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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Toda a Verdade", de Cara Hunter

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Há muitos anos, um homem foi julgado e condenado com base em provas "plantadas" para o incriminar.

Ele era, sem dúvida, culpado.

Mas, na falta de provas contra ele, e sob pena de ficar em liberdade e continuar a actuar, alguém tinha que o travar. E essa foi a forma.

Ele jurou vingança contra quem o tramou.

 

Agora que está em liberdade condicional, chegou a hora.

E ele vai pagar na mesma moeda.

Destruir a vida e carreira daquele que, um dia conspirou contra ele, incriminando-o com provas plantadas, que ninguém pode refutar.

A diferença é que, esta pessoa, está inocente.

 

Adam sabe quem o está a incriminar, e porquê.

Mas não parece haver muita gente a acreditar na sua teoria.

Conseguirá Alex, a sua mulher, grávida de risco, e principal responsável por esta situação, salvar o marido, e proteger o bebé que espera? 

 

Numa história paralela, uma professora é acusada de assédio sexual por um dos seus alunos.

Ela nega. Mas esconde alguma coisa.

Ele confirma. Mas esconde alguma coisa.

Onde termina a verdade, e começa a mentira?

Até onde são capazes de ir, para manter a sua versão da história?

 

"Toda a Verdade" é um livro que, de certa forma, encerra um capítulo, há muito, em aberto.

Um ponto final, e um recomeço para Adam e Alex.

Ao mesmo tempo, umas reticências para Marina.

Nós ficamos a saber a verdade mas, neste caso, os intervenientes safam-se sem grandes consequências, e sem que a realidade seja descoberta.

Mais uma vez, a autora entrega-nos uma boa história, que não queremos parar de ler até ao final.

 

 

"Nós E Mais Ninguém", de Laure Van Rensburg

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Esta é uma história de amor.

Que se transforma em vingança.

Uma obsessão que tem que ser travada, antes que mais alguém se magoe.

 

 

Steve, um professor universitário, e Ellie, uma estudante, têm uma relação há seis meses.

Agora, vão passar as suas primeiras férias juntos.

Serão 3 dias, numa cabana na floresta, isolados do resto do mundo, para viver a sua paixão. 

 

Steve é um homem que tem tanto de possessivo, como de protector.

Tanto de dominador, como de romântico.

Sempre muito seguro de si. 

Ellie, perto dele, parece frágil. Desastrada. Ingénua. 

 

As primeiras horas naquela cabana, e naquela floresta, parecem deixar Ellie um tanto assustada. 

São os ruídos, os barulhos estranhos. A sensação de estar a ser observada. De haver ali mais alguém entre eles.

Steven assegura-se de que Ellie não tem nada a temer. Que é apenas a imaginação dela a pregar-lhe partidas.

Se calhar, Steven tem razão.

 

O que é certo é que, quando a polícia chega àquela casa, o cenário conta uma história diferente.

Algo, de muito grave, se passou ali.

Há sangue por todo o lado.

Há uma pessoa viva. A caminho do hospital.

 

Mas eram duas pessoas.

Onde está a outra?

Nesta história, como a sinopse indica, nem Steven é o que parece, nem Ellie é quem diz ser.

E é então, enquanto descobrimos quem é quem, que tudo começa a fazer sentido.

Que percebemos as motivações. Os fantasmas do passado. A verdade ocultada ao longo dos anos.

 

Numa luta pela sobrevivência, de ambas as partes, este é um livro que nos deixa sempre sem saber quem levará a melhor, quando tudo parece dar errado, e ao contrário do planeado.

 

Uma coisa é certa: nenhum dos dois está disposto a morrer.

Mas, dados os últimos acontecimentos,  ambos estão dispostos a matar.

 

Quem vencerá o duelo?

Quem sairá desta história com o objectivo concluído?

E quem perderá a batalha?

 

"Coração Marcado", na Netflix

Pôster Coração Marcado - Pôster 1 no 2 - AdoroCinema

 

Num dia, uma mulher vence a maratona, e celebra com os filhos e o marido.

Nesse mesmo dia, uma outra mulher está prestes a casar, quando é levada para o hospital, com um problema cardíaco.

Numa noite, uma mulher é atacada para lhe retirarem o coração.

Nessa mesma noite, uma outra mulher, cuja vida depende de um transplante urgente, recebe o coração que precisa.

 

Um homem tenta, a todo o custo, salvar a mulher que ama, mesmo que da pior forma possível.

Enquanto isso, outro homem perde a mulher que ama, e vai fazer de tudo para descobrir quem a matou, e vingar-se.

