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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Fotografar ou apreciar?

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Documentar, ou viver?

Exibir, ou sentir?

Turistar, ou experienciar?

Será possível fazer ambas ao mesmo tempo? Ou uma implica, sempre, negligenciar a outra?

 

Eu sou daquelas pessoas que gosta de registar todos os momentos e, por isso, costumo ser a "fotógrafa de serviço".

Mas noto que, em algumas ocasiões, estou tão embrenhada em captar a imagem, que acabo por não viver o momento em si. E dou por mim a pensar que mais valia ter deixado a máquina de lado, e apreciar o que estava a acontecer à minha frente.

Não é que não o faça, mas não é a mesma coisa.

 

Mas será assim tão difícil juntar as duas coisas?

Depende...

Penso que, se tivermos realmente interesse, podemos consegui-lo.

Mas existirão momentos em que talvez tenhamos que optar porque, senão, algo se perderá pelo caminho, e a experiência não será a mesma. 

 

 

Viver pela metade...

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Porque é que as pessoas se acomodam?

Porque é que as pessoas se deixam estar com o mesmo "sapato" calçado, ainda que esse sapato já não seja bem o que o seu pé está a pedir?

Porque é que as pessoas se contentam com o "copo meio cheio", ainda que tivessem vontade de beber muito mais?

Porque é que as pessoas preferem não se sentir totalmente felizes e realizadas, a lutar por aquilo que, verdadeiramente, sonham e anseiam?

 

Por receio?

Por hábito?

Por vergonha?

Por puro comodismo ou conveniência?

Por falta de coragem?

 

O que leva tantas pessoas a viver pela metade, quando poderiam (e deveriam) viver por inteiro?

 

Talvez por preferirem saber com o que contam, em vez de se aventurarem num desconhecido incerto.

Ou por considerarem que não merecem. Que isso não é para elas. 

Ou por recearem o julgamento público.

 

O julgamento de quem se admira por algumas pessoas, mais destemidas, terem a ousadia de querer uma vida plena, como se fosse um pecado, ou um crime.

Quando, no fundo, também elas queriam ter essa audácia.

 

E, assim, se levam vidas, e anos, num mesmo marasmo. Por vezes, até à morte.

E para quê?

Se, depois, já não podemos viver mais?

No fim, terá, realmente, valido a pena?

 

 

A felicidade é como um raio de sol

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A felicidade é como um raio de sol por entre as nuvens: sente-se no momento!
 
 
Não dá para guardar num frasquinho.
Como quem guarda algo precioso, que poderá vir a usar, quando precisar.
 
Não dá para deixar para depois porque, depois, já as nuvens o ocultaram, e é tarde demais.
 
Da mesma forma que nunca sabemos quando o sol vai aparecer e brilhar, ou quando o céu estará carregado de nuvens, também não sabemos quando a felicidade nos baterá à porta.
 
Mas, em ambos os casos, há que aproveitar o que nos é oferecido, e nos faz sentir bem, no exacto momento em que temos essa oportunidade.
 
Antes que ela passe, e nos arrependamos de não a ter vivido.

Agarrem a vida! Só se vive uma vez...

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Eu sei que, para muitas pessoas, a vida não é, de todo, fácil.

Há vidas muito complicadas, duras, problemáticas, que deitam as pessoas abaixo, de tal forma, que perdem a sua alegria e vontade de viver.

Pessoas que vivem em condições miseráveis.

Pessoas que passam fome.

Refugiados, que fogem da guerra, sem saber se escapam com vida.

Pessoas que têm, por única companhia, uma imensa solidão.

 

E tantas outras situações.

Pelas quais nunca passámos. Que nunca experienciámos.

Mas não é dessas pessoas que quero falar neste post.

Embora, apesar de tudo, algumas delas, tenham ainda a coragem de ter esperança, de querer viver.

 

Quero falar das pessoas que se deixam ir abaixo à mínima dificuldade.

Que, como se costuma dizer, "entregam os pontos".

Que se deixam ficar caídas no chão, em vez de tentarem voltar a levantar-se, e seguir caminho.

Que acham que a vida é eterna, e há todo o tempo do mundo para vivê-la, deixando-a em banho-maria. 

Que fazem dos problemas, problemas ainda maiores do que, na verdade, são.

E acham que já não há solução possível.

 

Cada um com as suas experiências, não desvalorizando nenhuma delas, nem minimizando os sentimentos de cada pessoa, há situações que, quando comparadas com outras, não justificam essa vontade de desistir, de as pessoas se darem por vencidas, e deixarem de lutar.

 

Não faço a mínima ideia do que viemos cá fazer a este mundo.

Mas, por algum motivo, fomos cá postos. Foi-nos dada uma vida e, de certa forma, foi-nos dito "vive".

Assim, sem preparação. Sem pré-aviso.

Da mesma forma que, um dia, acontecerá o mesmo, quando já não fizermos cá falta, ou o nosso tempo esgotar.

 

Então, se cá estamos, porque não viver esta vida enquanto nos for permitido?

Valerá a pena aborrecermo-nos com coisas mínimas? Chatearmo-nos? 

Valerá a pena deixar de se fazer o melhor, por se achar que não leva a lado nenhum?

Porque não usarmos todas as armas, e ferramentas, ao nosso dispôr? Porque não esgotar todas as hipóteses e possibilidades?

Agarrem a vida!

Só se vive uma vez.

Por isso, façam dessa vida, uma vida memorável, e inesquecível, no bom sentido, sempre que o conseguirem!

 

 

 

 

 

Mais um dia...

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Outro dia…

Mais um dia…

É assim, todos os dias. Um após o outro.

Sempre iguais… Sempre diferentes…

Acordo. Olho para o lado. E só então me lembro que, agora, já não estás lá.

Estou sozinho.

Levanto-me. É madrugada. Toda a gente dorme. Eu, não. Porque o corpo já não quer mais continuar deitado.

Mais um dia me espera.

Faço o que tenho a fazer.

 

E, depois, já não há nada para fazer.

A não ser ficar a olhar para esta casa vazia.

Para o silêncio. Que só é interrompido pelo eco dos meus pensamentos, e da minha voz.

Que vida esta é a minha, agora, sem ti?

As horas demoram a passar. Ainda falta tanto para me deitar…

E, mais uma vez, perceber que, também nesse momento, estarei só.

 

Por companhia, tenho apenas a televisão que, às tantas, já aborrece de tão repetitivos que são os programas.

Já não tenho olhos para os livros.

Já não tenho pernas para os passeios.

Sou livre, mas sinto-me encarcerado.

Estou vivo, mas sinto que uma parte de mim morreu contigo. 

 

Por vezes, tenho companhia familiar. Distraio-me.

Afasto os pensamentos. Afasto a dor. Afasto as memórias.

É bom. Faz-me bem. Sinto-me abençoado, e agradecido. Mas não é suficiente.

A vida dos outros não pára. Nem eu quereria isso.

Mas a minha vida estagnou. Num tempo diferente.

Que não acompanha os demais. Nem tão pouco espero que os demais abrandem, para me acompanhar.

Não penso em morrer. Mas também não me sinto viver.

 

Estou só.

Horas e horas de solidão.

E, então, está na hora.

Deito-me.

Um último pensamento para ti. 

Adormeço.

Até ao dia seguinte.

Outro dia.

Mais um dia…