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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

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Unbelievable, a nova série da Netflix

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Nos dias que correm, muitas são as mulheres vítimas de violações. E muitas são as que utilizam esse argumento para fins menos nobres.

Nos dias que correm, as mulheres ainda são vistas como provocadoras, como merecedoras, como causadoras de muitos dos males que lhes acontecem.

E, muitas vezes, como mentirosas!

 

 

Será que, quando uma mulher diz que foi violada, está a mentir?

Fará alguma diferença a investigação ser liderada por homens, ou por mulheres?

Influenciará, esse factor, a credibilidade das vítimas?

E o seu passado, poderá influenciar? Ou o seu comportamento e forma de lidar com o trauma?

 

 

Marie Adler é uma jovem que passou quase toda a sua vida em famílias de acolhimento, até que , com o acompanhamento de orientadores, vai para uma residência, em autonomia.

Numa manhã, vêmo-la afirmar que foi vítima de violação. Consigo está uma das suas mães de acolhimento. Segue-se a polícia, os investigadores. As perguntas, os exames periciais, as perguntas de novo.

A vítima é obrigada a contar uma, e outra, e outra vez, tudo aquilo que ela mais quer esquecer. Para além do abuso de que já foi vítima, vê o seu corpo ser, de novo, invadido e analisado ao pormenor.

E, como já sabemos, o corpo e a mente de cada vítima tem diferentes formas de reagir a um mesmo trauma.

 

 

E se, num primeiro momento, parecemos acreditar, nós e os investigadores, que Marie Adler diz a verdade, logo a sua estranha forma de agir nos leva, tal como às suas mães de acolhimento e, mais tarde, aos investigadores, a duvidar da veracidade dessa história.

Mais ainda quando a própria vítima, a determinado momento, reconhece que é tudo mentira para, mais tarde, querer voltar atrás, e estar constantemente a querer mudar o seu depoimento.

Acusada pelos investigadores de os estar a fazer perder tempo, Marie acaba por ver o seu caso arquivado, e a sua vida transformada num inferno por ter, supostamente, inventado a história da violação.

Dos amigos ao trabalho, quase todos lhe viram as costas e Marie vê-se, diariamente, julgada em praça pública e até, acusada de falso testemunho.

 

 

Enquanto Marie vai tentando sobreviver ao caos em que  a sua vida se tornou, começam a surgir novas vítimas de violação.

O agressor é esperto, e parece não deixar nada ao acaso, sabendo como funcionam os métodos policiais, limpando qualquer vestígio ou pista que pudesse levar a descobri-lo.

E é apenas quando duas investigadoras distintas comparam os seus casos, que se unem por um objectivo comum  de descobrir o predador, que percebem ser um violador em série.

 

 

Depois de uma investigação com muitos altos e baixos, com pistas que não levam a lado nenhum, e outras que se verificam mais produtivas, é apanhado o violador.

Entre o seu material, um disco enorme com possíveis informações sobre todas as vítimas, mas impossível de abrir, sem a ajuda do agressor, que se recusa a fazê-lo.

E entre as várias fotografias das vítimas que ele tirou, são encontradas 8 fotos de Marie Adler!

 

 

Afinal, Marie disse a verdade. 

E agora, quem lhe vai devolver tudo o que lhe foi tirado?

Como é que se pede desculpa a alguém de quem se duvidou e, até, acusou de mentir?

Como se redime um investigador, que pouco caso fez da vítima?

 

 

Gostei da premissa da série.

São 8 episódios que passam num instante.

Não gostei muito do final.

Achei que deveria haver ali algo mais. Algum mistério adicional. Algo que nos deixasse a pensar.

Foi tudo demasiado simples, demasiado limpinho, sem respostas concretas a algumas questões, com algumas pontas meio atadas.

Ainda assim, vale a pena ver!

 

 

"Unbelievable" é uma minissérie baseada em factos reais, e inspirada num artigo vencedor do Prémio Pulitzer de jornalismo em 2016. 

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