 

Vale tudo, por amor?

Poder-se-á recriminar Zacarias, por ter feito o que fez, para salvar Camila?

Será que esse acto desesperado foi mesmo um gesto de amor?

 

Poder-se-á recriminar Simón, por não compreender por que razão, para salvar uma desconhecida, teve que perder a sua própria mulher?

Será que a vida de uma, justifica a morte da outra?

 

E como se sentirá Camila, quando souber a origem do seu coração?

A atrocidade que foi cometida, para o conseguir?

Conseguirá ela lidar com a verdade? 

Deverá ela sentir-se grata? Sortuda? Revoltada? Culpada?

 

Como se tudo isto não bastasse, Zacarias arrisca-se mesmo, depois de tudo o que fez, a perder Camila que, desde que recebeu o novo coração, nunca mais foi a mesma e, por coincidência ou obra do destino, se aproxima de Simón, como se algo a atraísse para ele.

E como irá Simón, que entretanto se apaixona por Camila, encará-la, quando souber o que ela representa?

 

Por outro lado, a série aborda os meandros do tráfico de órgãos.

Onde, e de que forma, são escolhidos os "candidatos" a doadores.

Quem faz o "trabalho sujo", e quem mais lucra com o negócio.

E o quão perigoso pode ser entrar nesse mundo, e querer vingar-se de todos os que dele fazem parte.

 

Já para não falar que, quando se deixa de cuidar da família, nomeadamente, dos filhos, no momento em que mais precisam de apoio, em nome de uma vingança que não trará a mãe deles de volta, é meio caminho andado para eles se virarem para caminhos duvidosos, e colocar-se, também eles, em perigo.

E a paz de espírito, por se ter feito justiça, pode dar lugar a mais desespero, culpa, e sofrimento.

 

Conseguirão estas pessoas, algum dia, voltar a ser felizes?

Conseguirão voltar a ser família?

Que destino estará reservado para Camila, Zacarias e Simón?

 

Uma série de 14 episódios, a não perder, na Netflix!

 

 

"Eu Sou Todas Elas", na Netflix

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Este é um filme, inspirado em factos reais, sobre o tráfico humano na África do Sul.

Seis meninas foram sequestradas e nunca mais ninguém soube delas. Cinco delas, foram traficadas e levadas para outros países. Uma, ficou, e tornou-se escrava sexual.

 

Vários anos mais tarde, Jodie, uma investigadora policial, continua nas suas lutas para acabar com o tráfico humano mas, a determinado momento, é chamada para acompanhar alguns assassinatos que estão a ocorrer e que, aparentemente, estão relacionados com as tais seis raparigas desaparecidas.

 

Jodie é aquela investigadora que, na ânsia de conseguir desmantelar as redes de tráfico, acaba por pôr toda a operação em risco, e não conseguir nada.

Na verdade, atrevo-me a dizer que ela só atrapalha. Não só não faz nada de jeito, como não ajuda os outros a fazê-lo.

 

Mais eficaz, certeira e implacável, é o assassino que anda a matar pedófilos, assinando, em cada um deles, as iniciais de cada uma das meninas desaparecidas.

A pessoa que fornece pistas fundamentais, ainda que mal aproveitadas, para apanhar todos os que, de alguma forma, estão envolvidos nessa rede de tráfico.

 

Ela é Ntombizonke Bapai. 

Ela é a sexta miúda desaparecida. A que ficou. A que sobreviveu. A que se tornou policial em horário de serviço, e justiceira, nas horas vagas.

Ela é todas elas! 

A única que sabe o que faz mas que, por conta de quem não tem noção do que deve fazer, ou como agir, está sozinha nessa luta.

 

O filme não é mau, mas peca por não criar suspense.

Chegamos ali aos 30 minutos, e podemos dizer que está visto. Já sabemos quem é o assassino do capuz, o que está a fazer, que pessoas vai matar.

O que resta do filme, é para perceber se tudo vai correr como previsto.

E a verdade é que, nem tudo, sai como esperado.

 

No fim, há os que têm o merecido castigo, e os que escapam impunes.

Há os que lutam, e morrem. E os que nada fazem, e vivem.

Há frustração.

Mas também uma ténue esperança de que determinadas pessoas tenham aprendido a lição, e façam o trabalho bem feito, da próxima vez.

 

 

Sobre o filme da Netflix "O Teu Filho (Tu Hijo)"

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Estreou há pouco tempo, na Netflix, o filme "O Teu Filho", no original "Tu Hijo" e, pelo que li sobre o mesmo, fiquei curiosa.

