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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Verity", de Colleen Hoover

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Gostei da ironia do título que é, também, ainda mais ironicamente, o nome de uma das personagens principais - aquela sobre a qual gira todo o enredo: a escritora Verity.

 

Verity começou a escrever uma colecção de livros que, devido a um trágico acidente que a deixou incapacitada, ficou por completar.

Com o objectivo de escrever as três obras que faltam, Jeremy sugere à editora o nome de Lowen, também ela escritora, com o mesmo estilo de escrita da sua mulher.

E se Lowen, inicialmente, quer recusar a proposta, logo acaba por aceitá-la, e mudar-se para casa de Verity, a fim de estudar as anotações desta, e ter uma ideia de como dar continuidade à colecção.

 

Uma das características de um escritor, qualidade ou defeito, é que pode escrever sobre tudo o que lhe vier à mente, seja verdadeiro ou ficção, sem nunca, quem lê, saber se o que está a ler é uma coisa, ou outra.

A questão é: conseguirá um outro escritor, enquanto leitor, discernir entre a verdade e a mentira?

Entre a realidade, e a ficção?

 

Lowen sabe que Verity sofreu um acidente, pouco depois da morte de uma das filhas, sendo que outra das filhas já tinha falecido há uns anos.

Agora, restam Jeremy e o filho, Crew, a lidar com a perda, o luto, e uma mulher/ mãe que depende dos outros para tudo. Que está presente de corpo, mas ausente de mente.

No escritório de Verity, Lowen encontra um manuscrito que nada parece ter a ver com as obras em que esta trabalhava.

Parece, antes, uma autobiografia.

E é assim, ao tentar conhecer melhor a mulher, e a mente da escritora, para melhor fazer o seu trabalho, que Lowen inicia a leitura desse manuscrito, que mudará a vida de todos naquela casa.

 

Concluída a leitura, o dilema entre o que fazer: entregá-lo a Jeremy, e destroçá-lo ainda mais, ou devolvê-lo ao sítio onde estava, como se não existisse, poupando-lhe um sofrimento desnecessário?

E onde entra o interesse pessoal de Lowen?

A verdade é que, se Jeremy passasse a odiar a mulher, ela teria uma hipótese com ele.

No entanto, para além dessa paixão que começou a sentir por Jeremy, Lowen acredita, genuinamente, que tanto ele como o filho correm perigo.

 

Nem tudo, naquela casa, é o que parece.

E nem todos, naquela casa, são o que aparentam ser.

A linha que separa a verdade da mentira, a realidade da ficção, quem é inocente, e quem é culpado, é demasiado ténue.

Na dúvida cabe, a cada um, incluindo nós, leitores, acreditarmos no que, e em quem, quisermos.

 

 

Ouvi dizer que esta obra de Colleen Hoover será a próxima chegar ao cinema.

Espero que sim!

 

 

Sinopse:

"Lowen Ashleigh é uma escritora que se debate com grandes dificuldades financeiras, até que aceita uma oferta de trabalho irrecusável: terminar os três últimos volumes da série de sucesso de Verity Crawford, uma autora de renome que ficou incapacitada depois de um terrível acidente.
Para poder entrar na cabeça de Verity e estudar as anotações e ideias reunidas ao longo de anos de trabalho, Lowen aceita o convite de Jeremy Crawford, marido da autora, e muda-se temporariamente para a casa deles. Mas o que ela não esperava encontrar no caótico escritório de Verity era a autobiografia inacabada da autora. Ao lê-la, percebe que esta não se destinava a ser partilhada com ninguém. São páginas e páginas de confissões arrepiantes, incluindo as memórias de Verity relativas ao dia da morte da filha.
Lowen decide ocultar de Jeremy a existência do manuscrito, sabendo que o seu conteúdo destroçaria aquele pai, já em tão grande sofrimento. Mas, à medida que os sentimentos de Lowen por Jeremy se intensificam, ela apercebe-se de que talvez seja melhor ele ler as palavras escritas por Verity. Afinal de contas, por mais dedicado que Jeremy seja à sua mulher doente, uma verdade tão horrenda faria com que fosse impossível ele continuar a amá-la."