, meio escondido, quase à beira do precipício, virado para a estrada.

No entanto, talvez o objectivo não seja observar a estrada, ali mesmo à frente, mas mais além. Os terrenos circundantes, o horizonte.

Talvez nem esteja ali para observar o que quer que seja, mas apenas para parar, relaxar, reflectir, descansar.

Um momento de privacidade e paz, no meio do rebuliço da vida.

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto

Frenesim

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Enquanto, na árvore ao lado, tudo está tranquilo, na mais absoluta paz, nesta, a escassos metros de distância, há todo um frenesim.

Dezenas de pássaros entram e saem. Sobem e descem nos ramos.

Tagarelam uns com os outros.

Há vida, disso não restam dúvidas.

Talvez alegria, como quem prepara alguma festa, ou apenas porque estarem vivos já é, por si só, uma festa.

Ou talvez a pressa habitual do fim de mais um dia de trabalho.

E há ruído, isso é certo. A contrastar com o silêncio da vizinha.

Quem sabe, para destoar. Quem sabe, para equilibrar.

Devaneios

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Todos lhe diziam que deveria aproveitar a vida.

Viver cada dia como se fosse o último.

 

No entanto, os dias repetiam-se. Um após o outro.

Por semanas. Por meses.

As mesmas pessoas. Os mesmos lugares.

As mesmas responsabilidades e obrigações.

 

Começara, aos poucos, a perder o entusiasmo.

A garra. A inspiração.

 

Ansiava por algo novo.

Que lhe desse um novo alento.

Que lhe despertasse, novamente, o prazer pelas pequenas coisas.

 

Sabia que lhe faria bem uma mudança.

Sair dali. Nem que fosse por uns dias.

Sabia, também, que nunca o faria.

 

Eram, apenas, devaneios.

Pensamentos que lhe vinham à mente para fugir ao marasmo da sua vida.

Como quem se apresenta, de malas aviadas, na estação, mas limita-se ver o comboio partir, sem nunca entrar nele.

Quem sabe se na esperança de que, apenas por estar ali, algo mudasse.

E a magia acontecesse.

 

Talvez lhe bastasse a ilusão.

Talvez lhe faltasse a coragem.

Talvez ainda não fosse o momento.

Ou, talvez, já o tivesse deixado passar.

 

 

 

 

Navegar no desconhecido, no mesmo mar de sempre

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Há momentos, na nossa vida, em que nos sentimos a navegar no desconhecido, ainda que no mesmo mar de sempre.

Faz sentido?

Talvez.

Até porque, lá está, o mar pode ser o mesmo de sempre, mas tudo nele pode mudar de um momento para o outro.

As correntes, as marés, a agitação.

O mar não é estático. Ainda que seja sempre mar, água, ondas.

Da mesma forma, por muito que tudo pareça igual, por mais que acreditemos que determinado conhecimento é uma vantagem, nem sempre assim é.

Porque existem sempre condicionantes novas, com as quais nunca antes lidámos.

O desconhecido, no meio daquilo que julgávamos conhecer.

Por outro lado, também nós mudamos.

E, quando tudo, e todos, mudam, o que fica daquilo que, um dia, foi?

E o que nos espera daquilo que nem sabemos o que será?

 

 

A vida é feita de ondas