Daquilo que vi, coloquei a mim mesma estas questões:

 

 

Até onde estamos dispostos a ir para vingar os nossos filhos?

Se alguém ataca, agride, magoa, atenta contra os nossos filhos, seja de que forma for, e percebermos que a justiça pouco faz para descobrir os culpados e condená-los, teremos nós a determinação para corrermos nós atrás deles? Para fazermos o trabalho de investigação que competiria a quem de direito? Para, se consideramos justo, fazer justiça pelas próprias mãos?

Não nos tornará essa vingança pelo que os monstros fizeram aos nossos filhos, em monstros também? Tão ou mais cruéis do que aqueles que queremos punir?

 

 

 

Até que ponto conhecemos mesmo os nossos filhos?

Podemos até achar que conhecemos bem os nossos filhos, mas isso não passa de uma mera ilusão. Ninguém conhece totalmente as pessoas com quem vive, com quem lida, com quem convive, que fazem parte da família, que são do seu próprio sangue, que consideram melhores amigos.

Das pessoas, inclusive dos nossos filhos, só conhecemos aquilo que elas nos mostram, que nos querem mostrar, que permitem que conheçamos.

Isso não significa que aquilo que pensamos não esteja certo, que não tenhamos razão na forma como os vemos e os caracterizamos.

Apenas quer dizer que não podemos estar cem por cento certos, e que poderá haver muito mais do que aquilo que julgamos, por detrás das pessoas com quem convivemos, que desconhecemos, e que vem à tona, quando menos esperando, como uma bomba prestes a explodir nas nossas mãos. 

 

 

 

O que estamos dispostos a fazer para proteger os nossos filhos?

Os nossos filhos são isso mesmo: nossos!

E, como pais, temos uma espécie de instinto, a par com o dever e obrigação de proteger os nossos de todos aqueles que lhes querem fazer mal ou, de alguma forma, predudicar.

Mas, o que estamos dispostos a fazer para tal? Vale tudo? Ou há limites?

E se eles, na verdade, não merecerem essa protecção? Seremos capazes de nos isentar da condição de pais, e agir de forma justa, não só para com os nossos, mas também para com os demais?

Ou o instinto de protecção fala mais alto, e faremos tudo o que for preciso para que a verdade permaneça enterrada tornando-nos, além de monstros, cúmplices de crueldades tão ou mais graves do que aquelas de que os nossos filhos foram vítimas. 

 

 

 

  

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A história:

"O Teu Filho" é um filme espanhol, sobre um homem decide fazer justiça pelas próprias mãos e livrar-se dos agressores, após o seu filho ter sido brutalmente espancado à porta de uma discoteca.
 
O doutor Jaime Jiménez é um respeitado cirurgião, que tem na sua esposa, e nos seus dois filhos, a família ideal. Entre os filhos, um casal, está um um adolescente de 17 anos, o orgulho do pai que, um dia, é agredido impiedosamente por quatro outros rapazes, ficando em estado vegetativo.
 
Ao ver a sua família a desintegrar-se perante a tragédia que se abateu sobre eles, e perante a falta de respostas por parte da polícia, que não consegue descobrir quem foram os responsáveis pela agressão, Jaime irá, por sua conta, fazer a sua própria investigação e, se for preciso, justiça com as próprias mãos.
 
 
 
 
Opinião:
 
Na verdade, não me pareceu que esta família tivesse sido, alguma vez, unida e ideal. Jaime parece um pai ausente, alienado, que vive para o trabalho e pouco liga aos filhos e à mulher. 
Diria, até, um pouco louco apesar de, aparentemente, excelente profissional. 
 
Há uma tentativa de abordagem da homossexualidade feminina, que parece não ser bem aceite por Jaime em relação à sua filha.
 
E mostra como, entre vítimas, agressores, e cúmplices ou testemunhas, se tentam encobrir ou salvar a própria pele, evitando falar sobre o assunto com terceiros, ou denunciar quem quer que seja.
 
 
 
Atenção:
 
Se, depois de lerem tudo o que escrevi, ficaram com a ideia de que parece ser um grande filme, e que vale a pena ver, desenganem-se. O filme é uma grande seca!
Em dias de muito sono (sobretudo visto à noite) pode levar quem o vir a adormecer logo no início. 
Dá vontade de andar para a frente em muitas partes, e não vemos a hora de chegar ao fim para acabar logo com aquilo.
Bom mesmo, só o final. E a reflexão que, eventualmente, ele leva a fazer por todos aqueles que têm filhos e poderão, um dia, estar numa situação semelhante.