A lei do silêncio
De há uns tempos para cá, são vários os casos, que se têm sucedido, de violações na Índia. Em comum, têm o facto de terem conseguido gerar uma onda de indignação e revolta. Já para os familiares das vítimas, há uma certeza - as condenações por tais crimes tarde ou nunca virão.
Muito comuns no país em questão, esse crimes são muitas vezes abafados para proteger a honra da família ou por medo de represálias. A questãoé que a cultura indiana culpa a vítima nas questões relacionadas com crimes sexuais. O governo e os agentes policiais alegam que a maioria dos violadores não pode ser processada na Índia, porque, são conhecidos das mulheres atacadas, que muitas vezes, na sua opinião, estão "a pedi-las" devido ao facto de circularem na rua a qualquer hora. Ou seja, as próprias mulheres, são acusados pela violência sexual praticada pelos homens contra elas, enquanto os violadores não são responsabilizados.
Por tudo isto, as mulheres que vão à polícia são aconselhadas a não apresentarem queixa.
Por outro lado, o sistema indiano de combate ao abuso sexual é inadequado. Não há garantia de protecção para as crianças e as pessoas acabam por perder a pouca fé que lhes resta. Muito dificilmente, um menor abusado sexualmente (ou parente da vítima) denuncia o caso ou pede ajuda. Mas, quando isso acontece, as autoridades indianas, em vez de tratarem esses casos com sensibilidade, costumam frequentemente humilhar e voltar a traumatizar às vítimas, que são desprezadas ou ignoradas pela polícia, por médicos ou por outras autoridades.
Não é pois, de admirar, que para muitos indianos a sua paciência e passividade tenha acabado. Nem são de estranhar os protestos e as manifestações cada vez mais violentas para exigir que o governo garanta a segurança das mulheres e crianças, e pare de tratar os violadores com impunidade.
Já está mais que na hora de quebrar o silêncio!