Uma Mente Brilhante
Pode parecer mentira mas, até ontem, nunca tinha visto o filme “Uma Mente Brilhante”!
Claro que ouvi falar ao longo destes anos, sabia quem interpretava a personagem principal mas, nunca calhou.
Provavelmente, achei que seria um filme aborrecido, sobre algo que não me dizia muito e, por isso, dispensável.
O filme é de 2001. Estamos em 2020.
Ao vê-lo, tenho a sensação de quase estar a ver um filme de época, antigo, e isso já me levou, em alguns casos, a perder o interesse, porque até poderia ver-se bem na altura em que saiu mas, agora, nem tanto. Não foi o caso.
As fórmulas, equações e cálculos, depois de anos a tentar ajudar a minha filha, e depois destes últimos meses, também me fizeram torcer o nariz. Mais matemática, não!
Mas Russel Crowe conseguiu fazer-me esquecer essa parte, com a sua brilhante interpretação, de um homem com uma mente brilhante, mas que sofre de esquizofrenia.
Confesso que, até mais de metade do filme, realmente acreditei que aquelas personagens existiam, e que tudo era uma conspiração contra ele, para fazê-lo passar por louco.
Custou-me perceber que era tudo fruto da sua imaginação, e que a sua situação estava a piorar, começando a destruir a sua carreira e família.
Foi preciso uma imensa coragem, e força de vontade, para conseguir lidar com a doença, controlá-la, e levar uma vida minimamente normal, sem perder a sua genialidade e simplicidade.
Emocionaram-me, sobretudo, as cenas finais, já com a personagem bem mais velha, a ser reconhecida e respeitada.
Quando acabei de ver o filme, fui pesquisar mais sobre John Nash, Nobel da Economia em 1994 que, curiosamente, faleceu em 2015, não do problema que tinha, mas na sequência de um acidente de viação.
O filho que teve com a sua mulher, Alicia, herdou a genialidade e a doença do pai.